quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

O homem que roubou o Natal de Jesus (Cynara Menezes)

No shopping próximo à minha casa, o tema da decoração de Natal é “a floresta encantada de Papai Noel”. Juro que procurei entre as folhagens de plástico, as girafas de pelúcia e os chimpanzés músicos para ver se o achava, mas não encontrei Jesus. Nada de Maria, José, do anjo, dos reis Magos e das cabras, bois e vacas. Nada que se assemelhasse a uma manjedoura. Enfim, nada de Natal na decoração de Natal.
Fiquei pensando quando foi que o menino Jesus deixou de ser protagonista de sua própria festa de aniversário. Jesus, o profeta a quem, pelo menos nas estatísticas, um terço da humanidade dedica sua fé, faz uma ponta no Natal hoje em dia. A figura central, a grande estrela da maior festa do mundo cristão é um velho barbudo de aparência nórdica que só criancinhas acreditam que exista. E, aparentemente, ninguém está nem aí.
O Natal é uma verdadeira cilada. TVs, jornais, familiares, tudo conspira para que você se sinta tomado pelo “espírito natalino”, que se traduz em: se meter em shoppings abarrotados de gente para comprar coisas que sairiam pela metade do preço no mês seguinte. Mesmo que você não queira participar, é obrigado a seguir o fluxo porque não quer que seus filhos cresçam traumatizados por não ganhar presente quando todo mundo recebe –do Papai Noel, claro, aquele gordinho que espera o ano todo por este bico, suarento debaixo da roupa vermelha e da barba branca em pleno verão brasileiro.
Aliás, a disparidade entre o que se construiu como “Natal” no hemisfério Norte e a realidade dos trópicos é um mico à parte. Bonecos de neve de feltro, de gorro, cachecol e cenoura no lugar do nariz, se espalham pelo País e tomam de assalto até as repartições públicas, enquanto as secretárias se abanam de calor. O “jeitinho” brasileiro se desdobra para recriar a atmosfera gélida, condição sine qua non para que o “espírito natalino” baixe, e dá-lhe neve de pipoca, de isopor, de algodão… Tenho certeza que nunca seremos uma nação de fato enquanto precisarmos macaquear um clima que não é nosso para conseguir algo tão singelo quanto o congraçamento familiar.
Não conheço nenhuma festa religiosa no mundo cujas principais manifestações sejam gastar muito dinheiro, comer para caramba e encher a cara. A festa máxima dos cristãos é a festa religiosa mais capitalista do planeta. E olhem que a mensagem de Cristo era o exato oposto. Não foi o filho de Deus quem expulsou os vendilhões do templo? Não foi ele quem disse que “é mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no reino dos céus”? Quer mensagem menos capitalista do que esta?
Mas falar dessas coisas é querer estragar a festa, quebrar a “magia” do Natal –muito embora a única visível seja o mágico tilintar das caixas registradoras. Para o comércio, a data é uma bênção. Para as igrejas, o mundo do dinheiro nunca foi exatamente um incômodo e pode, afinal de contas, render belos donativos. Tampouco parece ser um empecilho que os fiéis gastem todo o 13º salário e se endividem em compras, porque depois engrossarão as fileiras dos que procuram as casas de Deus em busca de conforto não para os flagelos da alma, mas do bolso.
Tem igrejas pentecostais que vivem disso, de oferecer aos crédulos a superação das dívidas financeiras e o sucesso econômico através do poder de Deus. De que lhes serviria abrir os olhos dos fiéis e pregar que o Natal não é sinônimo de gastança? Deixa quieto, Papai Noel é bem mais conveniente que Jesus, até porque não fere suscetibilidades. Sem essa de rico não poder entrar no reino dos céus: seja rico ou seja pobre o velhinho sempre vem, não é mesmo? “Compre, compre. Ho, ho, ho”.
Meu lado cristão se revolta de ver que o Natal se transformou nessa pseudo festa religiosa, vazia de significado espiritual. Em vez de se incomodar com a vida íntima do próximo, de tentar interferir na orientação sexual do semelhante ou de se empenhar em lutas surreais como a cruzada contra a proteção da camisinha, as igrejas cristãs deviam se dedicar a repensar sua festa mais importante. Se os cristãos fossem de fato cristãos, tinham de estar preocupados que o nascimento de Jesus perdeu o lugar para o consumismo que o Papai Noel representa. Tentar resgatar a mensagem do Natal: esta, sim, seria uma luta de fato agregadora, digna da data e do aniversariante.
Dá para começar em casa, montando o presépio com as crianças como aconteceu no passado e, no mínimo, explicar a elas que o dono da festa não é o Papai Noel, que não é por causa dele que o Natal existe. Quantos cristãos fazem isso?
Boas festas a todos.

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

É hoje - galerinha de Duque de Caxias - vamos participar e prestigiar a cultura em nossa cidade.

Bancário é eleito Rei Momo do Rio de Janeiro pela Quinta vez.




Realeza do carnaval carioca ,em 2013, é eleita com festa na Cidade do Samba



Os vencedores Foto: Divulgação/Diego Mendes



Bruno Cunha - Jornal Extra

Eles são a própria joia da coroa real carnavalesca. E, com um brilho valioso, encantaram o grupo de jurados que elegeram a corte momesca do carnaval do Rio para 2013. A eleição para Rei Momo e Rainha do Carnaval começou na noite deste sábado e só terminou na madrugada deste domingo com festa, é claro, na Cidade do Samba, na Zona Portuária do Rio.
Preciosa, a coroa momesca não sai da cabeça do bancário Milton Junior, de 33 anos. É que ele foi eleito Rei Momo pelo quinto ano consecutivo. Com 160 quilos e 1,84 metros de altura, ele conta que, a partir de agora, o ritmo de vida será pesado.
- Não faço dieta, mas, no período pré-carnavalesco, procuro evitar gorduras e frituras. Como mais fibras e frutas porque, a partir de agora, começa uma verdadeira maratona de eventos. Chegamos a participar de seis por noite. Já durante o ano como de tudo. O Rei Momo pode ser gordinho. Mas deve ter uma gordura saudável - analisa ele, morador de Madureira.
O título de rainha ficou com a moradora da Mangueira Evelyn Bastos, de 19 anos, 1,75 de altura, 90 centímetros de busto e 102 de bumbum. Resumindo: um corpão trabalhado em ritmo intenso de exercícios para reinar como rainha pela primeira vez no carnaval carioca.
- Intensifiquei o ritmo na academia. Antes eu malhava três vezes por semana. Há sete meses malho cinco vezes por semana com um personal. O carnaval representa alegria e contágio. Vamos chamar as pessoas, de forma simpática, para a folia no Rio - decreta.
Jurados como a porta-bandeira Selminha Sorriso e o sambista Dudu Nobre, além da Globeleza Aline Prado também elegeram as duas princesas que compõem a côrte. De acordo com a votação dos jurados, a professora de Educação Física Letícia Guimarães, de 29 anos, fica com o título de 1ª princesa.

Eleita 2ª princesa, a “sambista, passista e mulata” Clara Paixão, de 29 anos, está radiante.
- Estou representando a maior festa do mundo. E como integrante da realeza dessa festa. Quero ser uma princesa presente e marcante. Estou na côrte para servir ao mundo do samba, aos foliões - declara Clara, moradora da Pavuna.
Leia mais: http://extra.globo.com/noticias/rio/realeza-do-carnaval-carioca-em-2013-eleita-com-festa-na-cidade-do-samba-6631821.html#ixzz2BG65ETSi

Começou a limpa nos Cargos Comissionados na Baixada Fluminense

Sheila Gama exonera 34 servidores em Nova Iguaçu. Novas demissões não estão descartadas

Texto Marcos Nunes - Jornal Extra de Hoje

Após derrota nas urnas, a prefeita de Nova Iguaçu exonerou servidores

Quatro dias após a derrota nas urnas, a prefeita Sheila Gama (PDT) — que não se reelegeu em Nova Iguaçu — exonerou nesta quinta-feira, de uma só tacada, 34 servidores em cinco secretarias e uma unidade de saúde. Todos ocupavam cargos de confiança e ganhavam salários que variavam entre R$ 600 e R$ 2,5 mil.

A prefeitura afirmou que as demissões não têm relação com o resultado da eleição, e ocorreram por medida de economia. Uma nota da assessoria do Executivo informou que “as exonerações foram feitas para adequar a folha de pagamento e os trabalhos internos, visando a transição de governo”.

Mas as demissões, publicadas no Diário Oficial de ontem, podem ser as primeiras de uma série. A prefeitura não descarta a possibilidade de ocorrerem novas exonerações nos próximos dias.
Entre os que já perderam o emprego estão chefes e gerentes de divisão, assessores de gabinete, supervisores de unidades de saúde, assessores especiais e assessores técnicos. Todos eram lotados no Hospital da Posse, secretarias de Meio Ambiente, de Assistência Social, de Esporte e Lazer, de Transporte e de Trânsito e Serviços Públicos.
Até esta quinta-feira, nenhum contato havia sido feito entre a equipe de Sheila Gama e a do prefeito eleito Nélson Bornier (PMDB).
Sheila Gama não é a primeira prefeita da Baixada a exonerar servidores, após o término das eleições. Depois do primeiro turno, o prefeito de Belford Roxo, Alcides Rolim (PT), que também foi derrotado nas urnas, demitiu 124 ocupantes de cargos de confiança, entre eles o funkeiro Rômulo Costa, secretário de Educação do município.
Dois dias depois da primeira publicação em Diário Oficial, Rolim fez novas exonerações, chegando a demitir mais de 400 comissionados. A exemplo de Nova Iguaçu, as demissões ocorreram para adequar a folha de pagamento para o governo do futuro prefeito, que tomará posse no dia 1º de janeiro.
Leia mais: http://extra.globo.com/noticias/rio/baixada-fluminense/sheila-gama-exonera-34-servidores-em-nova-iguacu-novas-demissoes-nao-estao-descartadas-6620782.html#ixzz2BFxsNK4M

domingo, 4 de novembro de 2012

Jogo Brutus (texto do Jacques Gruman)‏


Ao Carlos Heitor Cony, por uma inspiração involuntária.


 

Somos um país de torcedores. Como em folhetins de todas as épocas, existe uma tendência nacional de reduzir tudo a heróis e vilões. Para a turma da minha geração, a mamadeira já vinha acompanhada de boas doses de Ted Boy Marino contra Verdugo (no inesquecível Telecatch Montilla), de Mickey contra João Bafo de Onça, de Popeye contra Brutus, de Super Homem contra Lex Luthor. Esses polos deixam de ser inocentes manifestações de paixão quando se transportam para o mundo puro e duro. Utilizar a linguagem dos quadrinhos para se entender a sociedade leva a aberrações como, por exemplo, chamar o ministro do STF, Ricardo Lewandowski, de “vendido” e “traidor”, e o também ministro Joaquim Barbosa, de “herói nacional”. Ou vice-versa, dependendo do gosto do freguês. A simplificação do Fla-Flu nunca foi boa conselheira.
        O julgamento do mensalão segue, em grandes linhas, o padrão das torcidas. Há um clima de quase histeria em certos momentos. O que me inquieta é a base movediça que informa os torcedores. Quantos deles têm acesso aos autos dos processos ? Quantos, entre eles, têm competência jurídica para avaliar pareceres e sentenças ? Quantos entendem o idioma dos Meritíssimos ? Isso vale, claro, para todos os “times” envolvidos e nos remete a uma questão essencial: uma vez que depende de interpretações, não há neutralidade na Justiça. Aliás, não há neutralidade na vida. Não acredito na ingenuidade e “espírito público” dos ilustres petistas que indicaram oito dos onze ministros do STF (e também os dois procuradores do mensalão, o que fez a denúncia inicial e o atual). Desconfio seriamente que imaginavam criar uma boa blindagem no Judiciário, uma sublegenda legal de confiança. Não à toa, antes do julgamento, Jilmar Tatto, líder do PT na Câmara dos Deputados, declarou, com toda a arrogância a que tinha direito: “Os réus petistas vão ser todos absolvidos. Vocês vão ver. Os ministros do STF são corajosos”. Corajosos ? Hoje, são rotulados de “farsantes” por esses torcedores. O time deles, afinal, está perdendo.
        Parte do sentimento popular com relação à malha de corrupção que está sendo julgada vem da história de impunidade para os criminosos de colarinho branco. Como dizem os juristas, neste país só são condenados os três Ps: pobres, pretos e putas. Com bons advogados e legislação leniente, é praticamente impossível que os abastados paguem por seus crimes. No Brasil, existe uma aristocracia que se comporta com a absoluta certeza de que está acima da lei. Além disso, há uma lamentável, mas compreensível, péssima avaliação dos políticos em geral, não raro comparados a bandidos. Na sua época, digamos, veemente, Lula chegou a dizer que havia 300 picaretas no Congresso. Hoje, seu partido dissolveu todas as fronteiras éticas e se alia com o que há de pior, em todos os sentidos, da política brasileira. Como explicar isso ao cidadão comum ? Como defender a atividade política, quando lideranças importantes prostituem suas biografias e aderem ao vale-tudo ?
        Não vou cair na armadilha da arquibancada. Estou acompanhando com seriedade as sessões do STF, estranhando “dosimetrias” e outros jargões, mas me considero incapaz de avaliar o trabalho dos juízes. Minhas conclusões são, portanto, políticas, desenhadas a partir dos dados de conhecimento público. Há indícios muito fortes de que se montou uma operação financeira, alimentada em parte por recursos públicos, com o objetivo de corromper políticos da base aliada do primeiro governo Lula, garantindo, dessa forma, a “governabilidade” e o continuísmo. O jurista Fábio Konder Comparato, um intelectual de esquerda, escreveu: “Esse partido (o PT) surgiu, e permaneceu durante alguns poucos anos, como uma agremiação política de defesa dos trabalhadores contra o empresariado. Depois, em grande parte por iniciativa e sob a direção de José Dirceu, foi aos poucos procurando amancebar-se com os homens de negócio”. Tarso Genro, quadro petista histórico, disse, em entrevista ao Estadão: “Que tem pessoas que cometeram ilegalidades, não tenho dúvida. Seria debochar da Justiça do país e do processo dos inquéritos achar que todo mundo é inocente”. Lula teve, desde o início, um comportamento de biruta de aeroporto. Atordoado pelas denúncias iniciais, fez dois comentários sintomáticos ... e conflitantes. Em entrevista dada em Paris, sem qualquer base factual, afirmou que tudo não passava de rearranjo de caixa dois de campanha, coisa que, no Brasil, “todo mundo faz”. Caixa dois que o então ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, dizia ser “coisa de bandido”. Em seguida, numa reunião ministerial, desabafou: “Eu me sinto traído por práticas inaceitáveis sobre as quais eu não tinha qualquer conhecimento. Não tenho nenhuma vergonha de dizer que nós temos de pedir desculpas. O governo, onde errou, precisa pedir desculpas”. Jamais revelou quem traiu. Hoje, há uma blitzkrieg governista, recusando todas as denúncias e colocando-se como vítima de uma “farsa”, montada por “golpistas” e “conspiradores”. Da confirmação à negação total: uma ponte esquizofrênica.
        Os estilhaços não param de se espalhar. Os que pretendem ser “prisioneiros políticos” se forem para a cadeia por corrupção ativa e formação de quadrilha são, não apenas um refluxo patético de seu passado militante, mas uma ofensa grave aos verdadeiros presos políticos de todos os quadrantes e épocas. Uma comparação inaceitável e demagógica. Na entrevista ao jornal argentino La Nación, Lula não conteve a soberba: “Já fui julgado pelas urnas. A eleição de Dilma foi um julgamento extraordinário”. Ato falho ? Ao que se saiba, o companheiro ex-metalúrgico não está no banco dos réus. Ao menos por enquanto. É melancólico.
        Um esclarecimento indispensável. O PT não é uma associação criminosa, como verbera a mídia de direita. Não é, claro, o inimigo principal na luta por um Brasil socialista. Tem quadros e militantes dedicados, honestos e sinceramente empenhados em lutas progressistas. Ocorre que renunciou, faz tempo, à esquerda. O projeto do partido no poder tem sido administrar os interesses do capital, conciliar com as forças conservadoras e amortecer os conflitos sociais, cooptando organizações populares. Desde a Carta aos Brasileiros, de 2002, o PT adernou para o centro e, em muitas situações, à direita. Nas campanhas eleitorais, que praticamente não se diferenciam dos demais partidos, trata de não fazer marola e retira a política da agenda. Hoje, é legítimo perguntar: qual é o projeto político do PT ? Não levo a sério essa história de “conspiração” e ameaça às elites. Luta de classes é um conceito manipulado pelo PT ao sabor das conveniências. Quando se trata do mensalão, são a “mídia golpista” e as “elites” que querem destruir um partido de origem popular. Quando se trata de atender às demandas da burguesia, estende-se o tapete vermelho e toma de isenção fiscal, aumento de crédito e outros mimos. Replica o modelo consumista dos países capitalistas centrais, sem uma crítica consistente às limitações desse modelo.
        Como nas novelas policiais, fica a pergunta: alguém irá preso ? No Brasil, não há a mínima condição de se responder. Tudo tem um bouquet meio shakespeareano. No magnífico Julio César, há o discurso de Marco Antônio, amigo do candidato a ditador que é assassinado. Os conspiradores convencem o povo, num primeiro momento, de que o crime tinha sido necessário para abortar a ameaça de um regime tirânico. Chega Marco Antônio e, com extrema habilidade, muda o estado de espírito da massa. Ficou célebre sua ironia sobre Brutus, um dos assassinos: “Venho aqui no funeral de César. Ele era meu amigo, fiel e justo comigo. Mas Brutus disse que ele era ambicioso, e Brutus é um homem honrado”. Todos os delinquentes se acham homens honrados. Há outra passagem no texto, menos citada. César tinha medo da inteligência. Referindo-se a um senador, diz: “Ele pensa demais. Homens assim são perigosos”. Profetas e Padins Ciços concordariam com César. E eles abundam no Brasil.
Abraço
Jacques

A cara feia do fascismo: Dois graves incidentes marcaram a eleição de ontem em São Paulo. No primeiro, o ministro do STF Ricardo Lewandowski foi ofendido enquanto aguardava para votar. “Bandido, corrupto, ladrão, traidor”, gritaram-lhe alguns eleitores. No segundo, o coordenador da Comissão de Ética do PT paulista, Danilo Camargo, que é advogado (!), agrediu a socos o humorista Oscar Filho, do programa “CQC”, da TV Bandeirantes. Alegou ter sido “provocado”. Expando aos dois casos a nota do presidente da OAB-RJ, Wadih Damous, que se referiu apenas ao ministro Lewandowski: “Trata-se da conduta de vândalos, com conotações fascistas”. Caso de gente que só sabe conviver com o sim, senhor.

quinta-feira, 1 de novembro de 2012


Ipea apresenta perfil universitário brasileiro
Pesquisa traz dados preliminares sobre a juventude brasileira e a chinesa

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulga nesta terça-feira, 06, às 14h30, o Relatório de Pesquisa – Estudo comparado sobre a juventude brasileira e a chinesa – Primeiras análises dos dados brasileiros. O documento, que será apresentado na sede do Instituto, em Brasília (SBS, Qd. 1, Bloco J, Edifício BNDES/Ipea, auditório do subsolo), com transmissão ao vivo pelo Portal Ipea, traz os primeiros resultados da parte brasileira da pesquisa e versa sobre valores, estilos de vida e aspirações de jovens universitários brasileiros, além de prognósticos sobre as futuras elites formadas nas universidades nos dois países.
Os temas abordados serão escolaridade dos pais dos jovens universitários brasileiros, satisfação com a graduação que o jovem brasileiro está cursando, utilização do tempo de estudos fora da sala de aula e a visão desses jovens sobre a China. Confira abaixo a programação do lançamento, que terá a participação do presidente do Ipea, Marcelo Neri, do técnico do Instituto Eduardo Zen e da professora da UnB Ana Maria Nogales.
Realizada a partir da aplicação de questionários para 4.800 jovens universitários entre 18 e 24 anos _ sendo metade brasileiros e metade chineses, a pesquisa é resultado do acordo de cooperação técnica entre o Ipea, a Sociedade Brasileira de Sociologia (SBS), o China Youth and Children Research Center – CYCRC (Centro de Pesquisa em Infância e Juventude da China) e a China Youth and Children Research Association – CYCRA (Associação de Pesquisa em Infância e Juventude da China).
O seminário e lançamento do relatório marcam o fim da coleta de dados no Brasil e a abertura do período de análise das informações de forma comparada com os dados chineses.
PROGRAMAÇÃO
14h30 - 15h30 - Abertura, Metodologia e Dados Preliminares do Brasil
- Marcelo Neri, presidente do Ipea
- Eduardo Luiz Zen, técnico de Planejamento e Pesquisa da Disoc (Ipea)
- Ana Maria Nogales, professora do Departamento de Estatística da UnB e Doutora
em Demografia
15h30 - 17h30 - Mesa redonda: Juventude e Educação Superior: um panorama sobre o Brasil e a China
Tema 1: Considerações Gerais sobre as Relações Brasil-China: jovens universitários
- Tom Dwyer, professor titular do Departamento de Sociologia e membro do grupo de pesquisa Brasil-China do Centro de Estudos Avançados da Unicamp, ex-presidente da SBS
Tema 2: Juventude e Educação Superior no Brasil
- Marília Pontes Spósito, professora titular em Sociologia da Educação e vice-diretora da Faculdade de Educação da USP
Debatedores:
- Alexandre de Freitas Barbosa, professor de História Econômica do Instituto de Estudos Brasileiros da USP
- Paulo Roberto Corbucci, técnico de Planejamento e Pesquisa da Disoc (Ipea)
17h30 - Coquetel de encerramento
Direitos da População Jovem um Marco para o Desenvolvimento de Duque de Caxias
Por: Marcelo Ribeiro
Durante os  quase dois anos à frente da construção de um embrião sobre Politicas Públicas para Juventude em Duque de Caxias, pude perceber que nossa cidade precisa olhar mais diretamente para nossos jovens como uma das principais saídas no desenvolvimento da região, mais moderna inclusiva, que possa buscar a implementação de um Plano Diretor possível com metas, a curto, médio e longo prazo. No aspecto planejamento, não podemos prescindir jamais de trabalhar junto com os nossos jovens, criando um canal de no minimo 50 anos para o desenvolvimento sustentavél, economico, social, cultural. Precisamos dobrar os investimentos em qualificação e requalificação profissional, incluindo cursos que agreguem rendas maiores aos filhos dos trabalhadores e trabalhadoras. 
Apesar do rápido processo de envelhecimento populacional, o Brasil conta atualmente com o maior contingente populacional jovem de sua história, respondendo por mais de um terço da população de 15 a 24 anos da América Latina. Na condição de formador e educador e citando um amigo de trabalho na redação do Jornal BancáRios nos fins dos anos 90 e 00, (Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro) chamado Joel Bueno que comparava uma redação a uma padaria pois o jornal e como pão quente! sai todos os dias. Na sala de aula, o professor dos dias atuais passou a ser mais que um transmissor do conhecimento ou outra convenção que você amigo leitor queira dar a um professor(a). É fato que o Brasil precisa ter uma política mais intima e honesta com nossos jovens e suas mais diferentes condições em todas as regiões deste país. Se por um lado os jovens representam um potencial produtivo determinante para o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milénio assumido pelo país, por outro demandam um cojunto de ações e políticas adequadas que permitam o pleno cumprimento desse potencial, seja do ponto de vista do acesso à educação de qualidade, seja com relação as oportunidades de emprego e renda, saúde integral, segurança pública, participação cidadã, tratamento não coercitivo, equitativo e não dicriminatório em termos de gênero, raça, etnia, local de nascimento, condições de vida ou moradia; o direito a diversidade e à igualdade de fato. 
Tais ações e políticas derivam do respeito aos Direitos Humanos como princípio norteador das sociedades modernas que, por sua vez, têm inspirado um conjunto de leis e normas que buscam situar o jovem como sujeito de direitos e ator relevante na superação dos desafios ainda enfrentados pelo país. 
Durante o período que trabalhamos objetivando criar uma massa de organização de Politicas Públicas para a Juventude, buscando superar as limitações e a falta de apoio institucional, percebemos que não podemos caminhar para uma cidade mais justa, com distribuição de renda sem que haja um pacto verdadeiramente pela juventude. Assim, espero continuar contribuíndo com os atores sociais envolvidos com o tema juventude, estudiosos e desejosos de uma cidade que valorize os seus trabalhadores e o futuro de nossa cidade: os jovens de hoje.

Olá, amigos e amigas, depois de alguns meses trabalhando em prol da democracia de nosso país, ajudando a aleger pessoas comprometidas com o desenvolvimento social sustentavél e coletivo, compreendido entre os sonhos e a realidade que nos cabe. Voltarei a escrever neste veiculo que tenho tanta satisfação meu blog. Então espero contar novamente com todos vocês para conhecer um pouco mais sobre as coisas recorto da vida em vários aspectos. Boa leitura e seja bem bvindo novamente.

Grande abraço a todos.

Professor Marcelo Ribeiro


segunda-feira, 23 de abril de 2012

Petrobras e Vale assinam contrato para exploração de reservas de carnalita



Com a participação da Presidenta da República, Dilma Rousseff, foi assinada, na manhã desta segunda-feira (23/4), a renovação de arrendamento de ativos e direitos minerários de potássio no estado de Sergipe. O contrato foi firmado pela presidente da Petrobras, Maria das Graças Silva Foster, e pelo presidente da Vale, Murilo Ferreira. Participaram da cerimônia o governador do estado de Sergipe, Marcelo Déda, os ministros de Minas e Energia, Edison Lobão, do Planejamento, Miriam Belchior, do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, e o Diretor Corporativo e de Serviços da Petrobras, Jose Eduardo Dutra. 
De acordo com o contrato, a Petrobras permitirá que a Vale, por mais 30 anos, explore as reservas de carnalita, minério do qual se lavra o cloreto de potássio, das reservas da sub-bacia de Sergipe. Quando entrar em operação, o Projeto Carnalita será a maior planta de potássio do país. Em seu primeiro estágio, a previsão é de adicionar um volume de 1,2 milhão de toneladas por ano à produção de potássio em Sergipe. Num segundo estágio, a produção chegará a 2,4 milhões de toneladas por ano.

De acordo com Maria das Graças Silva Foster, a renovação do contrato representa a boa relação entre as duas empresas, resultando no crescimento do estado de Sergipe. "Tenho certeza de que nesse contrato prevaleceu aquele que tem o conhecimento e a competência para explorar e produzir. Após vários estudos, chegamos à solução de uma equação bastante complexa."

A Petrobras está fornecendo para este projeto mais 700 mil m³ de gás/dia. Além dos 250 mil m³ de gás/dia que a Sergás comercializa no estado, a Fafen Sergipe consome 1,4 milhão m³ de gás/dia . Segundo Graça Foster, na fase 2 do Projeto Carnalita, o fornecimento aumentará em 800 mil m³ de gás/dia. "Sergipe será um dos maiores consumidores de gás do Brasil", afirmou a presidente da Petrobras. Anualmente são produzidas 600 mil toneladas de cloreto de potássio, a partir dos sais de silvinita na mina que é arrendada da Petrobras desde 1992.

Leonardo Boff

Melhoras ao modelo vigente de sustentabilidade? 

Jornal do BrasilLeonardo Boff 
Para ser sustentável o desenvolvimento há de ser economicamente viável, socialmente justo e ambientalmente correto. Já submetemos à crítica este modelo standard. Mas devemos ser justos. Houve analistas e pensadores que se deram conta das insuficiências deste tripé. Acrescentaram-lhes outras pilastras complementares. Vejamos algumas delas.
Gestão da mente sustentável: Para que exista  um desenvolvimento sustentável importa previamente construir  novo design mental, chamado por seu formulador, o Prof. Evandro Vieira Ouriques, da Escola de Comunicação do Universidade Federal do Rio de Janeiro, de gestão da mente sustentável. Tenta resgatar o valor da razão sensível pela qual o ser humano se  sente parte da natureza, se impõe um autocontrole para superar a compulsão ao produtivismo e ao consumismo. Visa a um desenvolvimento integral e não só econômico, o que envolve dimensões do humano. É um avanço inegável. Melhor seria se entendesse Terra-Humanidade-Desenvolvimento como um único e grande sistema interconectado, fundando um novo paradigma.       
Generosidade: Rogério Ruschel, editor da revista eletrônica Business do Bem, acrescentou uma outra pilastra: a categoria ética da generosidade. Esta se funda num dado antropológico básico: o ser humano não é apenas egoísta buscando seu bem particular, mas é muito mais um ser social que coloca os bens comuns acima dos particulares ou os interesses dos outros no mesmo nível de seus próprios. Generoso é aquele que comparte, que distribui conhecimentos e experiências sem esperar nada em troca. Uma sociedade é humana quando além da justiça necessária incorpora a generosidade e o espírito de cooperação de seus cidadãos
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Acuado, Fernando Cavendish, dono da Delta, parte para o ataque


A Delta, empreiteira que mais recebeu recursos do Programa de Aceleração de Crescimento (PAC), pode vir a ser o foco principal das investigações na CPMI do Cachoeira.
Acusado de ser apenas um laranja do bicheiro Carlinhos Cachoeira, Fernando Cavendish, dono da empresa, está usando a imprensa para contra-atacar. O primeiro ato foi conceder uma entrevista nesta quinta-feira para o jornal paulista "Folha de S. Paulo", onde se defendeu das acusações. Neste sábado, deve vir o segundo golpe.
Empresário divulga gravações
Cavendish teria divulgado cerca de 7h de gravações a uma grande revista semanal, que chega às bancas neste sábado. O conteúdo virou a capa da publicação, indício de que deve trazer denúncias contra pessoas influentes. O empresário assume que é amigo íntimo do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral. O político é padrinho dos filhos de Fernando.

"Chuva de cocô" intriga moradores de vilarejo na França


JB Online
PARIS - Uma estranha chuva marrom no vilarejo de Saint-Pandelon tem tirado o sono de moradores do local que têm convivido com "gotas" que sujam os carros, móveis de jardim e roupas dos varais, com a textura e cheiro de coliforme fecal.
De acordo com a prefeitura da região, famílias estão alardeadas por não saberem o que fazer para evitar que seus filhos sejam atingidos pelo cocô. O ar fica irrespirável e a amaeaça de, a qualquer momento caiam os excrementos faz com que os cerca de 750 habitantes evitem de sair de casa sem guarda-chuva.
Um laboratório da região realizou pesquisas científicas com o material colhido das "misteriosas chuvas" e confirmou que as gotas são de origem animal. No entanto, as pesquisas não identificaram se é originário de pássaros.

Rio+20: cúpula pode deixar metas sustentáveis para 2015


Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, principal resultado esperado da Rio+20, só começarão a ser formulados em 2015. A previsão vem do segundo esboço do documento final da conferência e pode frustrar quem achava que a cúpula teria metas concretas. O texto, apelidado de "Rascunho Um", será discutido a partir desta segunda em uma reunião informal na sede das Nações Unidas em Nova York. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.
O Rascunho Um é um documento provisório, uma tentativa de condensar um texto de 278 páginas de contribuiçõesdos países, apresentadas na última reunião preparatória da Rio+20, em março de 2012. 
O texto, que traz mais substância à primeira versão do documento, o Rascunho Zero, se cala a respeito da reforma das instituições ambientais da ONU, e apresenta temas que tendem a serem discutidos nas mesas-redondas dos chefes de Estado: água, segurançaalimentar, oceanos e cidades, entre outros. 
Por enquanto, o novo documento sugere uma Rio+20 cujo resultado serão exortações genéricas e sem metas, o que tem causado preocupação ao Brasil por estar engajado em um processo de negociação paralela de compromissos.

Sexo oral causa mais câncer de garganta que cigarro e bebida, diz pesquisa


O tabaco, substância presente no cigarro, e o consumo de bebidas alcoólicas sempre foram apontados como um dos principais fatores para desenvolvimento de câncer na região da garganta. Pois agora cientistas afirmam que o sexo oral ocupa o topo da lista entre os comportamentos de risco.
Pesquisa realizada pela Universidade do Estado de Ohio, nos Estados Unidos, descobriu que o vírus HPV atualmente é a principal causa da doença em pessoas com menos de 50 anos. O papiloma vírus humano pode provocar lesões de pele ou em mucosas. Existem mais de 200 variações com menores e maiores graus de perigo. Um deles é o causador de verrugas no colo do útero, consideradas lesões pré-cancerosas.
Homens com mais de 50 anos costumavam ser as principais vítimas do câncer de garganta. Principalmente aqueles com histórico de fumo e consumo de bebida alcoólica. Mas o problema tem crescido em faixas etárias mais baixas, e dobrou nos últimos 20 anos nos Estados Unidos em homens com menos de 50 anos devido ao vírus.
Outros países como Inglaterra e Suécia também identificaram aumento da doença devido ao HPV. Na Suécia, apenas 25% dos casos tinham relação com o vírus na década de 1970 e, agora, o índice chega a 90%, de acordo com uma das pesquisadoras, a professora Maura Gillison.
Segundo ela, alguém infectado com o tipo de vírus associado ao câncer de garganta tem 14 vezes mais chances de desenvolver a doença. "O fator de risco aumenta de acordo com o número de parceiros sexuais e especialmente com aqueles com quem se praticou sexo oral", afirmou a pesquisadora.
Os resultados do levantamento vão ao encontro de outros já feitos sobre o mesmo tema, como o realizado pela Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos. Realizado no ano passado, o estudo apontou que pessoas que tiveram mais do que seis parceiros com quem praticaram sexo oral tinham nove vezes mais chances de desenvolver câncer de garganta. Nos que já haviam tido algum tipo de infecção provocada pelo HPV, o risco subia para 32 vezes.
Os médicos que realizaram o levantamento sugeriram que homens também sejam vacinados contra o vírus, como é recomendado para as mulheres. Em países como Inglaterra, meninas de 12 e 13 anos recebem a vacina contra HPV e, segundo dados, previne até 90% dos casos de infecções.
No Brasil, há dois tipos de vacinas disponíveis, contra os tipos mais comuns de câncer do colo do útero, mas o governo alerta que não há evidência suficiente da eficácia da vacina, o que só poderá ser observado depois de décadas de acompanhamento. O governo também recomenda a prática de sexo seguro como a melhor maneira de se prevenir.

CPMI: De olho em 2014, Garotinho promete trazer revelações contra Cabral


Jornal do BrasilIgor Mello
Principal opositor do grupo político de Sergio Cabral no estado do Rio, o deputado federal Anthony Garotinho afirma publicamente que terá muitas contribuições a dar à CPMI do Cachoeira. O ex-governador está especialmente interessado nas relações do contraventor com a Delta Construções.
Garotinho afirma ter documentos e informações que comprometeriam Cabral e seus principais aliados. A relação entre o governador e o dono da Delta, Fernando Cavendish, é considerada uma espécie de "telhado de vidro".

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Romário:
QUE PAÍS É ESSE?
 
Muito bom!
 
Parte de entrevista do ROMÁRIO ao jornalista Cosme Rimoli - TV Record .
- Você foi recebido com preconceito em Brasília?
Olha, vou ser claro para quem ler entender como as coisas são. Há o burro, aquele que não entende o que acontece ao redor. E há o ignorante, que não teve tempo de aprender. Não houve preconceito comigo porque não sou nem uma coisa nem outra. Mesmo tendo a rotina de um grande jogador que fui, nunca deixei de me informar, estudar. Vim de uma família muito humilde. Nasci na favela. Meu pai, que está no céu, e minha mãe ralaram para me dar além de comida, educação. Consciência das coisas... Não só joguei futebol. Frequentei dois anos de faculdade de Educação Física. E dois de moda. Sim, moda. Sempre gostei de roupa, de me vestir bem. Queria entender como as roupas eram feitas. Mas isso é o de menos. O que importa é que esta sede de conhecimento me deu preparo para ser uma pessoa consciente... Preparada para a vida. E insisto em uma tese em Brasília, com os outros deputados. O Brasil só vai deixar de ser um país tão atrasado quando a educação for valorizada. O professor é uma das classes que menos ganha e é a mais importante. O Brasil cria gerações de pessoas ignorantes porque não valoriza a Educação. E seus professores. Não há interesse de que a população brasileira deixe de ser ignorante. Há quem se beneficie disso. As pessoas que comandam o País precisam passar a enxergar isso. A Saúde é importante? Lógico que é. Mas a Educação de um povo é muito mais.
- Essa ignorância ajuda a corrupção? Por exemplo, que legado deixou o Pan do Rio?
Você não tenha dúvidas que a ignorância é parceira da corrupção. Os gastos previstos para o Pan do Rio eram de, no máximo, R$ 400 milhões. Foram gastos R$ 3,5 bilhões. Vou dar um testemunho que nunca dei. Comprei alguns apartamentos na Vila Panamericana do Rio como investimento. A melhor coisa que fiz foi vender esses apartamentos rapidamente. Sabe por quê? A Vila do Pan foi construída em cima de um pântano. Está afundando. O Velódromo caríssimo está abandonado. Assim como o Complexo Aquático Maria Lenk... É um escândalo! Uma vergonha! Todos fingem não enxergar. Alguém ganhou muito dinheiro com o Panamericano do Rio. A ignorância da população é que deixa essa gente safada sossegada. Sabe que ninguém vai cobrar nada das autoridades. A população não sabe da força que tem. Por isso que defendo os professores. Não temos base cultural nem para entender o que acontece ao nosso lado. E muito menos para perceber a força que temos. Para que gente poderosa vai querer a população consciente? O Pan do Rio custou quatro vezes mais do que este do México. Não deixou legado algum e ninguém abre a boca para reclamar.
- Se o Pan foi assim, a Copa do Mundo no Brasil será uma festa para os corruptos...
Vou te dar um dado assustador. A presidente Dilma havia afirmado quando assumiu que a Copa custaria R$ 42 bilhões. Já está em R$ 72 bilhões. E ninguém sabe onde os gastos vão parar. Ningúem. Com exceção de São Paulo, Rio, Minas, Rio Grande do Sul e olhe lá...Pernambuco... Todas as outras sete arenas não terão o uso constante. E não havia nem a necessidade de serem construídas. Eu vi onze das doze... Estive em onze sedes da Copa e posso afirmar sem medo. Tem muita coisa errada. E de propósito para beneficiar poucas pessoas. Por que o Brasil teve de fazer 12 sedes e não oito como sempre acontecia nos outros países? Basta pensar. Quem se beneficia com tantas arenas construídas que servirão apenas para três jogos da Copa? É revoltante. Não há a mínima coerência na organização da Copa no Brasil.
- São Paulo acaba de ser confirmado como a sede da abertura da Copa. Você concorda?
Como posso concordar? Colocaram lá três tijolinhos em Itaquera e pronto... E a sede da abertura é lá. Quem pode garantir que o estádio ficará pronto a tempo? Não é por ser São Paulo, mas eu não concordaria com essa situação em lugar nenhum do País. Quando as pessoas poderosas querem é assim que funcionam as coisas no Brasil. No Maracanã também vão gastar uma fortuna, mais de um bilhão. E ninguém tem certeza dos gastos. Nem terá. Prometem, falam, garantem mas não há transparência. Minha luta é para que as obras não fiquem atrasadas de propósito. E depois aceleradas com gastos que ninguém controla.
- O que você acha de um estádio de mais de R$ 1 bilhão construído com recursos públicos. E entregue para um clube particular.
Você está falando do estádio do Corinthians, não é? Não vou concordar nunca. Os incentivos públicos para um estádio particular são imorais. Seja de que clube for. De que cidade for. Não há meio de uma população consciente aceitar. Não deveria haver conversa de politico que convencesse a todos a aceitar. Por isso repito que falta compreensão à população do que está acontecendo no Brasil para a Copa.
- A Fifa vai fazer o que quer com o Brasil?
Infelizmente, tudo indica que sim. Vai lucrar de R$ 3 a R$ 4 bilhões e não vai colocar um tostão no Brasil. É revoltante. Deveria dar apenas 10% para ajudar na Educação. Iria fazer um bem absurdo ao Brasil. Mas cadê coragem de cobrar alguma coisa da Fifa. Ela vai colocar o preço mais baixo dos ingressos da Copa a R$ 240,00. Só porque estamos brigando pela manutenção da meia entrada. É uma palhaçada! As classes C, D e E não vão ver a Copa no estádio.
O Mundial é para a elite. Não é para o brasileiro comum assistir.
- Ricardo Teixeira tem condições de comandar o processo do Mundial de 2014?
Não tem de saúde. Eu falei há mais de quatro meses que ele não suportaria a pressão. Ser presidente da CBF e do Comitê Organizador Local é demais para qualquer um. Ainda mais com a idade que ele tem. Não deu outra. Caiu no hospital. E ainda diz que vai levar esse processo até o final. Eu acho um absurdo.
- Muito além da saúde de Ricardo Teixeira. Você acha que pelas várias denúncias, investigações da Polícia Federal... Ele tem condições morais de comandar a organização Copa no Brasil?
Não. O Ricardo Teixeira não tem condições morais de organizar a Copa. Não até provar que é inocente. Que não tem cabimento nenhuma das denúncias. Até lá, não tem condições morais de estar no comando de todo o processo. Muito menos do futebol brasileiro...
Entrevista concedida ao repórter Cosme Rímoli, da TV Record.
 
 
A África apresentou há alguns meses atrás o resultado final da Copa do Mundo: deu prejuízo e grande. Agora é a vez do Brasil. Fifa, CBF, políticos e os empreiteiros vão ganhar muito dinheiro. E o povo? Nada como sempre!
Apenas terá a obrigação de contribuir para pagar a conta.
Precisamos virar a cara para esses eventos literalmente sujos e mafiosos.
Quem teve a idéia de promover, o evento em nosso país, alguém sabe?
O Brasil é uma farsa, como sempre irá jogar a sujeira para debaixo do tapete.