sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Vilela homenageado em ato sobre a privatização do Banespa



Almir Aguiar, representando a família do homenageado, recebe de Paulo Salvador placa comemorativa
Uma homenagem póstuma, sem lágrimas nem tristeza. Assim foi o comportamento do auditório diante dos 13 depoimentos sobre o sindicalista Antonio Carlos Vilela (1948-2000), durante ato, quarta-feira (19), no Sindicato, para lembrar a privatização do Banespa, ocorrida em 20 de novembro de 2000, 21 dias antes de sua morte.

Golpe neoliberal

A privatização do principal banco estatal paulista, em novembro de 2000, foi um dos grandes golpes do governo de Fernando Henrique Cardoso. Suporte financeiro do Estado de São Paulo, a venda do Banespa para o Santander por R$8 bilhões (a avaliação do governo foi de R$1,8 bi)  significou um marco na investida neoliberal contra a economia do país, dada a sua solidez e à importância de sua atuação na economia paulista.
Foram seis anos de luta contra a privatização do Banespa, de 1994 a 2000, com intervenção a partir da madrugada de 1º de janeiro de 1995, coincidindo com o início do governo Mario Covas (PSDB).

Resistência e morte

Até o último lance do processo de privatização, Vilela esteve firme na resistência. Lutou com todas as suas forças físicas e mentais, formulando estratégias, estimulando os funcionários a não desistirem da perspectiva de impedir a venda do banco, fosse nas manifestações de ruas, ou na elaboração de textos, atos, recursos jurídicos, enfim, todas as formas de combate.
Paulista de Taubaté, Vilela adotou o Rio como sua cidade. Fundador do PT e da Articulação Bancária, em 1986 teve participação decisiva em defesa da filiação do Sindicato dos Bancários na CUT.

O  processo da privatização, dizem os seus companheiros, “mataram Vilela”. Na verdade foi uma jornada de enorme desgaste. O cansaço e a decepção pela venda do banco ao espanhol Santander contribuíram fortemente para o infarto que lhe tirou a vida em 11 de dezembro de 2000.

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