quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Como as revoluções acontecem: padrões do Irã ao Egito

1979

  Irã Dias: 448 Mortes: Mais de 3 mil Objetivo: manifestantes pró-democracia iniciaram uma revolução popular para derrubar o xá Reza Pahlevi, mas islamistas assumiram o poder no país.
Resultado: objetivo alcançado

1989

  Praça da Paz Celestial Dias: 51 Mortes: 3 mil (estimadas) Objetivo: estabelecer a democracia, pôr fim ao sistema de partido único e pôr fim à corrupção.
Resultado: objetivo não alcançado

1998

  Indonésia Dias: 10 Mortes: 1 mil (estimadas) Objetivo: derrubar o regime de Suharto e abolir o nepotismo político.
Resultado: objetivo alcançado

2004

  Ucrânia Dias: 37 Mortes: 0 Objetivo: anular o resultado de eleições consideradas fraudulentas, garantir uma nova votação e pôr fim à corrupção e à censura.
Resultado: objetivo parcialmente alcançado.

2010

  Tunísia Dias: 30 Mortes: 147 Objetivo: derrubar o regime do impopular presidente Zine al-Abidine Ben Ali.
Resultado: objetivo alcançado.

2011

  Egito Dias: 18 Mortes: 300 (estimadas) Objetivo: derrubar o presidente Hosni Mubarak e promover eleições livres e democráticas.
Resultado: objetivo parcialmente alcançado.
Manifestantes no Egito: descontentamento que culminou em revolução
Revoluções podem ser curtas e sangrentas, ou lentas e pacíficas. Cada uma delas tem seu estilo, apesar de haver padrões recorrentes - incluindo alguns que foram demonstrados no Egito.
O revolucionário marxista Leon Trotsky uma vez afirmou que se pobreza fosse a causa de revoluções, haveria revoluções o tempo todo, porque a maior parte das pessoas do mundo é pobre. O que é necessário para transformar o descontentamento de um milhão de pessoas em uma multidão nas ruas é uma fagulha que os eletrize.
Mortes violentas têm sido o catalizador mais comum para radicalizar o descontentamento em revoluções ao longo dos últimos 30 anos. Algumas vezes a fagulha é medonha, como a incineração de centenas de pessoas em um cinema iraniano em 1978, atribuída à polícia secreta do xá Reza Pahlevi.
Outras vezes, o ato desesperado de um manifestante suicida que se auto imola, como o feirante Mohammed Bouazizi, na Tunísia, em dezembro de 2010, inflama o imaginário de um país.
Até rumores de brutalidade, como as alegações de que a polícia secreta comunista havia espancado dois estudantes até a morte em Praga, em novembro de 1989, podem enfurecer um público já totalmente desiludido com o sistema.
Relatos de que Milosevic causou o "desaparecimento" de seu predecessor, Ivan Stambolic, semanas antes das eleições presidenciais na Iugoslávia em 2000, ajudaram a cristalizar a rejeição sérvia a seu regime.
Modelo chinês
A morte - apesar de nesse caso não violenta - também desempenhou um papel na China em abril de 1989, quando estudantes em Pequim tomaram para si a cerimônia de luto organizada pelo governo para o ex-líder comunista Hu Yaobang, ocupando a Praça da Paz Celestial para protestar contra a corrupção do partido e a ditadura.
Mas apesar de a crise chinesa ter estabelecido um modelo de como realizar protestos e ocupar praças simbólicas no centro de cidades, também se tornou o fracasso mais óbvio do "Poder do Povo".
Ao contrário de outros ditadores mais velhos, Deng Xiaoping mostrou energia e habilidade na resposta aos manifestantes. Seu regime melhorou a vida de um bilhão de chineses. Estes foram os soldados enviados para atirar nas multidões.
Manifestantes contrários à "reeleição" de Suharto na Indonésia em março de 1998 culminaram na morte a tiros de quatro estudantes em maio, que detonaram uma série de manifestações e mais violência, até que mil morreram.
Trinta anos antes Suharto poderia ter matado centenas de milhares com impunidade. Mas a corrupção e a crise econômica asiática tinham implodido o apoio a seu regime. Após 32 anos no poder, sua família e seus aliados tinham enriquecido demais, enquanto muitos de seus ex-simpatizantes estavam empobrecendo - uma pobreza que compartilhavam com pessoas comuns.
O que derruba um regime é quando seus integrantes se voltam contra ele. Enquanto a polícia, o Exército e autoridades de alto escalam pensarem que têm mais a perder com uma revolução do que com a defesa de um regime, mesmo protestos em massa podem ser desafiados e esmagados. Lembrem-se da Praça da Paz Celestial.
Mas se integrantes do regime e homens em armas começam a questionar a razão de se apoiar um regime - ou puderem ser subornados - então o poder implode rapidamente.
O presidente Ben Ali da Tunísia decidiu fugir quando seus generais lhe disseram que não atirariam nas multidões. Na Romênia, em dezembro de 1989, Ceausescu viveu para ver o general em quem ele confiava para reprimir os manifestantes tornar-se juiz-chefe de seu julgamento, no dia de Natal.
A pressão externa também desempenha um papel na mudança de um regime. Em 1989, a recusa do líder soviético Mikhail Gorbachov em usar o Exército Vermelho para apoiar regimes comunistas do Leste da Europa, que enfrentavam protestos nas ruas, fez com que generais locais entendessem que a força não era uma opção.
Os EUA repetidamente pressionaram seus aliados autoritários a fazerem concessões e então, quando eles começavam a tropeçar no poder, a renunciar.
Esclerose
A longevidade de um regime e particularmente a idade de um governante pode resultar em uma incapacidade fatal de reagir rapidamente aos eventos.
Do xá do Irã, que sofria de câncer, ao doente Honecker na Alemanha Oriental a Suharto na Indonésia, décadas de poder criaram uma esclerose política que tornou manobras políticas sutis impossíveis. Como o Egito nos lembra, revoluções são feitas pelos jovens.
Saídas graciosas são raras em revoluções, mas a oferta de uma aposentadoria segura pode acelerar e tornar uma mudança mais tranquila.
Em 2003, Shevardnadze foi acusado por muitos na Geórgia de ser um "Ceausescu", mas foi abandonado em sua vila, quando renunciou. Os generais de Suharto garantiram que ele pudesse se aposentar para morrer em paz uma década depois - mas seu filho "Tommy" foi preso.
Quase sempre há uma vontade do povo de punir líderes derrotados. Seus sucessores também acreditam que voltar-se contra um ex-líder pode ser uma distração de problemas econômicos e sociais, que não desaparecem com a mudança de regime.
* O historiador Mark Almond é autor de Uprising - Reviravoltas Políticas que Mudaram o Mundo

Classe média emergente põe pressão sobre infraestrutura no Brasil, diz ‘FT’

Dilma Rousseff
Para jornal, blecautes aumentam pressão sobre Dilma Rousseff
Os recentes episódios de apagões registrados em várias regiões do Brasil são uma indicação de que a infraestrutura do país pode estar sendo pressionada pelo aumento da demanda gerado pela classe média emergente, segundo afirma reportagem publicada nesta quinta-feira pelo diário econômico britânico Financial Times.
“A classe média do Brasil, em rápido crescimento, tem colocado uma grande pressão sobre o sistema elétrico, conforme as pessoas correm para comprar suas primeiras máquinas de lavar, televisões e outros eletrodomésticos”, diz o jornal.
“No dia 4 de fevereiro, oito Estados da pobre região nordeste do Brasil ficaram sem eletricidade por várias horas. O governo culpou problemas de transmissão. Quatro dias depois, um blecaute atingiu São Paulo, a maior cidade do país e seu centro financeiro”, relata o texto.
Para o FT, “os blecautes renovaram a pressão sobre Dilma Rousseff, a nova presidente do Brasil, para melhorar a infraestrutura enferrujada do país antes da realização da Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos Olímpicos dois anos depois”.
Prioridades
O texto comenta que “a energia é uma das prioridades mais urgentes”. “O Brasil espera que o consumo de eletricidade cresça 5,3% ao ano entre 2009 e 2019, exigindo um investimento total de R$ 214 bilhões”, diz a reportagem.
Apesar disso, observa o jornal, os analistas dizem que o problema é mais do que apenas investimentos, mas também de planejamento, burocracia e de disputas políticas.
“São Paulo não obteve sua quota de investimento federal porque o governador local era de um partido que não faz parte da coalizão nacional no poder”, afirma a reportagem.
O jornal conclui perguntando se “os fãs de esporte serão atingidos quando a Copa do Mundo e a Olimpíada forem realizadas”.
“Analistas acreditam que Rousseff, uma tecnocrata que já foi ministra da Energia, terá um interesse pessoal em resolver os problemas”, finaliza o FT.

Manifestantes vão às ruas contra Khadafi em três cidades da Líbia

Em Trípoli, líbios foram às ruas defender Muamar Khadafi
Pelo menos três cidades na Líbia, Benghazi, Al-Bayda e Zentan, foram palco nesta quinta-feira de grandes protestos contra o governo, após opositores do regime do coronel Muamar Khadafi terem convocado um “dia de fúria” no país.
Inspirados pelas manifestações no Egito e na Tunísia, os protestos mais violentos ocorreram em Benghazi, segunda maior cidade do país, no nordeste líbio.
De acordo com testemunhas, milhares de pessoas foram às ruas na cidade gritando frases como “o povo quer derrubar Khadafi”, que governa o país desde 1969.
Sites oposicionistas afirmaram que ao menos seis pessoas foram mortas em Benghazi e várias em Al-Bayda e Zentan. Entretanto, a correspondente da BBC no país, Rana Jawad, confirma apenas duas mortes.
Em Trípoli, a capital do país, simpatizantes de Khadafi também se reuniram para uma manifestação em favor do líder.
Demissão
Segundo o jornal opositor Al-Yawm, uma delegacia em Zentan foi incendiada pelos manifestantes.
Em Al-Bayda, o chefe da segurança municipal foi demitido, após choques entre a polícia e manifestantes que, segundo a mídia local, deixaram vários mortos na quarta-feira.
A TV estatal, no entanto, ignorou os protestos, exibindo apenas músicas patrióticas e fotos das manifestações pró-governo em Trípoli. Os manifestantes pró-Khadafi acusam a mídia estrangeira de incentivar os protestos.
Tanto Benghazi como Al-Bayda ficam no leste do país, reduto da oposição nos anos 90 e de onde vieram muitos dos opositores políticos que estão presos ou exilados.
Segundo a correspondente da BBC, protestos desse porte indicam um momento desafiador na história do país, onde raramente se vê manifestações populares.
Relatos em sites como o Facebook e o Twitter afirmam ainda que forças do governo abriram fogo contra os manifestantes, usando helicópteros em alguns locais. Também há indicações do uso de atiradores de elite.
Os manifestantes têm usado as mídias sociais para convocar protestos.

Jucá confirma para quarta-feira votação do mínimo no Senado


Líder do governo na Casa disse que vai requerer a urgência na tramitação (Foto: Geraldo Magela/Agência Senado - arquivo)

O projeto de lei que fixa o salário mínimo em R$ 545 e prorroga até 2015 as regras acordadas com as centrais sindicais no Governo Lula deve ser votada, no Senado, na quarta-feira. O líder do governo na Casa, Romero Jucá (PMDB-RR), disse que vai requerer a urgência na tramitação da matéria para que seja apreciada diretamente em plenário.
Sem a urgência, o projeto seria encaminhado à votação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) assim que chegasse no Senado. A previsão é que o texto aprovado com folgada maioria, na Câmara, chegue hoje (17) para a apreciação dos senadores. Assim que for protocolado, será lido em sessão plenária e iniciará oficialmente a tramitação.
A expectativa de Jucá é que o salário mínimo de R$ 545 seja aprovado pela mesma maioria folgada de votos, assim como ocorreu na Câmara.
- Estamos confiantes. Espero que a base aliada, no Senado, garanta a aprovação expressiva que o projeto teve na Câmara. Vamos trabalhar para isso - afirmou.
Ontem, na Câmara, foram mais de dez horas de discussões e negociações. O relator da matéria, deputado Vicentinho (PT-SP), rejeitou a maioria das emendas apresentadas ao projeto. Um dos pontos polêmicos da matéria era o Artigo 3º que estabelece que os reajustes e aumentos fixados pela futura lei a vigorar entre 2012 e 2015 serão estabelecidos pelo Poder Executivo por meio de decreto.
Para atender aos questionamentos de muitos deputados, o relator alterou o texto original do governo para deixar claro que o decreto que definirá o valor do mínimo não vai infringir as regras para o reajuste do salário mínimo que forem aprovadas pelo Congresso Nacional.

Ipea divulga estudo sobre Biodiversidade


Série abordará ainda políticas públicas de meio ambiente, Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), comércio internacional e direito ambiental
 O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) apresentou nesta quinta-feira, 17, às 10 horas, o Comunicado do Ipea n° 78: Biodiversidade. Parte da série Eixos do Desenvolvimento Brasileiro, o estudo apresenta questões como o conhecimento sobre a diversidade de espécies no Brasil, animais ameaçados de extinção, desmatamento na Amazônia, Unidades de Conservação, entre outros.
O Comunicado n° 78 foi apresentado no auditório do Ipea em Brasília (SBS, Quadra 1, Bloco J, Edifício BNDES, subsolo). Os técnicos de Planejamento e Pesquisa do Ipea Nilo Saccaro, João Paulo Viana e Julio Cesar Roma fizeram a apresentação do comunicado. Durante a entrevista coletiva, transmitida on-line para todo o Brasil, jornalistas tiveram suas perguntas respondidas pelos pesquisadores.
 Série
O Comunicado faz parte de um conjunto amplo de estudos sobre o que tem sido chamado, dentro da instituição, de Eixos do Desenvolvimento Brasileiro: Inserção internacional soberana; Macroeconomia para o desenvolvimento; Fortalecimento do Estado, das instituições e da Democracia; Infraestrutura econômica, social e urbana; Estrutura tecnoprodutiva integrada e regionalmente articulada; Proteção social, garantia de direitos e geração de oportunidades; e Sustentabilidade ambiental.
O Comunicado do Ipea nº 78, encontra-se dividido em duas partes: Genes e Espécies e Biomas Brasileiros. Na primeira parte exploram-se questões como o estado de conservação da flora e fauna brasileiras, a conservação do patrimônio genético do Brasil e o nível de conhecimento sobre o número de espécies no país. Na segunda parte são abordados seis biomas brasileiros: Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pantanal, Pampa e a Zona Costeira que tem sido mencionada como o sétimo bioma brasileiro.
A série Sustentabilidade Ambiental no Brasil: Biodiversidade, economia e bem-estar humano faz uma análise de diversos setores relacionados ao meio ambiente no Brasil. E busca servir como uma sistematização e reflexão sobre os desafios e oportunidades do tema meio ambiente, de forma a fornecer ao Brasil o conhecimento crítico necessário à tomada de posição frente aos desafios da sustentabilidade ambiental.
 Comunicados
O livro Sustentabilidade Ambiental no Brasil: Biodiversidade, economia e bem-estar humano, cujos capítulos deram origem aos comunicados da série, contém outros 14 capítulos sobre temas relacionados ao meio ambiente no Brasil.          
Dentro da série, ainda serão divulgados comunicados sobre comércio internacional, políticas públicas de meio ambiente, Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), direito ambiental, emprego verde e sustentabilidade na construção civil.
 Leia a íntegra do Comunicado do Ipea nº 78: Genes e Espécies e Biomas Brasileiros
Veja os gráficos da apresentação do Comunicado do Ipea nº 78
Confira os próximos comunicados da série Sustentabilidade Ambiental no Brasil: Biodiversidade, economia e bem-estar humano:
 22/2 – Comércio internacional (Brasília)
 23/2 – Mecanismo de Desenvolvimento Limpo, MDL (Rio de Janeiro)
 24/2 – Direito ambiental (São Paulo)

Jovens são os que mais sofrem com desemprego


Estudo do Ipea mostra percepção dos brasileiros sobre mercado de trabalho e qualificação profissional
O Ipea divulgou na manhã do dia 16, quarta-feira o Sistema de Indicadores de Percepção Social – trabalho e renda. O estudo foi apresentado na sede do Ipea, em Brasília,  pelo técnico de Planejamento e Pesquisa Brunu Amorim e teve transmissão ao vivo pelo site do Instituto.
Sobre os inativos, o estudo mostra que a maioria dos homens que nunca procuraram emprego é de  jovens. As mulheres, de forma geral, correspondem a 88% das pessoas que nunca procuraram emprego. Entre as causas citadas mais comuns para a inatividade estão problemas de saúde, salários baixos, afazeres domésticos e falta de qualificação profissional.
Desempregados
De acordo com a pesquisa, cerca de 45% dos desempregados procuram trabalho há mais de 6 meses. Cerca de 25% estão há mais de um ano procurando trabalho. Para Brunu Amorim, essa situação é preocupante porque representa risco de uma perda de habilidades e vínculos profissionais. Além disso, observa-se que o desemprego se concentra entre os mais jovens. 
Acesso à renda
Quanto ao acesso à renda, o estudo revela que a maioria dos trabalhadores informais não recebe um terço de salário nas férias nem décimo terceiro salário, enquanto entre os trabalhadores formalizados mais de 97% recebem seus direitos trabalhistas em dia. Cerca de 18% dos trabalhadores formais entrevistados afirmaram que o valor de seu salário não está registrado corretamente na carteira de trabalho, número considerado alto pelos pesquisadores.
O estudo aponta que os trabalhadores por conta própria acreditam que as medidas que mais contribuiriam para a melhoria do desempenho de seus empreendimentos seriam diminuição dos concorrentes e aumento dos clientes (41,2%), menos impostos e taxas (14,9), facilidade de acesso ao crédito (14,3), entre outros.
Previdência
Enquanto 95% dos trabalhadores formalizados contribuem para a previdência, cerca de 68% dos não formalizados não contribuem. Destes, cerca de 55% alegam não que contribuem com a previdência por não ter renda suficiente. Entre os trabalhadores por conta-própria e empregadores de pequeno porte, 41% não contribuem com a previdência.

Estado vai reformar o estádio do Duque de Caxias para implantação de projeto social


Localizado no distrito de Xerém, o estádio Romário de Souza Faria recebe popularmente, o ‘carinhoso’ e alusivo nome de ‘Marrentão’ (Foto: Junius)
A licitação para as obras de ampliação e reforma do estádio Romário de Souza Faria (ou "Marrentão", como é chamado), do Duque de Caxias, está marcada para o dia 22 de março. A obra, que será executada pelo estado e financiada pela Petrobras, faz parte da adequação do estádio para receber o projeto Gol Social, que a empresa irá desenvolver com jovens carentes dos bairros de Xerém e Campos Elíseos, em Duque de Caxias.
O convênio prevê que, após a conclusão da obra, sejam atendidos 1.050 jovens do Clube Duque de Caxias, em Xerém, e 250 do Clube dos Empregados da Petrobrás, em Campos Elíseos. Além do desenvolvimento dos projetos esportivos, a idéia é transformar os dois núcleos em pólos irradiadores de cidadania e de incentivo ao desenvolvimento de crianças e adolescentes.
- O estado fará as obras necessárias para que esse projeto possa chegar o mais breve possível aos jovens daquela região. Iniciativas como essa devem ser sempre aplaudidas e incentivadas - afirmou o subsecretário executivo de Obras, Hudson Braga.
As obras estão orçadas em R$ 3,7 milhões e inclui a ampliação da arquibancada, a melhoria de vestiários, das instalações para cursos e do gramado. O prazo de conclusão é de 180 dias.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Texto de um educador que tenta desmascarar um dos discursos dominantes da educação brasileira: a culpa é do professor.

“A novela da qual fazemos parte

A situação caótica da educação brasileira tem raízes diversas e complexas. Quero, porém, abordar uma questão que poucas pessoas dispensam atenção – o discurso pedagógico. Nos últimos anos, os professores foram doutrinados a pensar que são inteiramente responsáveis pela educação (seja o sucesso, seja o fracasso), como se a relação professor-aluno fosse o único elemento a se considerar neste processo. As produções acadêmicas de psicólogos, pedagogos e psicopedagogos são unânimes em apontar o culpado pela decadência do ensino no país – o magistério. Claro que não dizem isso diretamente, mas é indiscutível que esta ideia está implícita em suas teorias.

A minha intenção é não cair no lugar comum e dizer que o sistema está falido devido à má formação e atualização dos professores, da desvalorização moral, social e econômica dos docentes, da falta de infra-estrutura da maioria das escolas do país, enfim, isso todos já sabem, não se discute.

O que estou propondo é ampliar este debate. Deste modo, vou citar um estudioso do assunto, Júlio Groppa, adorado por todos aqueles que compartilham o prazer de falar mal do magistério, sobretudo público. Trata-se de uma análise rápida, apenas com a intenção de ilustrar o que pretendo repudiar.

O senhor Júlio Groppa foi escolhido pela secretaria de educação da cidade onde leciono para apresentar uma palestra intitulada “A indisciplina na sala de aula”. Na ocasião, deixou os docentes revoltados com sua arrogância e colocou toda a culpa da desobediência dos alunos nas costas do professorado. Se levarmos em consideração que as palestras deste profissional são muito requisitadas pelas secretarias de educação pelo Brasil afora, trata-se de afirmar que é um discurso comprado (ou assumido) pelo Estado.

Em uma de suas entrevistas, o “professor” Júlio Groppa afirma que a questão da violência na escola é tratada com alarde pela imprensa e pelos professores. A situação é bem menos grave do que parece. Quando questionado sobre a posição dos docentes em falar que o problema está na (falta de) educação familiar do aluno, o referido autor é categórico ao dizer que o professor deveria “se silenciar” ao abordar questões que estão fora da sua alçada. Sem comentários!

Em outra ocasião, num artigo intitulado “da palavra e o professor: notas sobre pregar, narrar e democratizar”, o senhor Júlio Groppa busca no século XVII um texto referencial para defender suas teses. Trata-se de um sermão do Padre Antônio Vieira discorrendo sobre o fracasso das pregações do seu tempo. Desprovido de qualquer análise do contexto histórico de Vieira, o “educador” Júlio Groppa faz suas as conclusões do padre: o fracasso é culpa do pregador.

O estudioso da USP não está sozinho. Faz um bom tempo que as faculdades de pedagogia não fazem outra coisa senão culpabilizar os professores pelo insucesso da aprendizagem dos seus alunos. Poderia aqui citar outros inúmeros profissionais renomados que compartilham este pensamento.

Muitos educadores adoram trazer experiências bem sucedidas na Europa e adaptá-las ao Brasil. Claro que eles se esquecem que lá a educação é levada a sério. Os professores recebem um salário compatível com sua importância social. Pratica-se a verdadeira democratização do ensino, ou seja, a educação pública é freqüentada por todos. Desta forma, toda a sociedade realmente se preocupa com a qualidade de suas escolas. No Brasil, quem tem dinheiro simplesmente manda o filho para uma escola particular. Resolve-se, assim, o problema, bem ao jeitinho passivo do brasileiro!

Entretanto, quando penso na Europa como referencial educacional prefiro seguir uma prática bastante comum na maior parte deste continente: a distribuição de papéis. As leis educacionais costumam definir a seguinte estrutura: ao Estado cabe disponibilizar toda a estrutura para que as escolas possam funcionar; ao professor cabe a obrigação de ensinar, sendo apoiado pelo Estado neste papel; ao aluno cabe a obrigação de aprender, sendo apoiado pela família neste papel. Mais simples do que isso é impossível.

Sabe-se que as certezas e verdades são tão efêmeras quanto duvidosas. Porém, há muitos anos que o Brasil resolveu adotar um pensamento como dogma – a noção de ensino-aprendizagem. Assim como numa Inquisição, cometer a heresia de contestar esta verdade é passível de condenação, menos mal que hoje em dia dispensamos as fogueiras, embora mantenhamos os expurgos.

É preciso abrir um parêntese. Não estou colocando em discussão inúmeros estudos sérios demonstrando a relação estreita entre a forma de ensino e o tipo de aprendizado. Apenas chamo a atenção para os desdobramentos que isto acabou provocando no pensamento pedagógico, sobretudo brasileiro. Utilizando a lógica do dogma em questão, deduzimos que só há ensino se houver aprendizagem, ou seja, se o aluno não aprendeu é porque quem ensinou – o professor – falhou. Que engraçado, acho que já falamos disso lá em cima.

O discurso que aqui entendemos ser dominante na educação brasileira acabou por trazer uma triste consequência para o trabalho do professor. Diante da realidade (alunos semi-analfabetos chegando ao Ensino Médio), muitos colegas sucumbem e apesar de saber que seu aluno não tem condições de seguir adiante não querem conviver com o rótulo de fracassado. No final do ano, arruma-se sempre um “jeitinho” para que o “aproveitamento” seja “satisfatório”. Alimenta-se, desta forma, um circulo vicioso. Mas este mesmo discurso, bancado pelo Estado (viva Júlio Groppa!), está ajudando o Brasil a melhorar os seus números (viva Maquiavel!). Que coisa linda ver aquela mulher do comercial subindo as escadas do desenvolvimento na educação do país! O Ideb só melhora! Escolas e prefeituras pulam de alegria quando veem seus cofres mais cheios por cumprirem a meta do Ideb. O contraditório é que isso tudo contrasta com aquilo que os professores percebem no dia a dia do seu trabalho: a cada ano que passa o “nível” fica pior. Qual é o segredo?

Se você pensar um pouco mais, com calma, vai perceber o quanto de podre se encontra a educação brasileira. O país quer mostrar para o mundo que investe na educação, para isso precisa melhorar os índices de escolaridade. Uma das primeiras iniciativas foi a tão conhecida universalização da educação, garantindo a todas as crianças o acesso à escola. Para garantir lugar para toda esta demanda, era comum os governantes criarem escolas, assunto corriqueiro nas campanhas políticas. Com o passar do tempo, achou-se que não precisava de mais unidades, afinal, seguindo a linha do “coração de mãe”, quem dá aula pra 20 pode muito bem se virar com 40. E, afinal de contas, como já testemunhei uma educadora dizer, “não há nenhuma pesquisa comprovando que numa turma menor há melhor aprendizado”.

Outra iniciativa, esta mais recente, foi incluir a antiga Classe de Alfabetização no Ensino Fundamental, uma manobra simples que aumentava em 1 ano a escolaridade do brasileiro.

Paralelamente, buscou-se uma forma de quantificar a qualidade da educação. Encontrou-se uma fórmula mágica. O Ideb faz uma média entre a nota da Prova Brasil, os índices de evasão e de repetência. E não é de se estranhar que o peso dos números da repetência é maior do que o da avaliação nacional.

Agora é só fazer a brincadeira do siga os pontinhos: o Brasil quer que o Ideb do país melhore e para isso fornece gratificações para os estados e municípios que obtenha tal feito. Os estados e municípios querem receber mais dinheiro e por isso premiam as escolas que conseguem melhorar seu desempenho. Junta-se agora a fome com a vontade de comer. Temos um professor encurralado por dois lados: por um, a equipe pedagógica dizendo que quanto mais ele aprovar, mais competente ele é; de outro, uma secretária de educação ou o diretor de escola (loucos por mais verba) dizendo que quanto menos ele reprovar, menos chance de algo acontecer com ele (leia-se demissão, para os contratados; perseguições; transferências de escola; desvios de função, etc.). Ingredientes perfeitos para explicar uma das facetas da falência da educação no país.

Mas quando se culpa o professor pelo fracasso escolar do aluno, há de se debater outros pontos. Quando falamos em educação, somos obrigados a falar em quatro atores: Estado, professor, aluno e família. Toda vez que alguém restringe esta tarefa à relação professor-aluno incorre num erro grave.

Há pouco tempo li um texto de um colega professor, Declev Dib-Ferreira, que aborda, entre outras coisas, esta discussão. O autor dizia que recebemos, salvo algumas exceções, um aluno extremamente carente. Primeiro é o Estado, que desde os seus primórdios dias quase sempre não cumpre com que prometeu. Coisas “pequenas” como o que a constituição do país ordena: saneamento básico, saúde, segurança, habitação etc. Com isso, temos a criança e sua família desprovida de elementos básicos para se viver dignamente. E por falar em família, além de sofrer toda a falta do Estado, o aluno, antes de chegar até você, professor, ainda passa pela experiência de ser criado em ambientes tão desestruturados como os lares atuais. Poderia aqui falar da ausência de limites imposta às crianças, da falta de exemplos, da violência doméstica etc. Mas assim estaria desobedecendo às ordens do mestre Groppa.

Tudo isso foi pra dizer que quando recebemos um aluno em sala de aula, ele já se encontra afetado por inúmeros traumas que vão, indiscutivelmente, afetar seu desempenho educacional. No entanto, os mesmos atores (Estado e família) que malograram no seu papel, transferem para os docentes a culpa que deviam repartir.

Como os antigos hereges, não busco criar uma doutrina nova. É exatamente por acreditar na capacidade transformadora da educação que afirmo: somente avançaremos quando os quatro atores admitirem suas limitações e suas falhas. Enquanto a novela da qual fazemos parte continuar a colocar o professor como vilão, continuaremos a ver a mesma história, ano após ano.

Geraldo Ramos

Professor”

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Comunidade abraça Grande Rio e superlota ensaio técnico

 

Brigadeiro Lima e Silva foi pequena para tanta gente 
Uma semana depois de o fogo destruir o barracão da Grande Rio e transformar em pó 3 mil fantasias, a tricolor de Duque de Caxias deixou para trás a tristeza para ressurgir das cinzas com alegria e muita garra. O ensaio técnico na avenida Brigadeiro Lima e Silva, no bairro 25 de Agosto, que aconteceu no domingo, 13 de fevereiro, foi de arrepiar. A comunidade abraçou a escola e uma onda de comoção e incentivo tomou conta dos componentes e torcedores. De acordo com organizadores do ensaio, cerca de 25 mil pessoas compareceram para apoiar a escola. O prefeito José Camilo Zito (PSDB) conseguiu uma verba extra de meio milhão de reais com o prefeito do Rio, Eduardo Paes, para ajudar na reconstrução do carnaval da agremiação.
Faixas de determinação e superação foram exibidas por componentes na avenida, além de palavras de motivação por parte dos dirigentes da escola. O próximo ensaio técnico acontecerá na Marquês de Sapucaí, no dia 20 de fevereiro, e os preparativos serão encerrados no dia 27, no terceiro distrito, em Santa Cruz da Serra, na Avenida Automóvel Clube.
Na concentração, o presidente de honra da Grande Rio Jayder Soares fez uso do microfone para levantar o moral dos componentes. “Vocês são a única razão desta nossa luta, de colocar o Carnaval na rua. Vamos para avenida com muita garra e desfilar como campeões”, disse Jayder. O presidente Helinho de Oliveira também levou seu incentivo: “Acabou a choradeira, agora é só alegria. Obrigado a todos que têm ajudado a Grande Rio”.
Zito cumprimenta Jayder Soares presidente de honra da escola
Zito esteve na avenida e levou seu apoio aos componentes e dirigentes. Para o prefeito, todos os esforços estão sendo feitos para a escola se apresentar com brilho na Sapucaí. “Nosso povo é guerreiro e saberá superar o acontecido”, disse Zito.
Carmen Silva Dias, 56 anos, doméstica, moradora da Vila Operária, esteve na avenida e levou seu apoio à Grande Rio. “Fiquei chocada com a notícia do incêndio e chorei muito, mas agora é hora de dar a volta por cima. A comunidade abraçou a escola e compareceu em número ainda maior após o incêndio para demonstrar seu apóio. Vamos lá guerreiros”, falou a doméstica.
Passista da Grande Rio exibe sua arte

Multidão caminha contra o crack em Duque de Caxias

A multidão reunida na Praça do Pacificador, após a caminhada
Cerca de mil pessoas, entre autoridades, esportistas e representantes da sociedade civil, participaram da campanha “Crack Não, Esporte Sim", promovida pela Secretaria Municipal de Assistência Social e Direitos Humanos de Duque de Caxias (SMASDH) nesta sexta-feira, 11 de fevereiro. A caravana percorreu as ruas do Centro e distribuiu panfletos conclamando a população a aderir à luta contra o crack. A iniciativa faz parte do projeto Operação Dignidade e reúne todas as secretarias municipais na cruzada contra o crack, uma droga devastadora que vem sendo espalhada por criminosos em todas as cidades da Baixada Fluminense. 

A caminhada contou com a presença do ex-jogador de vôlei, Carlão, que hoje faz um trabalho para que crianças e jovens troquem as drogas pelo esporte. Ele estava acompanhado de uma de seus alunos, David Gilbert,16 anos, que já está convocado para disputar o campeonato sub 19 de vôlei, na Croácia. Representando o prefeito Zito, o vice-prefeito Jorge Amorelli, a deputada estadual Claise Maria Zito, vereadores da liderança do governo na Câmara Municipal, além de secretários municipais e representantes de organizações não-governamentais ligadas aos esportes, como o mestre Bruce Lúcio, com seu grupo de Tae-Kwon-Do.
A equipe de jovens do mestre Bruce Lúcio posa para foto

Liderados pelo secretário de Assistência Social e Direitos Humanos, Airton Lopes da Silva, a multidão saiu da Praça Humaitá e percorreu a Avenida Brigadeiro Lima e Silva até à Praça do Pacificador. No caminho, distribuíram panfletos e esclareciam motoristas e pedestres sobre o problema do crack. A deputada Claise disse que na Alerj vai convocar outros municípios a aderirem à luta. “Esta guerra precisa da união de todos: sociedade, governos e empresários. Corremos o risco de perder nossas crianças para o crack, se nos mantivermos indiferentes”, observou. 

O ex-jogador Carlão, lembrou que existem muitos jovens nas ruas se perdendo para as drogas e que precisam ser recuperados. “Já fizemos isso por muitos, mas queremos aumentar cada vez mais o número de jovens trocaram as drogas pelos esportes, por uma vida saudável”, destacou e acrescentou que esta é uma responsabilidade de todos. O vice-prefeito Jorge Amorelli disse que não existe droga boa, mas que o crack é uma das mais devastadoras que já conheceu. Ele afirmou que não devemos poupar esforços para livrar os jovens da dependência. “Temos de vencer esta guerra e, para isso, precisamos da união de todas as camadas da sociedade. Não podemos perder nossas crianças”, concluiu Amorelli.
Claise disse que vai chamar outras cidades para a campanha

A secretária de Educação, professora Roseli Duarte, disse que a iniciativa tem cunho educativo e deve fazer com que as pessoas entendam que o crack e as esmolas para as crianças nos sinais de trânsito estão interligadas. “A esmola que se dá no sinal de trânsito vai parar nas mãos de um traficante, que vende o crack para aquela criança”, observou Roseli, que foi subsecretária de Assistência Social. A vereadora Fatinha lembrou o trabalho do Caps-AD, unidade da Secretaria de Saúde, no tratamento das vítimas de dependência química. “Quero agradecer à diretora Bete Lousão, que está sempre à disposição para atender aos jovens e adultos encaminhados por nós”, disse a vereadora, que também mantém um projeto para resgatar jovens para o esporte. 

O secretário Airton Lopes da Silva agradeceu a todos pela participação e disse que o trabalho é feito com a integração de todas as secretarias. Ele destacou os trabalhos realizados pela SMASDH para resgatar os dependentes e elogiou a parceria com o Caps-AD. Ito pediu à população que informa através do Disque Dignidade (08000 21 0227) os locais onde houver crianças e adolescentes em situação de rua e em risco de se envolver com drogas. “Mais do que nunca, precisamos lembrara que as drogas estão matando nossos jovens e que não podemos nos manter indiferentes. É como perguntam os nossos panfletos: “Eu apoio, e você?”. Vai ficar aí, indiferente”, concluiu.
No total, prestigiaram o evento a presidente da FUNDEC, Roberta Barreto, o secretário de Esportes e Lazer, Pedro Paulo Noyma, a secretária de Educação, Roseli Duarte, a deputada estadual Claise Maria Zito, a vereadora Fatinha e o vice-prefeito Jorge Amorelli. A deputada federal Andreia Zito, trabalhando em Brasília, ligou para Ito e elogiou a iniciativa. Ela disse que vai se empenhar na Câmara dos Deputados para sensibilizar os colegas sobre o problema. 

Convênio oficializa escolinha do Vasco em Duque de Caxias

 

Zito conversa com membros da comissão técnica do Vasco da Gama
Com as arquibancadas da Vila Olímpica de Duque de Caxias tomadas por jovens, adolescentes e responsáveis, o prefeito de Duque de Caxias, José Camilo Zito (PSDB), assinou com o clube de futebol Vasco da Gama um convênio para a avaliação técnica de atletas e para a implantação da escolhinha do time de São Januário na cidade. A solenidade, que reuniu cerca de mil espectadores, aconteceu no campo de futebol da vila olímpica, tendo a presença do secretário municipal de Esporte e Lazer, Pedro Paulo Noyma.
Até quarta-feira serão selecionados jovens dos 10 aos 16 anos para as categorias pré-mirim, mirim, infantil e juvenil da escolinha. Vinte jogadores de cada categoria passarão pela seleção realizada pela Secretaria de Esporte e Lazer. Após essa etapa, os atletas serão encaminhados ao Vasco que escolherá os melhores para integrar as categorias de base do time da Colina.
Jogadores aguardam a horar de entrar em campo
A cerimônia da assinatura teve a execução do Hino Nacional Brasileiro e o hasteamento das bandeiras do Brasil, do Estado do Rio de Janeiro, de Duque de Caxias e do Vasco da Gama. Segundo o prefeito Zito, a escolhinha em Caxias mostra o compromisso do governo municipal com as crianças e com os jovens da cidade. “Estamos investindo na juventude, com cursos de qualificação profissional, lazer e universidade. Queremos um futuro brilhante para nossas crianças”, destacou o prefeito.
Na entrada da Vila Olímpica, o sonho de virar jogador de futebol era palavra corrente entre os que desejavam ser futuros atletas no núcleo do Vasco em Duque de Caxias. Desejo acalentado por Marcelo de Souza Ribeiro, 11 anos. “Sou fã do Èder Luís, atacante do Vasco, e gostaria de ser como ele”, resumiu o torcedor cruzmaltino na expectativa de mostrar o seu talento e ser aprovado no teste.
Marcelo de Souza Ribeiro sonha em ser jogador de futebol
Para o secretário de Esporte e Lazer, o novo espaço representa o resgate do esporte como força na cidade. “Nosso governo está preocupado com o bem-estar dos jovens e da família. Nossa meta é oferecer oportunidades, descentralizar a prática esportiva em 130 arenas e complexos esportivos espalhados pelo município e implantar uma política esportiva sólida nos quatro distritos”, enfatizou Pedro Paulo.
Pedro Paulo destaca a parceria com o Vasco da Gama

Marco Figueiredo assume a Secretaria de Habitação

Marco Figueiredo discurssa em sua posse na Praça Roberto Silveira
O novo titular da Secretaria Municipal de Habitação de Duque de Caxias (SMH), ex-deputado Marco Figueiredo, tomou posse nesta segunda-feira, 14 de fevereiro, anunciando investimentos de R$ 26 milhões para a localidade de Nova Esperança, no segundo distrito. A verba virá de uma parceria firmada entre Figueiredo e o secretário Estadual de Habitação, Leonardo Picciani, que esteve presente no evento. A posse, que aconteceu na Praça Roberto Silveira, foi conduzida pelo vice-prefeito, Jorge Amorelli e contou com a presença de deputados, vereadores, secretários e representantes da sociedade civil.

Figueiredo disse que ficou surpreso com o convite do prefeito Zito e que abriu mão de dirigir um órgão do estado. “Sou de Duque de Caxias, onde fui vereador e onde tenho desafios a vencer”, comentou o secretário. Ele disse que o déficit habitacional na cidade é de 20 mil unidades e pretende trabalhar duro para vencer este desafio. “Fiquei muito honrado com o convite do prefeito, agora é arregaçar as mangas e começar a trabalhar”, afirmou o secretário, que pretende anunciar as obras em Nova Esperança num evento com a presença do governador Sérgio Cabral e o prefeito Zito.

Para o vice-prefeito Jorge Amorelli, a escolha de Marco Figueiredo marca a forma arrojada com que o prefeito Zito pretende atuar nesta segunda metade do mandato. Ele lembrou a parceria entre a Prefeitura e o Vasco da Gama, através da Secretaria de Esportes e Lazer, que inscreveu mais de 800 crianças e adolescentes candidatos à escola de futebol do clube.
Para Jorge Amorelli a escolha de Marco Figueiredo demonstra o arrojo de Zito

Amorelli falou, também, da parceria com o 15º Batalhão de Polícia Militar, que vai promover esportes para jovens, trabalho que envolve a FUNDEC e as secretarias de Educação, Esportes, Assistência Social e a ONG Ide. “Estas parcerias envolvem nossa preocupação principal: não deixar que as drogas tirem a vida de nossas crianças”, destacou o vice-prefeito, lembrando a caminhada contra o crack, promovida pela Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos (SMASDH), na sexta-feira. “Você tem um trabalho árduo, à frente da Secretaria de Habitação, e desejo que tenhas sucesso no objetivo de zerar o déficit de moradias em nossa cidade, assim todos venceremos juntos”, concluiu Amorelli.

Estiveram presentes na posse os vereadores Grande, Gaete, Josemar Padilha, Juliana do Táxi, Marcelo do seu Dino e Fernando Figueiredo, além do deputado estadual Alessandro Calazans, presidente da Comissão de Habitação da Alerj, além dos secretários Mario Vasconcelos (Governo), Pedro Paulo Noyma (Esporte e Lazer), Roberta Barreto (FUNDEC) e Paulinho Gonçalves (Admnistração), além do delegado Carlos César, titular da 59ª DP, entre outros.
O deputado Alessandro Calazans, o secretário Leonardo Picciani e Jorge Amorelli

domingo, 13 de fevereiro de 2011

CPF para denunciar acúmulo

Pente-fino para cortar despesas do Governo federal vai mudar forma de contratações

POR ALESSANDRA HORTO
Rio - A auditoria externa que o governo federal vai promover na folha de pagamento do funcionalismo tem como principal meta criar um cadastro único por CPF, que será utilizado para consulta antes da nomeação do futuro servidor público. Com a base consolidada, será possível verificar quais vínculos o aprovado em concurso tem com a Previdência Social ou outras instituições públicas.
Caso tenha alguma matrícula que possa caracterizar acúmulo de cargo ilícito, a pessoa deverá optar por pedir a exoneração, demitir-se do atual cargo ou negar a nomeação no futuro órgão.
A ministra do Planejamento, Mirian Belchior, anunciou quarta-feira auditoria externa na folha de pagamento, que, inicialmente, ocorrerá a cada seis meses. Um dos recursos será o cruzamento de dados já aplicado pelo governo federal em 13 estados — entre os quais, Rio de Janeiro, pioneiro na consolidação.
Um dos objetivos do pente-fino é identificar pagamentos, possivelmente irregulares, de gratificações e demais adicionais superdimensionados. Essas práticas são mais comuns na troca de gestão, quando novos superiores favorecem, de forma irregular, servidores subordinados.
AUDITORIA PARA TODOS
Para a auxiliar de enfermagem Clara Fonseca, 55 anos, o pente-fino deve ser feito também na folha de pagamento dos comissionados e dos contratados. Segundo ela, os salários dos servidores não são responsáveis pelo comprometimento da economia no País: “Apoio a auditora na folha, mas defendo que o governo faça o mesmo com as demais classes”.
Categorias esperam por seus reajustes

Os servidores federais argumentaram ontem que o corte no Orçamento não pode influenciar a decisão de o governo conceder novos reajustes salariais. Por enquanto, estão garantidos somente os aumentos relativos às Medidas Provisórias 440 e 441, já convertidas em lei.

Para o secretário-geral da Condsef (Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal), Josemilton Costa, a equipe da presidenta Dilma Rousseff tem que cumprir a promessa de valorizar o servidor federal: “Salário de funcionário é investimento, não é gasto. Como o governo quer melhorar a saúde, educação e demais setores, se não valorizar o servidor?”, queixou-se.

“Uma estrada depende de um funcionário do Dnit, uma educação melhor depende do professor e assim por diante. Sem bons salários, não há como aumentar a qualidade dos serviços prestados”, frisou.

Reajuste de 7% pode sair esta semana para 8 milhões

Na esteira do mínimo, deputados vão propor emenda que corrige benefícios acima do piso

POR ALINE SALGADO
Rio - Aposentados e pensionistas do INSS já preparam seus apitos para mais um dia de manifestações em Brasília a favor da valorização real dos benefícios. Cerca de mil pessoas de diferentes estados se organizam para comparecer à Câmara, na próxima quarta-feira, quando será decidido o reajuste do piso nacional dos trabalhadores. Isso porque, na esteira da definição do salário mínimo, que pode chegar aos R$ 560, deputados pretendem apresentar proposta que corrige 8,7 milhões de aposentadorias e pensões acima do piso em até 7%. O reajuste é de R$ 38 para os que ganham hoje R$ 544.
“Na quarta, serão discutidas as emendas ao projeto de lei do salário mínimo dos deputados Arnaldo Ferreira de Sá (PTB -SP) e Otávio Leite (PSDB-RJ), que elevam o piso nacional para R$ 560 e concedem reajuste de 7% aos demais aposentados. Só depois que o mínimo for definido, é que teremos espaço para as nossas propostas”, avalia Warley Martins, da Cobap (Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionistas).

Para Yedda Gaspar, presidente da Federação das Associações dos Aposentados e Pensionistas do Estado do Rio, a briga não será fácil. “Não somos bobos, o governo dará R$ 545, mais R$ 15 em 2012 para trabalhadores. E para nós, aposentados? 7% é uma diferença muito pequena para os atuais 6,41% conseguidos no ano passado. Vamos continuar lutando por uma valorização real”, garante a líder da Faaperj.
TSE aprova Partido dos Aposentados

Foi aprovada, na última semana, pelo Tribunal Superior Eleitoral, a criação do mais novo partido político do País — o PAI (Partido dos Aposentados e Idosos). A representação terá como bandeira a defesa no Congresso Nacional e na Administração Pública da real valorização dos benefícios de inativos e pensionistas.

Na quinta-feira, lideranças das organizações estaduais e nacional de aposentados e pensionistas se reuniram na cidade de Luziânia, Goiás, para definir os nomes dos representantes do novo partido. Warley Martins, então presidente da Cobap, foi eleito como presidente nacional do PAI.

Tecnoestresse atrapalha vida escolar

Jovens trocam até as horas de sono pela Internet e não conseguem se concentrar

POR CLARISSA MELLO
Rio - Atender celular, redigir e-mail, bater papo no MSN, atualizar o Twitter, colocar fotos no Orkut, jogar videogame, e haja vírgula para listar tudo o que crianças e adolescentes são capazes de fazer ‘ao-mesmo-tempo-agora’. Até aí, tudo bem: eles são a “geração digital” — nasceram quando já existia a Internet, nem imaginam como era “aquela época em que não havia celular”.
O problema é quando o excesso de conectividade começa a atrapalhar rendimento escolar, atividades de rotina e interações sociais: é o chamado tecnoestresse. “Por fazer muitas coisas ao mesmo tempo, o jovem acaba tendo dificuldade de se concentrar. Ele não sabe mais onde leu ou viu tal assunto, a informação começa a ficar dispersa e ele tem dificuldades de reter conhecimento”, explica Evelyn Eisenstein, diretora do Centro de Estudos Integrados Infância, Adolescência e Saúde.

Uma das coisas que a pediatra mais vê no consultório são pais reclamando que os filhos não estudam: “Eles usam o tempo de que dispõem para navegar na Internet, inclusive a hora de dormir”. O resultado é desastroso: como dormem mal à noite, ficam com sono durante as aulas e não conseguem se concentrar nos estudos.

“O vocabulário usado na Internet também é ruim para esses jovens. O adolescente já não sabe mais como se comunicar, tem dificuldade até na escrita, pois usa pouco o papel e a caneta. Alguns mal sabem escrever e cometem atrocidades na hora que precisam redigir uma redação”, preocupa-se Evelyn.

Eduardo Marinho, 12 anos, não vive sem computador. A mãe, Graciette Grace, 40, conta que o menino têm dificuldades nos trabalhos na escola. “Ele tem preguiça, quer fazer rápido para ficar mais tempo jogando”, diz.
PROIBIR NÃO É SOLUÇÃO

Mas engana-se quem pensa que a solução é proibir. Segundo Evelyn, o ideal é conversar com os filhos e impor limites. “As crianças precisam de interação humana. Muitas vezes, se viciam na tecnologia pois sentem falta de ter com quem conversar”, conclui a especialista.

Para saber se o jovem está sofrendo de tecnoestresse, é preciso ficar atento aos sintomas do problema: baixo rendimento escolar, insônia, dores no corpo e agressividade ao ficar longe do computador são alguns deles.

Levar os filhos para comprar material pode ser educativo

São Paulo - A esteticista Cleo dos Santos, de Porto Alegre (RS), sempre teve o costume de levar a filha Clarissa, 8 anos, para escolher os cadernos e lápis que iria utilizar durante o ano. Porém, o desejo da filha de optar sempre pelos objetos mais bonitos, sofisticados e - claro - mais caros das lojas, a fez reavaliar a companhia da pequena estudante da 4º série do ensino fundamental. "Eu gosto que ela escolha o que vai usar na escola, mas acaba sempre querendo o caderno mais caro, por ter desenhos e ser mais bonito. Acaba ficando apertado para mim, mas, ao mesmo tempo, não consigo não dar o que ela escolhe, porque acho que isso estimula ela a estudar", diz. A lista dos materiais escolares é extensa, as papelarias e livrarias estão sempre lotadas nesta época do ano e os pais ainda quer economizar ao máximo nas compras. É pensando nesse cenário que a maioria das mães opta por deixar os filhos em casa na hora de bater perna na busca por livros didáticos. Porém, segundo a jornalista Marília Cardoso, co-autora do livro Você sabe lidar com o seu dinheiro? Da infância à velhice, o momento é perfeito para uma boa dose de educação financeira e consumo consciente.
Economia, dinheiro, valores, compra, custo-benefício. Todos estes aspectos que permeiam a vida adulta devem ser inseridos aos poucos no vocabulário das crianças. Mas como tratar de termos tão complicados para o universo infantil? Para Marília, a compra de materiais para a escola é o ambiente perfeito para educação financeira. "Claro que os pais não podem esperar um comportamento exemplar, e muito menos começar a ensinar coisas como economia de uma hora para outra. É importante ir conversando com a criança antes de a levar para a loja. Sempre oriento os pais a primeiro analisar os materiais do ano passado junto com a criança e definir o que pode e o que não pode ser reaproveitado, sempre explicando coisas como preservação e diminuição de gastos", explica.
A jornalista lembra que a maioria dos pais passa pela mesma situação que Cleo, a mãe da pequena Clarissa, e que grande parte deles acaba excluindo os filhos das compras. "É mais cômodo para os responsáveis deixar os filhos em casa. Mas eles estão perdendo chance de educar os filhos, por isso sugiro que os pais aproveitem esse momento para ensinar um pouco de economia", diz. "Por exemplo, estipulem antes de ir para as compras com os filhos que eles somente podem escolher dois itens de marca. Na loja, a criança vai ter que optar ou por uma mochila e um caderno mais caro, ou por um estojo e um apontador, por exemplo. Além disso, é importante mostrar os preços e fazer a criança ter consciência que o material que ela quer é muito caro e pode ser substituído por outro mais barato e da mesma qualidade", ensina.
A jornalista ainda destaca que é preciso acabar com o mito de que crianças muito novas não são capazes de entender conceitos como valores e economia: "Não se pode criar uma ideia de que é somente com 8 anos que a pessoa vai passar a compreender custo-benefício, por exemplo. É essencial ir tratando essas questões ao longo da infância. E isso pode ser feito a partir de coisas simples, como falar pro filho que mamãe está indo trabalhar para receber dinheiro em troca, e não para ganhar dinheiro como muitas pessoas dizem, fazendo a criança pensar que isso se ganha", conclui.
Confira dicas de educação financeira para crianças:
Antes de sair para comprar o material escolar, combine com os filhos o valor que irão gastar e incentive-os a economizar em determinado item - uma mochila, por exemplo - para gastar em um estojo mais sofisticado.
Se for possível economizar dentro do valor estipulado, incentive a criança a 'usar' esse dinheiro disponível para uma pequena poupança - um cofrinho - cujo dinheiro poupado pode ser utilizado na próxima compra de material escolar.
Coloque seu filho em contato com o dinheiro; reforce que as moedas e cédulas precisam ser bem conservadas porque, quando danificadas, o governo gasta o nosso dinheiro para as repor.
Mostre que algumas moedas e cédulas valem mais que outras, mas que todas têm valor.
Na compra do material escolar, procure distinguir coisas caras das baratas; os pequenos precisam entender esse conceito.
Mostre a diferença entre querer e precisar, destacando que as necessidades básicas estão contidas no item precisar; o querer pode esperar.
Ensine a fazer escolhas - quando a criança quiser dois itens, faça-a escolher apenas um para que aprenda a eleger as suas prioridades.
Detalhe com a criança a lista do material escolar; lembre que nada que está fora da relação deve ser comprado.
Peça a colaboração dos tios e avós na educação financeira, pois eles podem colocar tudo a perder se derem presentes e dinheiro o tempo todo.

Dilma faz 1º discurso em rede nacional e diz que vai acabar com falhas no Enem e no Sisu

POR PEDRO DE FIGUEIREDO
Rio - A presidente Dilma Rousseff fez seu primeiro pronunciamento em rede nacional após assumir o cargo  no início do ano. O tema do discurso foi o retorno das atividades escolares. No vídeo, Dilma nem parecia aquela candidata travada e que evitava longas falas. A mensagem demorou cerca de 5 minutos, com uma presidenta comunicativa, sorridente e espontânea.

Em seu discurso, Dilma reforçou seu compromisso com a área educacional. Entre suas primeiras ações na área, a presidente enumerou a criação do Programa de Acesso à Escola Técnica, semelhante ao ProUni para o ensino superior, o Plano Nacional de Banda Larga e a adoção de uma séire de medidas para evitar novas falhas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e no Sistema de Seleção Unificada (Sisu).

Além disso, Dilma reforçou como suas metas a valorização do professor e a criação de novas escolas e creches em todo o país.

"É hora de investirmos ainda mais na formação e remuneração de professores e na criação de novas creches e pré-escolas", disse a presidenta.

Por fim, Dilma defendeu o acesso à educação como a melhor maneira de sair da pobreza.

"Ninguém sai da pobreza se não tiver condições de educação gratuita, contínua e de qualidade", finalizou, passando em seguida o vídeo com a nova logomarca e o novo slogan do governo federal, com os dizeres "Brasil: país rico é pais sem pobreza".

MEC divulga segunda chamada do ProUni

Brasília - O Ministério da Educação (MEC) divulgou nesta sexta-feira, o resultado da segunda chamada de aprovados no Programa Universidade  Para Todos (ProUni). O resultado pode ser conferido aqui.
O programa teve mais de 1 milhão de inscritos para 123.170 bolsas de estudo - 80.520 integrais e 42.650 parciais, de 50% da mensalidade - em aproximadamente 1,5 mil instituições de educação superior de todo o país. O número de candidatos foi o maior já registrado na história do ProUni, criado em 2004, superando os 822 mil do processo de 2010, até então a maior marca.

Programa leva professores para capacitação na Inglaterra

inscrições no novo programa de cooperação internacional que brevê a capacitação de 45 professores de educação básica do País na Inglaterra. O projeto Aprofundando a Análise da Docência e Liderando a Aprendizagem é uma parceria da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) com o Instituto de Educação da Universidade de Londres (IOF). Segundo o ministério, a Capes financiará as despesas com hospedagem, alimentação e deslocamento interno na etapa internacional. Também serão custeados seguro-saúde, auxílio para deslocamento terrestre nacional e passagem aérea, além do pagamento das taxas escolares.
O programa é composto pelos módulos Aprofundando a Análise da Docência (Understanding Teaching UT) e Liderando a Aprendizagem (Leading Learning LL). Ambos têm a carga horária de 30 créditos, o que corresponde a um módulo do curso de mestrado da Universidade de Londres.
O instituto londrino é parceiro da Capes também na coordenação do Programa de Ensino de Inglês como Língua Estrangeira, que promove a capacitação de professores da rede pública de educação básica brasileira na Inglaterra. Ambos são coordenados pela Diretoria de Relações Internacionais (DRI) da Capes.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Para Noam Chomsky, EUA estão seguindo seu manual clássico no Egito

Democracy Now
Amy Goodman

Nas últimas semanas, os levantes populares ocorridos no mundo árabe provocaram a destituição do ditador Zine El Abidine Bem Ali, o iminente fim do regime do presidente egípcio Hosni Mubarak, a nomeação de um novo governo na Jordânia e a promessa do ditador de tantos anos do Yemen de abandonar o cargo ao final de seu mandato. O Democracy Now falou com o professor do MIT, Noam Chomsky, acerca do que isso significa para o futuro do Oriente Médio e da política externa dos EUA na região. Indagado sobre os recentes comentários do presidente Obama sobre Mubarak, Chomsky disse: "Obama foi muito cuidadoso para não dizer nada; está fazendo o que os líderes estadunidenses fazem habitualmente quando um de seus ditadores favoritos têm problemas, tentam apoiá-lo até o final. Se a situação chega a um ponto insustentável, mudam de lado".

Amy Goodman: Qual é sua análise sobre o que está acontecendo e como pode repercutir no Oriente Médio?

Noam Chomsky: Em primeiro lugar, o que está ocorrendo é espetacular. A coragem, a determinação e o compromisso dos manifestantes merecem destaque. E, aconteça o que aconteça, estes são momentos que não serão esquecidos e que seguramente terão consequências a posteriori: constrangeram a polícia, tomaram a praça Tahrir e permaneceram ali apesar dos grupos mafiosos de Mubarak. O governo organizou esses bandos para tratar de expulsar os manifestantes ou para gerar uma situação na qual o exército pode dizer que teve que intervir para restaurar a ordem e depois, talvez, instaurar algum governo militar. É muito difícil prever o que vai acontecer.

Os Estados Unidos estão seguindo seu manual habitual. Não é a primeira vez que um ditador "próximo" perde o controle ou está em risco de perdê-lo. Há uma rotina padrão nestes casos: seguir apoiando o tempo que for possível e se ele se tornar insustentável - especialmente se o exército mudar de lado - dar um giro de 180 graus e dizer que sempre estiveram do lado do povo, apagar o passado e depois fazer todas as manobras necessárias para restaurar o velho sistema, mas com um novo nome.

Presumo que é isso que está ocorrendo agora. Estão vendo se Mubarak pode ficar. Se não aguentar, colocarão em prática o manual.

Amy Goodman: Qual sua opinião sobre o apelo de Obama para que se inicie a transição no Egito?

Noam Chomsky: Curiosamente, Obama não disse nada. Mubarak também estaria de acordo com a necessidade de haver uma transição ordenada. Um novo gabinete, alguns arranjos menores na ordem constitucional, isso não é nada. Está fazendo o que os líderes norte-americanos geralmente fazem.

Os Estados Unidos têm um poder constrangedor nesse caso. O Egito é o segundo país que mais recebe ajuda militar e econômica de Washington. Israel é o primeiro. O mesmo Obama já se mostrou muito favorável a Mubarak. No famoso discurso do Cairo, o presidente estadunidense disse: "Mubarak é um bom homem. Ele fez coisas boas. Manteve a estabilidade. Seguiremos o apoiando porque é um amigo".

Mubarak é um dos ditadores mais brutais do mundo. Não sei como, depois disso, alguém pode seguir levando a sério os comentários de Obama sobre os direitos humanos. Mas o apoio tem sido muito grande. Os aviões que estão sobrevoando a praça Tahrir são, certamente, estadunidenses. Os EUA representam o principal sustentáculo do regime egípcio. Não é como na Tunísia, onde o principal apoio era da França. Os EUA são os principais culpados no Egito, junto com Israel e a Arábia Saudita. Foram esses países que prestaram apoio ao regime de Mubarak. De fato, os israelenses estavam furiosos porque Obama não sustentou mais firmemente seu amigo Mubarak.

Amy Goodman: O que significam todas essas revoltas no mundo árabe?

Noam Chomsky: Este é o levante regional mais surpreendente do qual tenho memória. Às vezes fazem comparações com o que ocorreu no leste europeu, mas não é comparável. Ninguém sabe quais serão as consequências desses levantes. Os problemas pelos quais os manifestantes protestam vêm de longa data e não serão resolvidos facilmente. Há uma grande pobreza, repressão, falta de democracia e também de desenvolvimento. O Egito e outros países da região recém passaram pelo período neoliberal, que trouxe crescimento nos papéis junto com as consequências habituais: uma alta concentração da riqueza e dos privilégios, um empobrecimento e uma paralisia da maioria da população. E isso não se muda facilmente.

Amy Goodman: Você crê que há alguma relação direta entre esses levantes e os vazamentos de Wikileaks?

Noam Chomsky: Na verdade, a questão é que Wikileaks não nos disse nada novo. Nos deu a confirmação para nossas razoáveis conjecturas.

Amy Goodman: O que acontecerá com a Jordânia?

Noam Chomsky: Na Jordânia, recém mudaram o primeiro-ministro. Ele foi substituído por um ex-general que parece ser moderadamente popular, ou ao menos não é tão odiado pela população. Mas essencialmente não mudou nada.

(Extraído da Agência Carta Maior. Tradução: Katarina Peixoto)