quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

SÉRGIO CABRAL SO GOVERNA PARA O MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO E PARECE QUE NÃO GOSTA DA BAIXADA FLUMINENSE.


Por: Marcelo Ribeiro
Infelizmente algumas constatações de meus alunos e alunas, pequenos, pouco entendidos de política partidária, mas, com senso de localização e principalmente de observação do mundo a sua volta tem certo sentido. Certa vez, debatendo sobre o combate ao mosquito transmissor da dengue, nossa conversa acabou chegando à questão: água. Ai... foi difícil conter aos que falavam pelos cotovelos, outros tentavam falar, mas não conseguia, tão grande foi o debate que tomou conta da sala, e, principalmente dos mais aguçados e pequenos representantes dos direitos da população e contra a falta deles. E assim foi conversa vai e vem, da falta de água, passaram pelo transporte (falta, precariedade e abuso de tarifas), observaram os rios, lagos, córregos da região e o seu estado deplorável. Difícil, mas ainda foi conseguir  seguir por um debate em que os mesmos, pudessem aceitar que deveriam lutar para que o Rio de Janeiro (Estado), não deixasse de receber uma parcela importante dos recursos arrecadados sobre a venda de petróleo. Todos foram unânimes em criticar as precárias condições de atendimento em saúde, nos hospitais e afins que pouco existe nos nossos municípios da Baixada Fluminense. E as estradas, ou a estrada. Difícil, foi conseguir calma depois de saber que o governo do Estado é o principal responsável pela caótica avenida que liga os seus bairros ao centro do município. Ficaram verdadeiramente felizes quando as ações de combate a violência começou a ser mostrado na televisão, seus pais, avôs, irmãos, primos e vizinhos, não falavam, em outra coisa: as UPP´s. Unidade Pacificadora de Policia. Então observaram gradativamente que estas unidades “todas” estão distribuídas por um único município, o Rio de Janeiro. Bom, junto a isto, tem a Copa de 2014, que poderia muito bem ter um ou mais municípios contemplados, mas, o dinheiro e os benefícios vão para o Rio. A Olimpíadas de 2016, vai estruturar os quatro cantos apenas da Cidade do Rio, para receber os jogos. Bom eles perguntaram?  Então por que meus pais ainda trabalham no RIO? Por que a nossa água vai para o Rio? Bom, esta pergunta eu também não sei responder e incluo os impostos, a criatividade do nosso povo, e a decência de ajudar com nossos homens e mulheres, servindo as forças armadas e de apoio, nas regências das salas de aula, nos bares, nas indústrias, nas fábricas e etc. É muito difícil conviver com a distribuição censitária dos recursos destinados ao conjunto do Estado e utilizado para poucos. Nossos bairros viraram depósitos de delinqüentes provenientes do êxodo das UPP´s. Nossa educação é voltada para profissões pouco aceitas nas rodas de intelectuais, e, sobretudo de quem deseja uma vida mais confortável. A baixa estima é provocada nas ofertas das “escolas técnicas” do Estado em nossa região. Ou seja, nosso povo, na ótica destes senhores, devem continuar reproduzindo mão de obra barata por todas as gerações que vier para ofertar, aqueles que conseguiram acesso as melhores qualificações e conseqüentemente os melhores salários também na capital.
Tempos atrás, em 2010, escrevi um texto propondo a separação da Baixada Fluminense do Rio de Janeiro (capital), muitos vieram com pedras e outros com escudo para apoiar. Quero saber agora depois de um mandato de 4 anos e mais 4 pela frente, se a nossa querida Baixada Fluminense será como sempre esquecida e jogada as traças, com a desculpa de que os governos municipais, estaduais e federal não se entendem. As favas com os conchavos políticos nosso povo merece respeito. Chega de reproduzir o bem estar apreciado fora do Brasil, olhando para o Rio de janeiro. O nosso estado em grande medida é uma federação de municípios que deve atender a todos os seus cidadãos com dignidade e igualdade. A não observância destes critérios demonstra despreparo, arrogância, preconceito e divisão. Não podemos ficar alheios a isto, estamos cobrando o que é nosso por direito e não esmolas. O povo da Baixada Fluminense tem vergonha deste governador que trata esta região tão importante com desdém e só consegue observar algum empreendimento na região, se este, por acaso vier a favorecer o Rio de Janeiro (capital). Definitivamente acreditamos que o governador não gosta da Baixada Fluminense e seu povo.

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