domingo, 16 de janeiro de 2011

Granja Comary vira heliponto improvisado em Teresópolis

Rio - A Granja Comary, em Teresópolis, famosa por abrigar a concentração da Seleção Brasileira de futebol em pré-temporadas, tem servido como heliponto improvisado para equipes de resgate e auxílio a vítimas das enchentes que estão em comunidades isoladas na região serrana do Rio de Janeiro. Aeronaves do Exército, Força Nacional de Segurança Pública, Polícias Militares de São Paulo e Minas Gerais e dos Bombeiros pousam e decolam de um terreno que era preparado para virar um campo de grama sintética.
Foto: Portal Terra
Homens da Força Nacional fazem segurança de helicópteros em base montada na Granja Comary | Foto: Reinaldo Marques / Portal Terra
Além de permitir o uso do local, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) cede alguns espaços para o pernoite dos homens, além de fornecer três refeições diárias. Segundo pessoas envolvidas com os trabalhos, os pilotos de aeronaves militares e bombeiros dormem nos alojamentos e em dependências como a sala de imprensa da granja. O segurança André Lopes, conhecido como Rabecão, faz a segurança e coordena a entrada e saída de veículos. Ele se exaltou ao ver um carro da prefeitura do município. "Fala lá para o secretário que tem que botar o pé na lama igual ao povo!", gritou.
>> FOTOGALERIA: No Rio, solidariedade de voluntários na Cruz Vermelha
A queixa de pessoas ligadas às buscas é de que a prefeitura do município demorou a fornecer mapas que permitissem o sobrevoo eficaz dos helicópteros nas áreas mais atingidas. De acordo com as reclamações, helicópteros do Exército ficaram parados de sexta-feira até as 15h deste domingo até que fossem providenciados mapas destas regiões isoladas. Procurada, a prefeitura declarou ter ficado de prontidão desde o primeiro momento da tragédia e ter fornecido todo o material necessário, inclusive fotos e os mapas reclamados.

De acordo com um morador de um condomínio vizinho, o engenheiro e empresário Antonio Fuzco, 52 anos, que participa da distribuição de mantimentos, o alojamento dos jogadores não foi liberado para o uso das equipes pela presença da Seleção sub-17 no local.
Região Serrana enfrenta a pior catástrofe de sua história

Castigada por um temporal que fez chover em 24 horas mais do que era esperado para todo o mês, a Região Serrana do Rio enfrenta desde a noite da terça-feira 11 de janeiro a pior catástrofe natural do Brasil. Com o número de mortos, desabrigados, desalojados, feridos e desaparecidos, a tragédia já superou o registrado em janeiro do ano passado, em Angra dos Reis e, em abril, na capital e Niterói.
>> FOTOGALERIA: Teresópolis não tem estrutura pra enterrar os muitos corpos da tragédia
Localidades inteiras foram soterradas por lama no município de Teresópolis. No bairro Caleme, uma represa da Cedae transbordou por causa da tromba d’água, provocando o deslizamento de encostas sobre casas e carros. Em Nova Friburgo, três bombeiros que seguiam para resgatar vítimas quando o carro onde estavam foi soterrado por uma avalanche.

Petrópolis também sofreu devastação em diferentes pontos. O Distrito de Itaipava foi o mais atingido. O soterramento de uma casa na localidade Vale do Cuiabá matou 12 pessoas de uma mesma família. Corpos foram recolhidos por moradores e depositados às margens de um rio à espera de resgate. Sumidouro e São José do Vale do Rio Preto, também cidades da região, também contabilizam mortos.
Reportagem de Hermano Freitas, do Portal Terra

Nenhum comentário: