terça-feira, 27 de abril de 2010

Comemoração do Dia da Baixada Fluminense


A Escola Estadual Professora Cordélia Paiva, estará comemorando no próximo dia 29 de abril de 2010, o dia da Baixada Fluminense. Na ocasião realizaremos, palestras, debates e exposições de fotos e trabalhos culturais, para aproximar ainda mais a comunidade de sua própria história.
Local: Asbant - Cine Oscarito - Praça do Galo - Parque Fluminense - Duque de Caxias. 
Programação:
09:00 - Abertura : Coral do Colégio Estadual Hélio Rangel;
09:00 as 20:00 - Exposição: Fotos históricas e contemporâneas sobre a Baixada Fluminense;
Trabalhos de artistas plásticos e de alunos da região;
10:00  e 14:00 - Palestras: Da Província de Iguassú Velho ao surgimento das cidades pela emancipação política e espacial;
Palestrante: Professor e Historiador – Rubens de Almeida (Pôs-Graduado em História Social – Cemoba – Centro de Memória da Baixada Fluminense).
O Processo de Emancipação das cidades: Organização espacial, social, econômica, política e religiosa. Palestrante: Allof Daniel – Pesquisador de História da Baixada Fluminense.
15:00 – Apresentação de Grupos e danças e Hip-Hop, capoeira;
Noite:  18:00 – Palestras: Da Província de Iguassú aos dias atuais, um olhar histórico sobre Belford Roxo;
Palestrante: Professor e Historiador – Rubens de Almeida (Pôs-Graduado em História Social – Cemoba – Centro de Memória da Baixada Fluminense);
Duque de Caxias –  da emancipação, aos dias de hoje - Palestrante: (Ângelo Márcio da Silva – Professor e Pesquisador do Instituto Histórico de Duque de Caxias);
A preservação da Memória, e o estudo da História da Baixada Fluminense – Palestrante: Marcos Paulo Mendes Araújo - Especialista em Educação - Ufrj - Especialista em História e Cultura Antiga - Uff - Mestre em Hitória Social - Uss - Doutorando em Educação - Unc - Pesquisador do IHGNI - Associado do IAB - Ex- Coordenador do curso de História da Unig. - Coordenador de Pôs- Graduação da Uniasselvi - Rio de Janeiro -
20:00 – Encerramento
Mais informações: 8807.4108-7870.4346- prof.marceloribeiro@hotmail.com -
Atenciosamente,
Professor Marcelo Ribeiro 
Coordenador do Projeto - (Escola.Estadual - Professora Cordélia Paiva)

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Exposição de fotos da Baixada no SESC Meriti

Até o dia 30 de abril – dia da Baixada Fluminense, a fotógrafa Iguaçuana Marcele Pontes expõe seu trabalho no SESC Meriti. Com fotografias das áreas verdes dos municípios que compõem a Baixada Fluminense, a fotógrafa mostra as muitas belezas naturais da região, que ainda são desconhecidas pela própria população da Baixada Fluminense.



A exposição VERDE QUE TE QUERO VER BAIXADA tem curadoria da própria fotógrafa e propõe uma verdadeira descoberta da Baixada Fluminense, com imagens dos espaços verdes da Baixada Fluminense, expondo a diversidade natural existente na região, que há muito tempo foi marcada pela pobreza, e hoje se encontra em franco desenvolvimento, inclusive na melhora de seus Pontos de Interesse – locais que Marcele faz questão de mostrar.

A artista recebeu um convite do SESC São João de Meriti para fazer uma exposição de fotos, cujo tema foi resultado do trabalho de Marcele, que tem um trabalho vasto sobre as áreas verdes da Baixada.
Essa é a primeira exposição da fotógrafa de 28 anos, nascida em São João de Meriti e residente em Nova Iguaçu desde seus seis anos de idade. “Eu insisto em ficar na Baixada, indo na contra-mão de outros fotógrafos”, revela Marcele, que se declara apaixonada pela cidade onde mora.
Marcele é também membro da diretoria do Fotobaixada Fotoclube, um grupo de fotógrafos profissionais e amadores unidos para compartilhar a paixão e conhecimento pela fotografia, especialmente pela Baixada Fluminense.

A fotógrafa Marcele Pontes mostra uma Baixada que você ainda não conhece. Foto: Arquivo pessoal

TIRADENTES

Quem foi Tiradentes?

O seu nome era Joaquim José da Silva Xavier, nasceu em 1746 na Vila de São José Del Rei (hoje Tiradentes), Minas Gerais. Seu pai era um pequeno fazendeiro. Ficou conhecido como Tiradentes por ser dentista, profissão que aprendeu com o tio após ficar órfão. Tiradentes não foi apenas dentista, mas também minerador entre outros ofícios. Como muitos, Tiradentes não aceitava os altos impostos cobrados na época por Portugal, essa revolta foi aumentando até que surgiu um movimento revolucionário chamado de Inconfidência Mineira que tinha como objetivo acabar com os impostos abusivos e também conseguir a independência brasileira. Este movimento foi denunciado antes de ser concretizado. Foi iniciado um processo contra todos os revolucionários, mas apenas Tiradentes, o único condenado a morte foi enforcado em praça pública em abril de 1792.

Abril

01 Dia da Mentira
02 Dia do Propagandista
07 Dia Mundial da Saúde
07 Dia do Jornalismo
08 Dia Mundial de Combate ao Cancer
08 Dia da Natação
08 Dia do Correio
10 Dia da Engenharia
13 Dia dos Jovens
13 Dia do Office-Boy
14 Dia Pan-Americano
18 Dia Nacional do Livro Infantil
18 Dia de Monteiro Lobato
19 Dia do Índio
19 Dia do Exército Brasileiro
21 Dia da Polícia Civil
21 Tiradentes
21 Dia do Metalúrgico
22 Descobrimento do Brasil
22 Dia da Terra
23 Dia de São Jorge
24 Dia Internacional do Jovem Trabalhador
25 Dia do Contabilista
26 Dia do Goleiro
26 Dia da Primeira Missa no Brasil
27 Dia da Empregada Doméstica
27 Dia do Sacerdote
28 Dia da Sogra
28 Dia da Educação
30 Dia do Ferroviário
30 Dia da Baixada Fluminense

Curso de História:

CONTRIBUIÇÕES DOS AFRO-BRASILEIROS NA FORMAÇÃO DE NOSSA SOCIEDADE.


LOCAL – ESCOLA MUNICIPAL MONTEIRO LOBATO – RUA LUIZ DE LIMA, S/N . NOVA IGUAÇU – CENTRO – AO LADO DA VILA OLÍMPICA. mapa
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Objetivos: AMPLIAR CONHECIMENTOS SOBRE A FORMAÇÃO DO POVO BRASILEIRO, SUAS RAÍZES E MANIFESTAÇÕES SOCIAIS. CONTRIBUIR PARA A VALORIAZAÇÃO DE NOSSA CIDADANIA ATRAVÉS DE UMA VISÃO HISTÓRICA E CULTURAL DE NOSSA SOCIEDADE.
Investimento Total: R$ 70,00 (ou em DUAS parcelas DE 35,00). Sindicalizados R$ 60,00 (ou em DUAS parcelas DE 30,00). LOCAL – Auditório da ESCOLA TÉCNICA ESTADUAL JOÃO LUIZ DO NASCIMENTO - Rua Luiz de Lima, 272 – Centro de Nova Iguaçu (ao lado da VILA OLÍMPICA)- Carga Horária: 48 horas/aula – sempre quarta-feira de 14h00min até 17h00min horas - CERTIFICADO EMITIDO PELO SINPRO-BAIXADA. Parceria com o Centro de Memória Oral da Baixada Fluminense (cemobafluminense - CNPJ: 05.383.467/0001-81).

Informações - 9357-8983 (Prof. ESTEVAM) ou E- mail cemobafluminense@terra.com.br

INSCRIÇÕES SOMENTE NOS DIAS DE QUARTA-FEIRA (10, 17, 24 e 31 DE MARÇO) na Escola Técnica João Luiz do Nascimento – Das 14h00min até 17h00min com o Professor Estevam. INÍCIO DO CURSO 14 DE ABRIL DE 2010.

MÓDULOS

14/04/2010 - A HISTÓRIA DA ÁFRICA – PROFESSOR RONALD A. DE LIRA – PROFESSOR DE HISTÓRIA E MESTRE EM CIÊNCIAS SOCIAIS - UERJ
28/04/2010 – ESCRAVIDÃO E COLONIZAÇÃO - PROFESSOR CARLOS EDUARDO M. ARAÚJO – DOUTOR EM HISTÓRIA - UFRJ.
05/05/2010 – MOVIMENTOS DE RESISTÊNCIAS – PROFESSORA IVONETE CAMPOS LIMA – MESTRE EM HISTÓRIA - USS
12/05/2010 – METODOLOGIA ORACULAR: TEOLOGIA DA RELIGIÃO IORUBÁ – PROFESSOR ANTÔNIO PENNA - AUTOR DE LIVROS E PESQUISADOR DAS RELIGIÕES AFRO-BRASILEIRAS.
19/05/2010 - AFRICANOS LIVRES FICANDO LIVRE: TRABALHO, COTIDIANO E LUTA – PROFESSOR JORGE PRATA DE SOUZA – PÓS-DOUTORADO – FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ, FIOCRUZ/RJ.
26/05/2010 – OS INFAMES DA HISTÓRIA: POBRES, ESCRAVOS E DEFICIENTES NO BRASIL – PROFESSORA LÍLIA FERREIRA LOBO – DOUTORA EM PSICILOGIA - PUC/RJ.
02/06/2010 – AFRICANIDADES EM SALA DE AULA: POSSIBILIDADES PEDAGÓGICAS. – PROFESSORA ANA PAULA CERQUEIRA – ESPECIALISTA DE TECNOLOGIAS EM EDUCAÇÃO PELA PUC/RJ.
09/06/2010 – MEMÓRIA E MUSICALIDADE: JONGOS, CALANGOS E FOLIAS – PROFESSOR ANTÔNIO CARLOS GOMES - ESPECIALISTA E PESQUISADOR EM CULTURA POPULAR.

Curso de História: “BAIXADA FLUMINENSE: CULTURA E SOCIEDADE”

5º EDIÇÃO.
LOCAL – ESCOLA MUNICIPAL MONTEIRO LOBATO – RUA LUIZ DE LIMA, S/N . NOVA IGUAÇU – CENTRO – AO LADO DA VILA OLÍMPICA. mapa
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Objetivo: Ampliar conhecimentos e promover uma ampla discussão sobre a História e Cultura da Baixada Fluminense.
Público Alvo: Professores, Estudantes, Pesquisadores e todos os interessados no estudo da História da Região.

INSCRIÇÕES:

Carga Horária: 64 horas/aula – aos sábados das 09h às 13h - CERTIFICADO EMITIDO PELO SINPRO-BAIXADA. Parceria com o Centro de Memória Oral da Baixada Fluminense (cemobafluminense - CNPJ: 05.383.467/0001-81).
Investimento: R$ 70,00 (ou 2 X R$ 35,00). Sindicalizado R$ 60,00 (ou 2 X R$ 30,00). Período de Inscrições dias 06,13,20 E 27 de março (aos sábados das 9h às 13h) na ESCOLA MUNICIPAL MONTEIRO LOBATO – ao lado da Vila Olímpica de Nova Iguaçu.

Início das aulas 10 de abril – Término 12 de junho de 2010.

INF: 9357-8983 (professor Estevam) ou cemobafluminense@terra.com.br

MÓDULOS:

10/04 – “Sociedade e Cultura Tupinambá” – Professor Ney Alberto G. de Barros – Escritor e Pesquisador da História da Baixada Fluminense. ** “Estudos de Cerâmicas Indígenas” - Professor Antônio Carlos Gomes – Professor Especialista e Pesquisador do IAB.
17/04 – ‘As Freguesias da Baixada Fluminense’ – Professor Antônio Lacerda – Pesquisador e Diretor do Arquivo da Cúria de Nova Iguaçu.
24/04 – Aula de campo com o professor Antônio Lacerda (“As Igrejas da Região”).
08/05 – “A Escravidão no Recôncavo da Guanabara: Jacutinga, Meriti e Pilar (Séculos XVII e XVIII) – Professora Denise Vieira Demétrio – Doutoranda em História, Coordenadora Assistente e Pesquisadora do LABHOI – UFF.
15/05 – “Da Fazenda São Matheus ao Município de Nilópolis”: História, Memória e Patrimônio – Professor Marcus Monteiro – Historiador, Presidente do Instituto Cultural Acervo Brasil e membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasilleiro .
22/05 – ‘Na Periferia da Paris Tropical: As Reformas Urbanas na Cidade do Rio de Janeiro e os Seus Impactos sobre os Subúrbios e a Baixada Fluminense’ – Professores Adriano de Freixo - Doutor em História Social – UFRJ e Álvaro Senra - Doutor em Ciências Sociais - UFRJ.
***29/05 – ‘Portos Periféricos: O Tráfico Clandestino de Escravos em Iguassú’- Professora Ivonete Campos Lima – Mestre em História -**aula das 9:00 até 11:00 horas.
***29/05 – ‘Belford Roxo Também tem História para Contar’ – Professor Rubens de Almeida – Pesquisador e Especialista em História Social - ***aula das 11:20 até 13:20 horas.
12/06 –“ A Cultura na Baixada Fluminense” – Professor Sérgio Fonseca Escritor, Compositor e Pesquisador da Cultura da região .
OBS: Em 05/06/2010 está prevista uma aula de campo com o professor Ney Alberto G. De Barros ( Escritor e Pesquisador da História da Baixada Fluminense ) para a Vila de Iguassú, Fazenda São Bernardino e Tinguá.

Curso de História: O MUNDO DO CAPITAL E DO TRABALHO

LOCAL – ESCOLA MUNICIPAL MONTEIRO LOBATO – RUA LUIZ DE LIMA, S/N . NOVA IGUAÇU – CENTRO – AO LADO DA VILA OLÍMPICA. mapa
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Carga Horária: 60 horas/aula – aos sábados das 09h às 13h - CERTIFICADO EMITIDO PELO SINPRO-BAIXADA. Parceria com o Centro de Memória Oral da Baixada Fluminense (cemobafluminense - CNPJ: 05.383.467/0001-81).

Inf: - 9357-8983 (Prof. ESTEVAM) - e-mail: cemobafluminense@terra.com.br

INSCRIÇÕES

Investimento: R$ 70,00 (ou 2 X R$ 35,00). Sindicalizado R$ 60,00 (ou 2 X R$ 30,00). Período de Inscrições dias 06,13,20 E 27 de março (aos sábados das 9h às 13h) na ESCOLA MUNICIPAL MONTEIRO LOBATO – ao lado da Vila Olímpica de Nova Iguaçu.

MÓDULOS

10/04 – “AMÉRICA LATINA: Tempos Atuais – Professor Rubim Santos Leão de Aquino (Professor de História e autor de livros).
17/04 – “CAPITALISMO E GANGSTERISMO: OS PARAÍSOS FISCAIS – Modesto da Silveira (Advogado, Defensor dos Direitos Humanos e Relator da Lei de Anistia).
24/04 – “EXCLUSÃO SOCIAL, PATERNALISMO e o CAPITAL EXTERNO: UMA VERTENTE SOCIAL da AMÉRICA LATINA DENTRO DO MUNDO GLOBALIZADO” – Francisco José Vieira Caldas (Professor Especialista em Brasil pós-30 – UFF – Escritor e Jornalista).
08/05 – “VARGAS e LULA, APROXIMAÇÕES E ABISMOS” - Leo Lince (Sociólogo e Assessor Político do deputado Chico Alencar)
15/05 – “O MOVIMENTO OPERÁRIO INTERNACIONAL: CONTEXTO HISTÓRICO e INTERNACIONAIS SOCIALISTAS” – Frederico Falcão – (Doutorando em Serviço Social)
22/05 – CHINA POTÊNCIA DO SÉCULO XXI” - Lúcia Naegeli – (Professora de Geografia e autora de livros).
29/05 – “RELAÇÕES INTERNACIONAIS PÓS-GUERRA FRIA” Professor Adriano Freixo (Doutor em História).
***12/06 – “O FIM da URSS: NOVOS RUMOS DA ESQUERDA REVOLUCIONÁRIA” - Professor Mário Grabois (Mestre em História – UFRJ) – AULA DAS 9:00 ATÉ 11:00 h.
***12/06 – “A QUESTÃO JUDÁICO-PALESTINA” – Professora Esther Kupermam (Doutora em Ciências Sociais) - AULA DAS 11:20 ATÉ 13:20 h.
*Nossa homenagem pela 50ª edição – atualizada - do livro “HISTÓRIA DAS SOCIEDADES” do Professor AQUINO.

Biblioteca Pública é inaugurada em Nova Iguaçu

Jardim Palmares ganha biblioteca pública


A comunidade do bairro Jardim Pernambuco, em Nova Iguaçu, vai ganhar um presente cultural na próxima segunda-feira (19/04). É que nesta data será inaugurada, na Escola Municipal José Ribeiro Guimarães, a Biblioteca Municipal “Palavras do Bairro”.
Com 27 metros quadrados e acervo inicial de 800 livros, a novidade só está sendo possível graças a uma oficina de cultura desenvolvida com estudantes através do Bairro-Escola, programa de horário integral da prefeitura. A iniciativa rendeu R$ 18 mil do Prêmio Ludicidade/Pontinhos de Cultura do Ministério da Cultura (MinC) e tornou possível a construção da biblioteca.
“Palavras do Bairro”, que deu origem ao nome da biblioteca, é o nome do projeto que os alunos da E. M. José Ribeiro Guimarães desenvolveram na oficina de cultura pelas ruas do Jardim Pernambuco. Primeiro, os alunos apresentaram à comunidade textos de autores nacionais, sempre com a preocupação de saber se as pessoas conheciam aquele texto ou autor. No segundo momento, os estudantes propuseram que as pessoas sugerissem palavras, posteriormente utilizadas na produção dos textos que foram expostos por todo o trajeto feito pelas crianças do Bairro-Escola.
De acordo com a diretora da escola, Luciene Négis, nenhum local foi esquecido. Os textos e palavras soltas foram colocadas no muro da escola, postes, nas paredes das igrejas, no condomínio da marinha e em todos os locais onde há parceiros do Bairro-Escola. “Todos puderam ver o resultado da pesquisa. O nome do morador que sugeriu a palavra originando o texto também vinha assinalado”, contou Luciene, acrescentando que o projeto integrou ainda mais a escola e a comunidade, como preconiza o Bairro-Escola.
O “Palavras do Bairro” deu tão certo que foi inscrito, em 2008, pela Secretaria Municipal de Cultura no Prêmio Ludicidade/Pontinho de Cultura, do MinC, que premia escolas e instituições sem fins lucrativos que assegurem os direitos previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente, desenvolvendo atividades relacionadas com os saberes e fazeres da cultura da infância.
Com o prêmio de R$ 18 mil, a escola decidiu que o melhor destino para aplicação dos recursos recebidos seria a construção de uma biblioteca. “Nada define melhor a palavra do que os livros. Sabemos da carência literária da nossa comunidade, por isso decidimos pela biblioteca pública.
A premiação é o reconhecimento do trabalho feito pela equipe pedagógica dentro do horário integral e quem vai levar o prêmio maior será a comunidade, que terá acesso à cultura por meio da leitura”, comemorou a diretora, acrescentando que 20 alunos do Projovem, que desenvolveram projeto semelhante no bairro, também foram premiados e doaram os mil reais para ajudar na construção da biblioteca.
A biblioteca vai beneficiar os 550 alunos da educação infantil ao 5º ano que estudam em dois turnos da unidade escolar, além dos moradores do bairro, que poderão fazer consultas das 7h às 17h. No momento ainda não há previsão de empréstimos das obras. O espaço vai funcionar com um estagiário de biblioteconomia e quatro estagiários de diferentes áreas do projeto Cidade Universitária, Programa de Apoio à Formação Superior, que integram o Bairro-Escola.
O novo espaço de leitura e pesquisa tem 27 metros quadrados e acervo inicial de 800 livros doados pela Biblioteca Municipal Cial Brito, pela Secretaria de Educação, por editoras, além de 200 exemplares da própria escola e, também, edições cedidas por moradores da própria comunidade.

Caxias Shopping comera Dia do Índio no dia 18 de abril

As crianças que passarem pelo Caxias Shopping neste domingo, dia 18 de abril, poderão participar de um evento especial em comemoração ao Dia do Índio.

O evento terá maquiagem temática, recreação e uma oficina divertida, durante a qual a garotada poderá criar cocares e chocalhos.
No final do evento, as crianças receberão kits ecológicos. O evento do Dia do Índio é gratuito e acontece dia 18 de abril, (domingo), a partir das 16h, no Caxias Shopping.
O Caxias Shopping fica na Rodovia Washington Luiz, 2895 – Duque de Caxias – RJ – Telefone: 2784-2000.

Caxias homenageia Monteiro Lobato no Dia do Livro

Com várias atividades, a partir das 10h, desta sexta-feira, 16 de abril, na Praça de Imbariê, a Secretaria de Cultura e Turismo de Duque de Caxias e a Biblioteca Pública do bairro vão antecipar as homenagens ao escritor Monteiro Lobato pelo Dia Nacional do Livro Infantil, instituído no dia 18 de abril.

No local será montada uma biblioteca, com destaque para os personagens que fizeram sucessos nas histórias do autor, como Dona Benta, Visconde de Sabugosa, Pedrinho, Narizinho e Emília, do “Sitio do Pica-Pau Amarelo”.
Até as 16h, as crianças e adultos poderão participar de oficinas de pintura, desenho e teatro e assistir à apresentação de histórias de livros infantis. Durante as atividades serão distribuídos livros para população.

Reforma agrária e geração de empregos

Por Altamiro Borges , Jornalista

Publicado no final de 2009, o censo agropecuário mostra toda a gravidade da situação do campo brasileiro e confirma que essa é uma das piores áreas de atuação do governo Lula. A pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) revela que a concentração de terras segue crescendo no país, enquanto milhões de lavradores vegetam em condições desumanas. Os dados justificam a revolta e indignação dos movimentos que lutam pela reforma agrária, como o MST e a Contag. Frei Sérgio Görgen, da Via Campesina, fez uma didática síntese da pesquisa do IBGE:

Agronegócio controla 76% das terras

- Existem 4,3 milhões de pequenas propriedades agrícolas no Brasil, que ocupam 24% das terras agricultáveis. Já 807 mil estabelecimentos estão nas mãos de médios e grandes fazendeiros, que detêm 76% das terras; destes, 15 mil são latifundiários, com propriedades acima de mil hectares, que controlam 46% das terras agricultáveis;

- Os pequenos agricultores são responsáveis por 40% da produção agropecuária, apesar de terem apenas 24% das terras, “nas piores condições tipográficas e de fertilidade”. Os médios e grandes proprietários são responsáveis por 60% da produção e possuem 76% das terras, “mais férteis e melhores localizadas no mercado”;

- Dos alimentos que vão para a mesa dos brasileiros, 70% é produzido por pequenos agricultores; só 30% saem das enormes dimensões de terra nas mãos dos grandes proprietários; “eles não produzem comida, querem produzir apenas commodities para exportação”;

Pouco emprego e muito crédito

- As pequenas propriedades dão trabalho para 74% da mão-de-obra agrária; as médias e grandes propriedades só empregam 26% dos trabalhadores. “Preferem utilizar a mecanização intensiva e muito agrotóxico. Por isso, na safra de 2008/2009, o Brasil se transformou no maior consumidor mundial de agrotóxicos. São aplicados 700 milhões de litros de veneno por ano”;

- Na agricultura camponesa, em cada 100 hectares trabalham 15 pessoas; no agronegócio, cada 100 hectares dão emprego para apenas duas pessoas;

- No plano de safra do biênio 2009/2010, os bancos destinaram R$ 93 bilhões para o agronegócio (86% do total) e apenas R$ 15 bilhões para a agricultura camponesa (14% do total). Somente 1,2 milhões de estabelecimentos familiares têm acesso ao crédito bancário.

Geração de 21 milhões de empregos

Com base nestes dados chocantes, Frei Sérgio Görgen fez uma projeção de como seria o país se fosse feita uma autêntica reforma agrária. Somente com a distribuição das terras controladas pelo latifúndio “seriam criados 2,9 milhões de novos estabelecimentos. Contando que a agricultura camponesa ocupa 15 pessoas a cada 100 hectares, a reforma agrária criaria trabalho para mais de 21 milhões de pessoas”. Muito além dos 2,4 milhões de empregos criados pelo agronegócio, com “salários ridículos e trabalho apenas temporário, sem direitos trabalhistas ou previdenciários”.

Diante destes fatos inquestionáveis, o dirigente da Via Campesina questiona a política agrária e agrícola do governo Lula. “O latifúndio e o agronegócio não trazem benefícios à sociedade, nem social nem economicamente, e não é sustentável ambientalmente. A sua matriz tecnológica é altamente destrutiva pelo uso intensivo de agrotóxico. Uma reforma agrária que atingisse apenas os estabelecimentos acima de mil hectares, preservando os médios proprietários, geraria muito mais trabalho, produção, renda e desenvolvimento para os brasileiros”.

Cubanos no Haiti: o silêncio da mídia

Reproduzo a primeira parte do artigo de José Manzaneda publicado na Agência Adital, um dos melhores sítios sobre o que acontece na América Latina:

Os aproximadamente 400 cooperantes da brigada médica cubana no Haiti foram a mais importante assistência sanitária ao povo haitiano durante as primeiras 72 horas após o recente terremoto. Essa informação foi censurada pelos grandes meios de comunicação internacionais. A ajuda de Cuba ao povo haitiano não começou por ocasião do terremoto. Cuba atua no Haiti desde 1998 desenvolvendo um Plano Integral de Saúde, através do qual já passaram mais de 6.000 cooperantes cubanos da saúde.

Horas depois da catástrofe, no dia 13 de janeiro, somavam-se à brigada cubana 60 especialistas em catástrofes, componentes do Contingente "Henry Reeve", que voaram de Cuba com medicamentos, soro, plasma e alimentos. Os médicos cubanos transformaram o local onde viviam em hospital de campanha, atendendo a milhares de pessoas por dia e realizando centenas de operações cirúrgicas em cinco pontos assistenciais de Porto Príncipe. Além disso, ao redor de 400 jovens do Haiti formados como médicos em Cuba se uniam como reforço à brigada cubana.

Os grandes meios silenciaram tudo isso. O diário El País, em 15 de janeiro, publicava uma infografia sobre a "Ajuda financeira e equipamentos de assistência", na qual Cuba nem sequer aparecia dentre os 23 Estados que havia colaborado. A cadeia estadunidense Fox News chegava a afirmar que Cuba é dos poucos países vizinhos do Caribe que não prestaram ajuda.

Vozes críticas dos próprios Estados Unidos denunciaram esse tratamento informativo, apesar de que sempre em limitados espaços de difusão. Sarah Stevens, diretora do Center for Democracy in the Américas, dizia no blog The Huffington Post: “Se Cuba está disposta a cooperar com os EUA deixando seu espaço aéreo liberado, não deveríamos cooperar com Cuba em iniciativas terrestres que atingem a ambas nações e os interesses comuns de ajudar ao povo haitiano”?

Laurence Korb, ex-subsecretário de Defesa e agora vinculado ao Center for American Progress, pedia ao governo de Obama para "aproveitar a experiência de um vizinho como Cuba" que "tem alguns dos melhores corpos médicos do mundo" e com quem "temos muito que aprender". Gary Maybarduk, ex-funcionário do Departamento de Estado, propôs entregar às brigadas médicas equipamento duradouro médico com o uso de helicópteros militares dos EUA, para que possam deslocar-se para localidades pouco accessíveis do Haiti. E Steve Clemons, da New America Foudation e editor do blog político The Washington Note, afirmava que a colaboração médica entre Cuba e EUA no Haiti poderia gerar a confiança necessária para romper, inclusive, o estancamento que existe nas relações entre Estados Unidos e Cuba durante décadas.

Porém, a informação sobre o terremoto do Haiti, procedente de grandes agências de imprensa e de corporações midiáticas situadas nas grandes potências, parece mais a uma campanha de propaganda sobre os donativos dos países e cidadãos mais ricos do mundo. Apesar de que a vulnerabilidade diante da catástrofe por causa da miséria é repetida uma e outra vez pelos grandes meios, nenhum quis se debruçar para analisar o papel das economias da Europa ou dos EUA no empobrecimento do Haiti. O drama desse país está demonstrando uma vez mais a verdadeira natureza dos grandes meios de comunicação: ser o gabinete de imagem dos poderosos do mundo, convertidos em doadores salvadores do povo haitiano quando foram e são, sem paliativos, seus verdadeiros verdugos.

- Desde dezembro de 1998, Cuba oferece cooperação médica ao povo haitiano através do Programa Integral de Saúde;
- Até hoje trabalharam no setor saúde no Haiti 6.094 colaboradores, que realizaram mais de 14 milhões de consultas médicas, mais de 225.000 cirurgias, atendendo a mais de 100.000 partos e salvando mais de 230.000 vidas.
- Em 2004, após a passagem da tormenta tropical Jeanne pela cidade de Gonaives, Cuba ofereceu a sua ajuda com uma brigada de 64 médicos e 12 toneladas de medicamentos.
- Cinco Centros de Diagnóstico Integral, construídos por Cuba e pela Venezuela, prestavam serviços ao povo haitiano antes do terremoto.
- Desde 2004 é realizada a “Operação Milagre” no Haiti e até 31 de dezembro de 2009 tinham sido operados um total de 47.273 haitianos.
- Atualmente, estudam em Cuba 660 jovens haitianos; destes, 541 serão diplomados como médicos.
- Em Cuba já foram formados 917 profissionais, dos quais 570 como médicos. Cuba coopera com o Haiti em setores tais como agricultura, energia, pesca, em comunicações, além de saúde e educação.
- Como resultado da cooperação de Cuba na esfera da educação, foram alfabetizados 160.030 haitianos.

A tática político-eleitoral da TV Globo

Por Luiz Carlos Azenha , jornalista brasileiro

Em 2005 e 2006 eu era repórter especial da TV Globo. Tinha salário de executivo de multinacional. Trabalhei na cobertura da crise política envolvendo o governo Lula.
Fui a Goiânia, onde investiguei com uma equipe da emissora o caixa dois do PT no pleito local. Obtivemos as provas necessárias e as reportagens foram ao ar no Jornal Nacional. O assunto morreu mais tarde, quando atingiu o Congresso e descobriu-se que as mesmas fontes financiadoras do PT goiano também tinham irrigado os cofres de outros partidos. Ou seja, a “crise” tornou-se inconveniente.
Mais tarde, já em 2006, houve um pequena revolta de profissionais da Globo paulista contra a cobertura política que atacava o PT mas poupava o PSDB. Alguns dos colegas sairam da emissora, outros ficaram. Como resultado de um encontro interno ficou decidido que deixaríamos de fazer uma cobertura seletiva das capas das revistas semanais.
Funciona assim: a Globo escolhe algumas capas para repercutir, mas esconde outras. Curiosamente e coincidentemente, as capas repercutidas trazem ataques ao governo e ao PT. As capas “esquecidas” podem causar embaraço ao PSDB ou ao DEM. Aquela capa da Caros Amigos sobre o filho que Fernando Henrique Cardoso exilou na Europa, por exemplo, jamais atenderia aos critérios de Ali Kamel, que exerce sobre os profissionais da emissora a mesma vigilância que o cardeal Ratzinger dedicava aos “insubordinados”.
Aquela capa da Caros Amigos, como vimos estava factualmente correta. O filho de FHC só foi “assumido” quando ele estava longe do poder. Já a capa da Veja sobre os dólares de Fidel Castro para a campanha de Lula mereceu cobertura no Jornal Nacional de sábado, ainda que a denúncia nunca tenha sido comprovada.
Funciona assim: aos sábados, o Jornal Nacional repercute acriticamente as capas da Veja que trazem denúncias contra o governo Lula e aliados. É o que se chama no meio de “dar pernas” a um assunto, garantir que ele continue repercutindo nos dias seguintes.
Pois bem, no episódio que já narrei aqui no blog eu fui encarregado de fazer uma reportagem sobre as ambulâncias superfaturadas compradas pelo governo quando José Serra era ministro da Saúde no governo FHC. Havia, em todo o texto, um número embaraçoso para Serra, que concorria ao governo paulista: a maioria das ambulâncias superfaturadas foi comprada quando ele era ministro.
Ainda assim, os chefes da Globo paulista garantiram que a reportagem iria ao ar. Sábado, nada. Segunda, nada. Aparentemente, alguém no Rio decidiu engavetar o assunto. E é essa a base do que tenho denunciado continuamente neste blog: alguns escândalos valem mais que outros, algumas denúncias valem mais que outras, os recursos humanos e técnicos da emissora - vastos, aliás - acabam mobilizados em defesa de certos interesses e para atacar outros.
Nesta campanha eleitoral já tem sido assim: a seletividade nas capas repercutidas foi retomada recentemente, quando a revista Veja fez denúncias contra o tesoureiro do PT. Um colega, ex-Globo, me encontrou e disse: “A fórmula é a mesma. Parece reprise”.

Ou seja, podemos esperar mais do mesmo:

– Sob o argumento de que a emissora está concedendo “tempo igual aos candidatos”, se esconde uma armadilha, no conteúdo do que é dito ou no assunto que é escolhido. Frequentemente, em 2006, era assim: repercutindo um assunto determinado pela chefia, a Globo ouvia três candidatos atacando o governo (Geraldo Alckmin, Heloisa Helena e Cristovam Buarque) e Lula ou um assessor defendendo. Ou seja, era um minuto e meio de ataques e 50 segundos de contraditório.
– O Bom Dia Brasil é reservado a tentar definir a agenda do dia, com ampla liberdade aos comentaristas para trazer à tona assuntos que em tese favoreçam um candidato em detrimento de outro.
– O Jornal da Globo se volta para alimentar a tropa, recorrendo a um grupo de “especialistas” cuja origem torna os comentários previsíveis.
– Mensagens políticas invadem os programas de entretenimento, como quando Alexandre Garcia foi para o sofá de Ana Maria Braga ou convidados aos quais a emissora paga favores acabam “entrevistados” no programa do Jô.
A diferença é que, graças a ex-profissionais da Globo como Rodrigo Vianna, Marco Aurélio Mello e outros, hoje milhares de telespectadores e internautas se tornaram fiscais dos métodos que Ali Kamel implantou no jornalismo da emissora. Ele acha que consegue enganar alguém ao distorcer, deturpar e omitir.
É mais do mesmo, com um gostinho de repeteco no ar. A história se repete, agora com gostinho de farsa.
Querem tirar a prova? Busquem no site do Jornal Nacional daquele período quantas capas da Veja ou da Época foram repercutidas no sábado. Copiem as capas das revistas que foram repercutidas. Confiram o conteúdo das capas e das denúncias. Depois, me digam o que vocês encontraram.

A CULPA É DO MORDOMO (FAVELADO)

Por Mário Augusto Jakobskind , Jornalista

Foi uma semana triste com as águas de março que chegaram em abril. Como em temporais de outras décadas, muitas mortes que poderiam ser evitadas. As autoridades estaduais e municipais, para variar, tiveram um comportamento lamentável. O governador Sergio Cabral investiu furiosamente contra os moradores de favelas que ocupam áreas de risco, como se eles tivessem escolhido o local de moradia por gosto, ou seja, como se eles fossem os culpados por tudo que aconteceu. O Prefeito seguiu o mesmo caminho e já avisou que vai colocar a polícia para remover quem não quiser sair. E para onde vão? Na prática a resposta de Paes seria ”se virem”.

A mídia eletrônica conservadora aproveitou a tragédia para atacar o governo federal. Faz parte do jogo a mídia conservadora atuar cada vez mais como partido político, sobretudo agora que a campanha eleitoral começa a esquentar.

Tanto governantes quanto os analistas de sempre se esqueceram de lembrar que o Rio ao longo das últimas décadas vem sofrendo um processo violento de descaracterização por culpa, aí sim, da especulação imobiliária, o mesmo setor que desova polpudas verbas nos departamentos comerciais dos grandes jornais e canais de televisão, bem como financiam campanhas de candidatos para os parlamentos federais, estaduais e municipais, para não falar dos postulantes a postos executivos nos três níveis.

Alguém talvez esteja questionando o que tem a ver isso com as fortes chuvas? Vamos lá, então. Há bairros do Rio de Janeiro que há 50 ou 60 anos eram ocupados por casas e que pouco a pouco foram dando lugar a espigões construídos ao bel prazer, não obdecendo posturas mínimas que deveriam ser compatíveis com as novas exigências de infraestrutura. Ou seja, os vários bairros da cidade ganharam cara nova, mas com o mesmo sistema de drenagem e de águas e esgotos. Qualquer chuva um pouco mais forte enche as ruas impedindo a circulação de veículos e até mesmo de pedestres. A cidade para.

Se algum vereador requerer a convocação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar as posturas municipais e a ação da especulação imobiliária está arriscado a cair no índex da mídia conservadora. Por isso são poucos os que ousam entrar na briga, até mesmo porque dificilmente conseguirão ter sucesso no Parlamento em levar adiante alguma investigação.

A história se agrava porque a Prefeitura não cuida como deveria dos bueiros e o recolhimento de lixo em alguns pontos da cidade é precário. Mas a culpa continua sendo do povo, segundo os governantes que de quatro em quatro anos correm atrás dos eleitores com promessas das mais variadas. Soma-se a isso alguns períodos de maré cheia e o panorama piora.

Como se isso não bastasse, o Rio de Janeiro, a Região Metropolitana e praticamente todas as grandes cidades brasileiras conheceram ao longo do tempo o fenômeno do ”inchaço” provocado pela não fixação de milhões de brasileiros no campo. Não se fez uma reforma agrária necessária para evitar que a população do campo fosse para as cidades habitar em locais inóspitos e sujeitos aos efeitos trágicos de fortes chuvas, comuns em época de tempo quente, tanto faz agora com o aquecimento global no verão, outono, inverno ou primavera.

Em Angra dos Reis, onde no início do ano os fortes temporais provocaram mortes, o senhor Sergio Cabral também culpou os favelados que ocupavam áreas de risco. Na verdade, boa parte deles naquela cidade fluminense eram trabalhadores da indústria naval que fechou as portas em função da política econômica neoliberal posta em prática pelo governo de Fernando Henrique Cardoso. Os estaleiros ficaram ao Deus dará fechando as portas ou reduzindo drasticamente os postos de trabalho. A favelização de Angra aumentou, porque muitos trabalhadores não tiveram condições de pagar aluguel por estarem desempregados ou viverem de bicos.

Esta é, em síntese, a história que não é contada, que Cabral e Paes preferem ignorar e seguir o raciocínio da elite, a de que o mordomo é sempre o culpado. No caso de Cabral e Paes ainda há agravantes. Ambos defendem, cada um à sua maneira, a criminalização das áreas pobres da cidade com ações violentas contra a população, muitas vezes sob o manto do silêncio ou aplauso da classe média, estimulada pelo noticiário não raramente preconceituoso da mídia conservadora contra os pobres. Paes e Cabral só pensam no choque de ordem, na Copa do Mundo de 2014 e nas Olimpíadas de 2016.

PS. Não podia deixar passar em branco a presença de dois óleos queimados da história no estúdio da Globo News, generais Leônidas Pires Gonçalves e Newton Cruz, para falar as baboseiras e mentiras de sempre. Gonçalves chegou ao cúmulo de afirmar que quando comandou o DOI-Codi no Rio, de 74 a 77 não ocorreram torturas por lá. Há inúmeros torturados que desmentem o militar. Pior ainda foi o fato de afirmar que o jornalista Vladimir Herzog se suicidou. Se não fosse inimputável pelos seus 89 anos teria de responder na Justiça por essa afirmação. Qual o motivo das Organizações Globo desencavarem as múmias? Aí tem...

QUEM VAI REMOVER OS RICOS? - REMOÇÃO SÓ PARA OS POBRES

Mansões também são construídas em área de risco

Casa de empresário, no Humaitá, corre risco de desabamento e assusta moradores


REMOÇÃO SÓ PARA OS POBRES - Moradores do Humaitá temem que casa de luxo desabe. Acredite: a Prefeitura garante que a casa do empresário não corre risco de desabar

Uma mansão no Humaitá (Rua Ministro Arthur Ribeiro) corre o risco de desabar. Moradores temem que a casa despenque e destrua a rua e os prédios próximos. Segundo informações publicadas na imprensa, a residência pertenceria ao presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio (Firjan), o empresário Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira.

De olho nos governantes

A Prefeitura, através da Geo-Rio, se apressou em fazer a vistoria e garantiu que não há risco de desabamento. Mas a imagem do local deixa uma sensação de medo. É bom lembrar que, no Cosme Velho, moradores deixaram suas casas devido à queda de uma encosta. Será que o prefeito Eduardo Paes e o governador Sérgio Cabral terão coragem de demolir mansões construídas em áreas de risco e de proteção ambiental?

Retirar as pessoas das áreas de risco é uma necessidade urgente. Mas é preciso ficar de olho nos governantes que aproveitam a tragédia para tirar os pobres da Zona Sul e levá-los para bem longe, como fazia o governador Carlos Lacerda, nos anos 60, que removeu comunidades inteiras das áreas nobres para o que é hoje a Cidade de Deus e a Vila Kennedy, na Zona Oeste. A medida jamais resolveu o problema. Apenas colocou a poeira para debaixo do tapete.

Sérgio Cabral hoje começa a fazer o mesmo: quer levar moradores do Morro do Urubu, em Pilares, para Realengo. Há uma elite preconceituosa que deseja ver os pobres o mais longe possível e defende até o extermínio.

sábado, 10 de abril de 2010

Ilustre Senador Demóstenes Torres, Quem lhe escreve é Cazemiro, um Nagô atrevido.

Ilustre Senador Demóstenes Torres, Quem lhe escreve é Cazemiro, um
Nagô atrevido. Faço-o porque li que o senhor, um senador, doutor em
leis, sustenta que a escravidão brasileira foi uma instituição
africana. Referindo-se aos quatro milhões de negros trazidos para o
Brasil, vosmicê disse o seguinte: "Lamentavelmente, não deveriam ter
chegado aqui na condição de escravos, mas chegaram..."
Vou lhe contar o meu caso. Eu cheguei ao Rio de Janeiro em julho de
1821, a bordo da escuna emília, junto com outros 354 africanos. O
barco era português, e o capitão, também. Fingia levar fumo para o
Congo, mas foi buscar negros na Nigéria e, na volta, acabou capturado
pela Marinha inglesa. Desde 1815, um tratado assinado por Portugal e a
Grã Bretanha proibia o tráfico de escravos pela linha do Equador.
Quando a Emília atracou no Rio, fomos identificados peias marcas dos
ferros. A minha, no peito, parecia um arabesco. Viramos "africanos
livres". Livres? Não, o negro confiscado a um traficante era
privatizado e concedido a um senhor, a quem deveria servir por 14
anos. O Félix Africano, resgatado em 1835, penou 27 anos. Doutor
Demóstenes, essa lei era brasileira.
A turma da Emília trabalhou na iluminação das ruas e no Passeio
Público. Algumas mulheres tornaram-se criadas. A gente se virou,
senador. Havia senhores que compravam negros mortos, trocavam nossas
identidades e não nos liberavam. As marcas a ferro nos ajudaram.
Alguns de nós conseguiram juntar dinheiro. Como estávamos sob a
supervisão dos juízes ingleses, em 1836 compramos lugar num barco. Dos
354 que chegaram, talvez 60 retornaram à África.
Como doutor em leis, vosmicê sabe que o Brasil comprometeu-se a acabar
com todo o tráfico em 1830. Entre 1831 e 1856 chegaram 760 mil negros,
os confiscados devem ter sido 11 mil, ou 1,5%. Aquela propriedade da
Marinha, na Marambaia, onde às vezes o presidente brasileiro descansa,
era um viveiro de escravos contrabandeados.
Não apenas a escravidão do império era uma instituição brasileira como
assentava-se no ilícito, contrabando.
Outro dia eu encontrei o Mahomah Baquaqua, mais conhecido Estados
Unidos do que no Brasil. Ele foi capturado no Benim, lá 1840, vendido
a um padeiro em e revendido no Rio ao do navio "Lembrança". Em 1847 o
barco fez uma viagem ao porto de Nova York e lá o Baquaqua fugiu. Teve
a proteção dos abolicionistas, razoável cobertura jornalística,
estudou e escreveu um livro sua história (inédito em português,
imagine). Fazia tempo eu queria perguntar ao Baquaqua por que, em suas
memórias, não contou que, de acordo com as leis brasileiras, o seu
cativeiro era Ele diz que esqueceu, mas se tivesse lembrado, não faria
menor diferença.
Senador Demóstenes, a escravidão foi brasileira, assim como é
brasileira uma certa dificuldade para lidar com os negros livres. Eu
que o diga.
Axé
Cazemiro
o P.S. Há uma referência ao caso da Emília no artigo "A proibição do
tráfico atlântico e a manutenção da escravidão", da professora Beatriz
Gallotti Mamigonian, publicado re centemente na coletânea de ensaios
"O Brasil Imperial". Que Xangô apresse a publicação de seu livro sobre
os "africanos livres" no Brasil.
ELIO GASPARI é jomalista.

DOUTORADO NA PUC - TEMA: 'PREGUIÇA BAIANA'

'Preguiça baiana' é faceta do racismo. A famosa 'malemolência' ou preguiça baiana, na verdade, não passa de racismo, segundo concluiu uma tese de doutorado defendida na USP. A pesquisa que resultou nessa tese durou quatro anos. A tese, defendida no início de setembro pela professora de antropologia Elisete Zanlorenzi, da PUC-Campinas, sustenta que o baiano é muitas vezes mais eficiente que o trabalhador das outras regiões do Brasil e contesta a visão de que o morador da Bahia vive em clima de 'festa eterna'. Pelo contrário, é justamente no período de festas que o baiano mais trabalha. Como 51% da mão-de-obra da população atuam no mercado informal, as festas são uma oportunidade de trabalho. 'Quem se diverte é o turista', diz a antropóloga.

O objetivo da tese foi descobrir como a imagem da preguiça baiana surgiu e se consolidou. Elisete concluiu, após quatro anos de pesquisas históricas, que a imagem da preguiça derivou do discurso discriminatório contra os negros e mestiços, que compõem cerca de 80% da população da Bahia.

O estudo mostra que a elevada porcentagem de negros e mestiços não é uma coincidência. A atribuição da preguiça aos baianos tem um teor racista.

A imagem de povo preguiçoso se enraizou no próprio Estado, por meio da elite portuguesa, que considerava os escravos indolentes e preguiçosos, devido às suas expressões faciais de desgosto e a lentidão na execução do serviço (como trabalhar bem-humorado em regime de escravidão??? ?). Depois, se espalhou de forma acentuada no Sul e Sudeste a partir das migrações da década de 40. Todos os que chegavam do Nordeste viraram baianos. Chamá-los de preguiçosos foi a forma de defesa encontrada para desabonar a imagem dos trabalhadores nordestinos (muito mais paraibanos do que propriamente baianos), taxando-os como desqualificados, estabelecendo fronteiras simbólicas entre dois mundos como forma de 'proteção' dos seus empregos.

Elisete afirma que os próprios artistas da Bahia, como Dorival Caymmi, Caetano Veloso e Gilberto Gil, têm responsabilidade na popularização da imagem. 'Eles desenvolveram esse discurso para marcar um diferencial nas cidades industrializadas e urbanas. A preguiça, aí, aparece como uma especiaria que a Bahia oferece para o Brasil', diz Elisete. Até Caetano
se contradiz quando vende uma imagem e diz: 'A fama não corresponde à realidade.. Eu trabalho muito e vejo pessoas trabalhando na Bahia como em qualquer lugar do mundo'. Segundo a tese, a preguiça foi apropriada por outro segmento: a indústria do turismo, que incorporou a imagem para vender uma idéia de lazer permanente 'Só que Salvador é uma das principais capitais industriais do país, com um ritmo tão urbano quanto o das demais cidades.'

O maior pólo petroquímico do país está na Bahia, assim como o maior pólo industrial do norte e nordeste, crescendo de forma tão acelerada que, em cerca de 10 anos será o maior pólo industrial na América latina.

Para tirar as conclusões acerca da origem do termo 'preguiça baiana', a antropóloga pesquisou em jornais de 1949 até 1985 e estudou o comportamento dos trabalhadores em empresas.

O estudo comprovou que o calendário das festas não interfere no comparecimento ao trabalho.. O feriado de carnaval na Bahia coincide,por motivos turísticos,ou seja economicos ,se amplia mais em Salvadorque no resto do estado o do Brasil. Os recessos de final de ano são identicos em todo o paístambém. A única diferença é no São João (dia 24/06), que é feriado em todo o norte e nordeste (e não só na Bahia). Em fevereiro (Carnaval) uma empresa, cuja sede encontra-se no Pólo Petroquímico da Bahia, teve mais faltas na filial de São Paulo que na matriz baiana (sendo que o n° de funcionários na matriz é 50% maior do que na filial citada). Outro exemplo: a Xerox do Nordeste, que fica na Bahia, ganhou os dois prêmios de qualidade no trabalho dados pela Câmara Americana de Comércio (e foi a única do Brasil). Pesquisas demonstram que é no Rio de Janeiro que existem mais dos chamados 'desocupados' (pessoas em faixa etária superior a 21 anos que transitam por shoppings, praias, ambientes de lazer e principalmente bares de bairros durante os dias da semana entre 9 e 18h), considerando levantamento feito em todos os estados brasileiros. A Bahia aparece em 13° lugar. Acredita-se hoje (e ainda por mais uns 5 a 7 anos) que a Bahia é o melhor lugar para investimento industrial e turístico da América Latina, devido a fatores como incentivos fiscais, recursos naturais e campo para o mercado ainda não saturado. O investimento industrial e turístico tem atraído muitos recursos para o estado e inflando a economia, sobretudo de Salvador, o que tem feito inflar também o mercado financeiro (bancos, financeiras e empresas prestadoras de serviços como escritórios de advocacia, empresas de auditoria, administradoras e lojas do terceiro setor).

Vamos acabar com este estereótipo de que o baiano é preguiçoso. Muito pelo contrário, somos dinâmicos e criativos. A diferença consiste na alegriae no jeito de viver, e por isso, sempre encontramos animação para sair, depois do expediente,ou da aula, para nos divertir com os amigos,para esticar o Carnaval,para acolher amigos e celebrar a vida!

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Réquiem para Arnaldo Jabor

Essa figura deprimente e fracassada chamada Arnaldo Jabor, é algo realmente digno de pena. Começou a ganhar fama no Brasil através do cinema e, embora esta seja uma das mais belas artes que o homem já produziu, das mãos do Jabor não saiu absolutamente nada de extraordinário, diferente, genial, sublime, etc. Para falar a verdade, não fossem os grandes atores com os quais trabalhou (Paulo Gracindo, Fernanda Montenegro, Darlene Glória, dentre outros) seus filmes não teriam ido além da mediocridade. A sua falta de talento, sensibilidade e inteligência, que são necessárias para qualquer tipo de arte, ficaram bem claras e nítidas nos seus poucos trabalhos como cineasta. Glauber Rocha (esse sim um gênio da arte cinematográfica e com uma inteligência e sensibilidade à flor da pele) é que fez bem em não permitir a entrada do Jabor no movimento do Cinema Novo. Glauber, com certeza, já pressentia o tipo de pessoa que o rondava como mosca de padaria na tentativa de fazer parte daquele movimento que fez história no cinema brasileiro.
Uma vez, no programa do Jô Soares, o Jabor, durante uma entrevista, disse que havia parado de fazer cinema porque ele já teria feito todos os filmes que poderia fazer. O Jô não só concordou com ele (e ambos são amigos) como disse ainda que lhe internaria numa clínica psiquiátrica se ele tentasse fazer cinema novamente. Este episódio parece ser mais do que suficiente para constatarmos o tamanho do talento do Jabor para a arte cinematográfica. Ou será que alguém consegue imaginar um Glauber Rocha, um Roman Polanski, Steven Spielberg, Stanley Kubrick, Walter Salles e tantos outros diretores geniais dizendo, depois de meia dúzia de filmes, que já fizeram todos os filmes que poderiam ter feito. Alguém que realmente tem o dom, a inteligência e a sensibilidade de produzir obras de arte (sejam pinturas, esculturas, teatro, cinema, literatura, música, etc.) só para de se dedicar à sua arte quando morre ou se tiver algum outro grave impedimento físico ou psicológico que o impessa de ir em frente na busca por uma superação a cada obra. Nenhum artista abandona a sua arte; mas, é, sim, por ela abandonado. Portanto, não foi o Jabor que abandonou o cinema, foi o cinema que o abandonou.

Bem, após essa separação litigiosa que o cinema lhe impôs, o inútil Jabor ficou vagando por aí em busca de sua própria identidade e tentando um lugar ao Sol. Começou a escrever para colunas de jornal. E foi aí que cometeu seu segundo erro: achou que poderia ser escritor. Mais um fracasso! Os livros do patético Jabor são tão ruins que fariam até mesmo Paulo Coelho se sentir um Balzac perto dele. Mas como Jabor é brasileiro e não desiste nunca, ele agora pensa que é comentarista político. Para começar não conseguiu agradar sequer aqueles pelos quais ele demonstra a mais completa subserviência e alto grau de adestramento, a família Marinho. Começou falando 30 ou 40 segundos (se muito) no Jornal Nacional (horário nobre) e logo foi jogado para o Jornal da Globo (um jornal de baixíssima audiência porque seu horário é incerto e geralmente muito tarde). Mas como não lhe sobrou mais nada, ele continua a sua cruzada como comentarista, só que agora resolveu encarnar o Inspetor Javert (personagem do clássico livro de Victor Hugo, Os Miseráveis) numa versão tupiniquim e escolheu os comunistas como seu Jean Valjean (o outro personagem do livro citado acima e que é perseguido pelo Inspetor Javert de forma estúpida e até mesmo patológica). Numa recente palestra onde foram cobrados 500 reais de entrada e que tinha o título de: 1º Fórum Democracia e Liberdade de Expressão (pelo preço, fica fácil perceber que democracia aqui não é para qualquer um) o "popular" Jabor vociferou as seguintes acusações e avisos:

"Então o perigo maior que nos ronda é ficar abstratos enquanto os outros são objetivos e obstinados, furando nossa resistência. A classe, o grupo e as pessoas ligadas à imprensa têm que ter uma atitude ofensiva e não defensiva. Temos que combater os indícios, que estão todos aí. O mundo hoje é de muita liberdade de expressão, inclusive tecnológica, e isso provoca revolta nos velhos esquerdistas. Por isso tem que haver um trabalho a priori, contra isso, uma atitude de precaução. Senão isso se esvai. Nossa atitude tem que ser agressiva."

É realmente uma análise política à altura do seu talento como cineasta. O adestrado Jabor esqueceu de considerar na sua fala que a esquerda não possui um único grande meio de comunicação em todo o país. Não há ninguém de esquerda que possua grandes redes de televisão, de rádio, jornais e revistas de grandes tiragens mensais, semanais ou diárias. Ao contrário, todos os grandes meios de comunicação estão nas mãos da direita e estão sob a posse de algumas poucas famílias como os Marinho, o clã do Edir Macedo, os Saad, etc. A liberdade e a possibilidade de comunicação rápida e de grande alcance criada pela nova tecnologia, ao contrário do que diz o perturbado Javert Tupiniquim, está sendo uma grande arma de comunicação para a esquerda que, como já foi dito, não tem acesso aos meios mais convencionais e mais populares. Portanto, somente num cérebro extremamente limitado ou mal intencionado alguém pensaria que a esquerda poderia ser contra a liberdade de expressão. Os fatos provam exatamente o contrário, pois é através dessa liberdade que a esquerda está incomodando e conseguindo alcançar certos objetivos: como uma maior conscietização das pessoas, uma maior diversidade de opiniões e debates verdadeiramente críticos. Como mostram as preocupações do "brilhante" comentarista, parece que o que eles mais desejam é o retorno ao pensamento único, sem questionamentos e sem a possibilidade de uma visão crítica. O que o adestrado candidato à comentarista político está propondo para seus iguais é uma guerra ideológica para tentar frear o avanço da esquerda não só no Brasil como em toda a América Latina, pois eles sabem que estão perdendo essa guerra mesmo com o monopólio da comunicação em suas mãos.

Porém, essa derrota não foi implementada apenas no campo ideológico. O projeto defendido pelo Jabor e pela sua sua corja é o mesmo que exauriu e massacrou os trabalhadores latino americanos durante a década de 1990, mas que acabou por alavancar os movimentos sociais e partidos de esquerda em toda a América Latina para a luta política e pela disputa do poder com as classes dominantes: o projeto neoliberal. Um sistema que defende o individualismo, a supremacia do mercado e do lucro sobre a vida e uma falsa meritocracia. Não há méritos quando alguns poucos começam uma corrida já com um dos pés na linha de chegada, enquanto a grande maioria tem que percorrer todo o trajeto para completar a prova. Essa é uma concepção de mundo que tem como ideal de justiça a perpetuação de uma classe no poder e de um sistema que concretiza, reproduz e aprofunda as condições de desigualdade e miséria. Eles temem uma sociedade mais igualitária e mais justa porque sabem que somente numa sociedade com essas características pode-se falar em mérito, pois todos partem de uma mesma base material, numa real igualdade de condições. O que seria do Jabor, por exemplo, se tivesse nascido pobre, negro e morador de favela? Se com todas as vantagens e benefícios que ele obteve por sua condição de classe, não conseguiu superar sequer o patamar do medíocre em tudo aquilo que se propôs a fazer, pode-se pelo menos imaginar o que seria dele em tais condições tão adversas...

Para concluir, gostaria apenas de comunicar ao fracassado Jabor sobre a sua própria morte, dedicar-lhe um belo réquiem e desejar, sinceramente, que descanse em paz!
 
Renato Prata Biar; Historiador; Pós-graduado em filosofia; Rio de Janeiro; R

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Falar mal de ex-chefe ou de ex-empregado pode acabar na Justiça

Difamações, ofensas e revelar segredos são algumas das situações.
Prejudicados devem entrar na Justiça por dano moral.

Marta Cavallini
Trabalhadores devem ficar atentos ao comportamento mesmo após deixar uma empresa. Difamar ex-colegas ou ex-patrões, contar segredos industriais ou colocar ex-empregados em “listas negras” para que não sejam contratados por outros podem gerar ações na Justiça por dano moral pós-contratual.
De acordo com a advogada trabalhista Caterine da Silva Ferreira, mesmo que não seja o proprietário o responsável por difamar o funcionário, e sim algum dos demais empregados, as empresas respondem pelos danos que seus funcionários venham a causar a ex-empregados. “Quando o contrato deixa de existir permanece a boa-fé contratual de ambas as partes”, explica.
Veja situações mais comuns que podem gerar o chamado dano moral pós-contratual
Lista negra
Ex-patrão coloca ex-funcionário em uma “lista negra” e o difama no mercado de atuação, fazendo com que perca oportunidades de trabalho - fala que ele não foi um bom funcionário e que as empresas não devem contratá-lo. Essa situação geralmente ocorre quando o ex-empregado entra com ação na Justiça reivindicando direitos trabalhistas.
Difamações
O empregador divulga os motivos da dispensa interna e externamente, como um exemplo a não ser seguido pelos colegas.
O funcionário sai da empresa e colegas falam mal de sua opção sexual no ambiente de trabalho ou dizem para representantes de outras empresas para não contratá-lo por causa de sua sexualidade.
Mesmo que a difamação parta de um ex-colega de setor, ele fala em nome da empresa, que responde pelos atos de seus funcionários.
Segredos
Ex-empregados que revelam segredos industriais da empresa podem ser acionados na Justiça pelo empregador, mesmo que no contrato não esteja prevista uma cláusula contra violação do segredo industrial.
Ex-funcionários espalham no mercado que a empresa em que trabalhavam está enfrentando problemas, sejam financeiros ou de gestão. A empresa pode perder negócios por causa da chamada difamação do empregado, que abala a imagem e reputação da empresa.
Ofensas
O ex-funcionário fala mal das pessoas com quem ele trabalhava. Se forem ofensas diretas aos ex-colegas, não cabe ação trabalhista – o que ocorre somente se essas ofensas pessoais mancharem a honra ou denegrirem a imagem da empresa.
Internet
O empregador ou o ex-funcionário podem falar mal de si na internet, via blogs e redes sociais, com difamações relacionadas ao ambiente de trabalho.
Funcionários falam mal do ex-colega que saiu ou zombam dele por meio de emails corporativos.
Provas
Testemunhas que presenciaram os fatos
Emails corporativos
Páginas dos sites em que foram postadas as ofensas – nesse caso é necessário investigar de quem partiu as mensagens, como obter o ID do computador
Vídeos e gravações de conversas
Fontes: Caterine da Silva Ferreira, Mauro Schiavi e Juliana Bracks
"Não é só o chefe que pode gerar ações por dano moral, outros funcionários também podem. A empresa tem responsabilidade de escolher bem seus funcionários e responde por qualquer ato deles, por isso, em caso de ação por dano moral pós-contrato, é o dono da empresa que paga a indenização para o ex-empregado. Mas a empresa pode depois acionar na Justiça o funcionário que causou o dano e cobrar a indenização paga em ação de regresso para buscar ressarcimento do que foi pago por causa da conduta desse empregado”, diz Caterine.
saiba mais
Saiba o que pode compensar mais: banco de horas ou pagamento de horas extras Empregador enganou sobre vaga ou desistiu de contratar? Saiba o que fazer Conheça seus direitos em relação às horas extras Trabalhador demitido no período de experiência tem direito a indenização Foi demitido? Saiba quais são os seus direitos
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Segundo Caterine, para entrar com ação por dano moral pós-contratual a pessoa que se sentir prejudicada deve ter provas do fato que gerou o constrangimento. E quem foi demitido por justa causa também pode entrar com ação na Justiça.
“Quanto mais específico for o setor em que se trabalha e as pessoas se conhecerem fica mais fácil reunir provas porque há uma gama menor de profissionais e eles são mais próximos. Nessa hora o networking é muito bom para descobrir ofensas, difamações e arrumar provas dos fatos”, diz.
Julgamentos
Mauro Schiavi, juiz do trabalho e autor do livro “Ações de Reparação por Danos Morais Recorrentes da Relação de Trabalho”, ações por dano moral pós-contratual são muito comuns.
“Já tive oportunidade de julgar processo em que se discutia o caso de uma ex-empregada que não arrumava emprego porque o ex-patrão ligava para os possíveis futuros empregadores difamando a ex-funcionária”, conta. De acordo com o juiz, há empregadores que têm lista negra de funcionários para fornecer informações desabonadoras a futuros empregadores.
O dano moral atenta contra a pessoa em todos os seus aspectos, como intimidade, privacidade, imagem e honra"
Schiavi diz que o empregado vítima de situações como as relatadas acima devem tentar documentar a situação, até mesmo gravar conversas telefônicas para, futuramente, poder ingressar com um processo judicial na Justiça do Trabalho para reparação do dano moral sofrido. Uma ação desse tipo demora de 6 meses (sem recurso) a 5 anos na Justiça do Trabalho.
O juiz explica que o dano moral não causa prejuízo econômico, mas viola um direito da personalidade, causando angústia, dor, sofrimento. “O dano moral atenta contra a pessoa em todos os seus aspectos, como intimidade, privacidade, imagem e honra”.
Prescrição
Ministério Público do Trabalho tem atuado maciçamente contra empresas que mantêm listas negras ou que divulgam em sites ou meios de comunicação informações que atentem contra a dignidade do trabalhador"
Juliana Bracks, especialista em direito do trabalho do Centro de Estudos, Pesquisas e Atualização, ressalta que o empregado, no Brasil, tem até dois anos após o término do contrato de trabalho para entrar com ação na Justiça do Trabalho. “Em casos de ações por dano pós-contratual, se o ex-empregado ajuizar a ação passados os dois anos da extinção do contrato, precisa provar a data em que teve ciência da difamação”, explica.
Segundo a advogada trabalhista, o valor das indenizações varia bastante e não existe um parâmetro definido pelos juízes, que levam em conta as circunstâncias do caso, a conduta do agressor e o dano causado à vítima. “Se a ação é coletiva as indenizações costumam ter valores maiores devido ao caráter pedagógico da condenação e à extensão social do ilícito”, diz.
“A melhor forma de prevenir essas condutas irregulares em uma empresa é promover campanhas, debates e punir os responsáveis denunciados pelos trabalhadores. Se a empresa nada fizer, certamente será considerada conivente com a postura de seus empregados”, conclui.

Veja casos em que o trabalhador pode 'demitir' seu empregador

Não-cumprimento das obrigações do contrato é o principal motivo.
Funcionário recebe benefícios como se fosse demitido sem justa causa.

Marta Cavallini

O empregado pode pedir a “justa causa” do empregador na Justiça trabalhista quando forem violadas a lei ou as obrigações do contrato de trabalho. A chamada dispensa ou rescisão indireta está prevista no artigo 483 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
De acordo com a advogada Juliana da Silva Borges, a dispensa ocorre por deliberação do empregado, em razão de justa causa praticada pelo empregador, de tal modo que torne inviável ou inconveniente a manutenção do vínculo de emprego. “O funcionário [que ganha a ação] tem direito a todos os benefícios como se tivesse sido demitido sem justa causa, além de, em alguns casos, receber indenizações por danos morais”, diz.
Veja exemplos de casos em que o funcionário pode pedir rescisão indireta, de acordo com o artigo 483 da CLT Quando forem exigidos serviços superiores às suas forças, tanto no sentido físico quanto intelectual, e que acabam causando danos à saúde, além de jornada excessiva de trabalho, que ultrapasse 8 horas diárias ou 44 horas semanais. Exemplo: um empregado executa tarefas em curto espaço de tempo, algo que seria praticamente impossível de ser feito sem causar graves danos à saúde física e mental dele.
Quando o empregado tem que executar atividades ilícitas ou serviços que a lei proíbe, como é o caso da proibição de trabalho insalubre, perigoso ou noturno do menor de idade. Além das verbas rescisórias, pode pleitear indenização por dano moral.
Quando o empregador exige do empregado que mantenha relacionamento íntimo com um cliente que seja importante para os negócios da empresa ou ordena que ele se dispa na frente dos colegas.
Quando o empregador exige que o empregado desempenhe atividades que não tenham a ver com a função para a qual foi contratado. Exemplo: exigir que um atendente de caixa faça serviços de limpeza.
Quando o funcionário é tratado pelo empregador ou por seus superiores hierárquicos com rigor excessivo, ou seja, o empregado sofre perseguição por parte do empregador ou superior, sendo tratado de forma diferenciada em comparação com os demais colegas.
Quando o empregado é exposto a situações que possam acarretar perigo de morte ou trazer prejuízos à sua saúde ou quando a empresa não fornece equipamentos de proteção ou não adota normas de higiene e segurança do trabalho em atividades que exigem esses procedimentos, como para limpadores de vidro de prédios, pedreiros, torneiros mecânicos e faxineiros.
Quando o empregador não cumpre as obrigações do contrato. (*)
Quando os atos do empregador afrontam a honra do empregado, que engloba a reputação e dignidade. Exemplo: empregado é denunciado pelo empregador por furto e é detido na empresa. Posteriormente, é inocentado após a confissão de quem praticou o furto.
Quando o empregador ou colega de trabalho agridem o funcionário fisicamente, que não seja caso de legítima defesa. Mesmo que a agressão ocorra fora das dependências da empresa, será caracterizado motivo para rescisão indireta.
Quando o empregador excede o limite normal de redução de trabalho, fazendo com que o salário sofra considerável redução – no caso a empresa pode optar por remunerar o empregado pelo total de tarefas a serem cumpridas ou por atividades separadamente, assim, se reduzir o trabalho baixará o salário também, mas essa redução não pode ser abaixo do salário mínimo, se for menor a empresa tem que complementar.
(*) O empregado pode pleitear a rescisão de contrato de trabalho e o pagamento das respectivas indenizações, permanecendo ou não no serviço até final decisão do processo trabalhista.

Mãe de Roberto Carlos está em estado grave, afirma hospital

Laura Moreira Braga, de 94 anos, foi diagnosticada com infecção pulmonar.
'Lady Laura' ganhou fama com música do filho em parceria com Erasmo.

Lady Laura foi diagnosticada com infecção pulmonar (Foto: Isac Luz/ego) A mãe do cantor Roberto Carlos, Laura Moreira Braga, de 94 anos, está em estado grave, segundo a assessoria do Hospital Copa D’Or, em Copacabana, na Zona Sul do Rio, onde ela está internada.
Laura foi internada na madrugada de quarta-feira (31), e diagnosticada com infecção pulmonar. Ela ficou conhecida nacionalmente pela música "Lady Laura", parceria do filho com Erasmo Carlos.
De acordo com a assessoria de imprensa do hospital, Lady Laura usa respirador artificial e está sendo tratada com antibióticos.

Música em homenagem
Assim como o filho, que evita expor sua vida pessoal, Lady Laura tem comportamento discreto. Roberto batizou o seu iate com o nome da mãe.
Os versos da música "Lady Laura" dizem:
"Quando eu era criança
Podia chorar nos seus braços
E ouvir tanta coisa bonita
Na minha aflição
Nos momentos alegres
Sentado ao seu lado sorria
E nas horas difíceis podia
Apertar sua mão"

ESTADOS E PREFEITURAS NÃO RESPEITAM PISO DO MAGISTERIO

O presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Roberto Franklin Leão, destacou hoje (30) a luta da categoria pelo cumprimento da lei que regulamenta o piso salarial para professores da rede pública de educação básica, sancionada em 16 de julho de 2008. Leão participa da Conferência Nacional de Educação (Conae), que está sendo realizada em Brasília e segue até o dia 1º de abril.

Segundo o presidente da CNTE, estados e municípios tentam todo tipo de artifício para pagar o piso fazendo economia. “Para nós, o valor do piso é de R$ 1.312,85. Para o Ministério de Educação (MEC), é R$ 1.024. Há municípios que dizem, pelas suas contas, que é R$ 1.118. Alguns falam em R$ 950”, afirmou em entrevista hoje (30) ao programa Revista Brasil, da Rádio Nacional. No Estado do Rio, o nível 1, para os professores de 1ª a 4ª Serie (normalistas) é de 584,10, enquanto para o nível 3 (com nível universitário e licenciatura na disciplina) é de R$ 732,69.

Franklin Leão ressalta que apesar de o piso ser uma lei nacional, estados e municípios têm o direito de organizar seus planos de carreira, por isso, ele acredita, a lei não poderia dar margem para interpretações que viabilizam o não pagamento do piso em sua totalidade.

“As leis são feitas com possibilidade de muitas interpretações e isso termina propiciando esse tipo de comportamento, que é lamentável, principalmente, em se tratando de uma coisa tão séria como a educação.”

O presidente da CNTE ressaltou que a valorização do profissional de educação passa também pelo pagamento de bons salários e pela elaboração de um plano de carreira. “Parece incrível, mas depois de dois anos ainda estamos lutando [pela implementação do piso]. Porque no Brasil a gente luta para fazer a lei e, depois, para que ela seja cumprida”, disse

POR 9 A 6, CÂMARA REPROVA - CONTAS DE WASHINGTON REIS

Em sessão realizada nesta segunda (29), Câmara de Duque de Caxias aprovou, por 9 votos a 6, o parecer do Tribunal de Contas do Estado, que recomendou a desaprovação das contas do ex prefeito Washington Reis relativas a 2008. A decisão repetiu a que foi tomada no ano passado, quando foi mantido o relatório do TCE, recusando aprovação das contas de 2007. A decisão do plenário foi calcada no parecer da Comissão de Orçamento e Finanças da Casa, que por sua vez acompanhara o parecer do TCE.
Os vereadores Maninho do Posto (PSDB), Chico Borracheiro (PSB), Marquinho Oi (DEM), Jonas é Nós (PPS), Gaete (DEM) e Juliana do Táxi (PSC) votaram pela aprovação das Contas, enquanto Josemar Padilha (PPS) se absteve e Júnior Reis (PMDB) ficou impedido de votar, por ser irmão do ex-prefeito, conforme Artigo 174, parágrafo 3º, do Regimento Interno da Casa. Deixaram de votara Eduardo Moreira (PC do B), Ricardo da Karol (PSB) e Samuquinha (PMDB), ausentes da sessão.
O parecer (processo 207.176-8/09) chegou à Casa em janeiro, com 1250 folhas relacionando as irregularidades e impropriedades encontradas pelos conselheiros do TCE, entre as quais o desvio de finalidade na aplicação das verbas do Fundeb - Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (folhas 976/ 977). Na ocasião, o presidente, Dalmar Lírio Mazinho (PSDB), pediu à Comissão de Orçamento e Finanças que fizesse uma análise técnica e objetiva, já que se tratava de uma responsabilidade muito grande, uma vez que as contas do ex-prefeito referentes ao período de 2007 também haviam sido reprovadas nas duas esferas.
Ao contrário do que acontecia antes, em que o Tribunal aguardava a iniciativa da Câmara, o TCE resolveu encaminahr, de ofício, cópia do processo com o relatório pela reprofação ao Ministério Público Estadual para que processe a autoridade flagrada em situação irregular, inclusive com pedido de seqüestro de bens para cobertura dos valores desviados do tesouro municipal.

COLÔMBIA - AMÉRICA LATINA - Outra Colômbia, de paz, é possível

O novo sucesso do processo de negociação política na Colômbia, com a libertação de dois prisioneiros pelas Farc, como resultado da atuação mediadora da senadora de oposição Piedad Cordoba, com o apoio da Cruz Vermelha Internacional e do governo brasileiro, confirmam que esse é o caminho de construção de um país pacífico, de relações construtivas com seus vizinhos, incorporado aos processos de integração regional.
Essa libertação demonstra como, mediante negociações e não a militarização dos conflitos, se podem obter resultados que conduzam, primeiro, a acordos de intercâmbio de prisioneiros, depois, a um processo mais prolongado e permanente de paz. Ainda mais que as Farc comunicaram que esta foi a última libertação unilateral de presos. A partir de agora a continuação do processo terá que ser dada pelo intercâmbio de prisioneiros entre os que estão em poder das Farc e os que estão em poder do governo de Uribe.
As Farc já concederam em relação a condições anteriores, quando solictavam um território desmilitarizado para fazer a troca, assim como a inclusão de dirigentes da organizacao que foram extraditados para os EUA. Uribe, pela primeira vez, não se mostrar frontalmente contra, enquanto seu candidato, Juan Manuel Santos, sim, rejeita completamente a possibilidade da operação. Uribe coloca como condição que os libertados pelo governo nao voltem a participar da luta armada, como se as Farc respondessem colocando como condição que os militares libertados não voltem a participar da repressão.
Mas pelo menos os termos de uma possível negociação estão colocados. Seria um passo novo, porque implicaria na participação do governo, com contrapartidas às libertações das Farc e contribuindo para um processo de pacificação do país.
A impossibilidade de Uribe ser candidato, por sua vez, tira por agora de cena, o personagem que protagonizou a “guerra infinita” do governo colombiano contra as Farc, que buscou impor uma solução militar ao conflito. Teve que ceder, primeiro, aceitando a intermeadiação de Hugo Chavez e de Piedad Córdoba, depois apenas da senadora, para um diálogo com as Farc. O candidato que ele apóia, Juan Manuel Santos, mantém posição rigidamente contra qualquer intercâmbio de prisioneiros, para tentar granjear votos, o que dificilmente lhe permitirá uma vitória no primeiro turno, previsão feita se Uribe fosse o candidato.
O que interessa é que a nova libertação de prisioneiros reafirma a via pacífica e de negociação política como a única que permite à Colômbia retomar uma convivência pacífica e democrática, concluindo décadas em que a violência foi um elemento constitutivo da vida desse país. Será também a forma de buscar políticas consensuais de combate ao narcotráfrico – que possam incluir a legalização do consumo de drogas leves, proposta que, até agora, tem a oposição de Uribe e de seu candidato.
A senadora do Partido Liberal Piedad Cordoba, apesar da brutal campanha de desqualificação realizada contra ela por médios do governo e da imprensa, sai fortalecida deste episódio e de todos os processos de libertação de prisioneiros, em que ela sempre teve o protagonismo ativo. O problema é, como ela mesma enfatiza, as Farc, responsáveis pela libertação de prisioneiros até aqui, decidiram que foi a ultima libertação unilateral, considerando que é suficientes para demonstrar sua boa vontade no caminho de negociações bilaterais. Agora caberia empreender o caminho das negociações bilaterais, em que países como o Brasil e uma dirigente política como Piedad Cordoba podem ter papel ainda mais decisivo.

Teixeira diz que Morumbi é reprovado para a abertura; São Paulo desconhece

O impasse sobre o local do jogo de abertura da Copa do Mundo de 2014 ganhou mais um capítulo nesta quarta-feira. Durante homenagem da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, afirmou que o projeto do estádio do Morumbi foi rejeitado pela Fifa e colocou em dúvida a realização da primeira partida do Mundial em São Paulo. O clube rebateu o dirigente e disse que não tem conhecimento do "quarto veto" ao estádio.
“Já foram enviados quatro relatórios à Fifa. Não adianta ficar com medidas paliativas, pois o estádio da abertura não pode ser comparado a nenhum outro. Esse estádio tem que se enquadrar em várias características, e isso não está acontecendo com o Morumbi”, disse Teixeira.
Apesar do impasse, o presidente da CBF negou que os problemas entre Fifa e Morumbi tenham alguma relação com a cidade de São Paulo. Teixeira também condenou as trocas de farpas entre representantes da candidatura paulista e o secretário-geral da Fifa, Jérome Valcke.
“O problema é com o estádio do Morumbi, e não com a cidade de São Paulo. Não adianta ficar culpando o secretário-geral da Fifa”, disse o dirigente. “Não sei dizer o conteúdo deste quarto relatório. O Rodrigo [Paiva, assessor de imprensa da CBF] mostrará depois a vocês porque não foi aprovado."
Diante do impasse, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, aproveitou para fazer campanha para trazer a partida de abertura para a cidade – que já receberá a final da Copa do Mundo de 2014.

Produção industrial cresce 18,4% em um ano

RIO - A produção industrial avançou 1,5% na passagem de janeiro para fevereiro deste ano, descontadas as influências sazonais, informa o IBGE nesta quinta-feira. Frente a fevereiro de 2009, houve expansão de 18,4%, terceiro resultado consecutivo de dois dígitos nesse tipo de confronto, refletindo sobretudo a baixa base de comparação decorrente dos efeitos da crise econômica internacional.
Assim, o setor industrial acumulou crescimento de 17,2% no primeiro bimestre de 2010, enquanto a taxa anualizada (acumulado nos últimos 12 meses), ao recuar 2,6%, prosseguiu com redução no ritmo de perda e registrou a queda menos intensa, nessa comparação, desde março de 2009 (-1,9%).
Com o avanço de 1,5% entre janeiro e fevereiro, após aumento de 1,2% no mês anterior, o patamar de produção industrial voltou a um nível próximo ao de maio de 2008.
Dos 27 ramos pesquisados, 15 apresentaram crescimento nessa comparação, com destaque para a indústria farmacêutica (15,9%), seguida por edição e impressão (7,0%) e máquinas para escritório e equipamentos de informática (15,0%). Esses três setores haviam registrado queda na produção de dezembro para janeiro, de -6,4%, -5,0% e -6,8%, respectivamente. Também destacaram-se as contribuições positivas de metalurgia básica (3,0%), máquinas e equipamentos (2,1%) e outros produtos químicos (1,5%). As principais pressões negativas vieram de refino de petróleo e produção de álcool (-2,3%), vestuário e acessórios (-8,6%) e produtos de metal (-3,2%).
Ainda na comparação com o mês anterior, em fevereiro os bens de consumo semi e não duráveis (2,4%) tiveram o maior crescimento entre as categorias de uso e o terceiro resultado positivo consecutivo, acumulando nesse período expansão de 4,5%. A produção de bens de capital avançou 1,7%, após ter ficado praticamente estável nos dois últimos meses (0,1% em dezembro/ 09 e -0,1% em janeiro deste ano). O setor de bens de consumo duráveis (0,7%) ficou positivo pelo segundo mês consecutivo, enquanto o de bens intermediários (-0,5%) foi o único a reduzir a produção na passagem de janeiro para fevereiro, interrompendo 13 meses de expansão, período em que acumulou ganho de 22,4%.
Com o avanço da atividade industrial em fevereiro, a média móvel trimestral, cresceu 0,8%, após ter ficado praticamente estável em janeiro (0,1%). O destaque ficou com a produção de bens finais, com crescimento acima da média: de 1,5% para bens de consumo semi e não duráveis, que manteve a sequência de taxas positivas iniciada em setembro de 2009, e de 1,0% para bens de consumo duráveis, que reverteu dois meses de queda. Os bens intermediários (0,8%) e os bens de capital (0,6%) também registraram taxas positivas e prosseguiram em trajetória ascendente.
Na comparação com fevereiro de 2009 (18,4%), 24 dos 27 ramos pesquisados registraram crescimento na produção. O índice de difusão mostrou avanço em 72% dos 755 produtos investigados, o maior nível da série histórica, iniciada em janeiro de 2003, evidenciando um maior dinamismo no setor industrial e, ao mesmo tempo, refletindo uma base de comparação baixa.
Entre as atividades que avançaram, os maiores impactos positivos, por ordem de importância, vieram de veículos automotores (36,3%), máquinas e equipamentos (42,3%), metalurgia básica (35,9%), outros produtos químicos (26,7%), farmacêutica (51,9%), produtos de metal (44,5%) e indústrias extrativas (20,3%). Por outro lado, a contribuição negativa mais relevante veio de outros equipamentos de transporte (-12,7%), ainda pressionado pelo item aviões.
Ainda no confronto com fevereiro do ano passado, houve avanço em todas as categorias de uso. Os bens de capital (26,2%) registraram a taxa mais elevada desde abril de 2008 (29,7%), influenciados pela maior parte dos seus subsetores, com destaque para bens de capital para uso misto (32,4%), para construção (196,9%), para equipamentos de transporte (17,2%) e para fins industriais (25,3%). A produção de bens de consumo duráveis (25,2%) manteve o crescimento de dois dígitos, impulsionada pelos automóveis (20,0%), eletrodomésticos (38,3%) - tanto os de “linha branca”1 (24,9%) como os de “linha marrom”2 (44,2%) - e telefones celulares (6,6%).
O setor de bens intermediários (19,4%) manteve sequência de quatro taxas positivas, com crescimento em praticamente todos os seus segmentos, sendo os principais destaques dos produtos associados às atividades de metalurgia básica (35,9%), outros produtos químicos (25,6%), indústrias extrativas (20,4%), veículos automotores (43,0%), produtos de metal (53,2%) e borracha e plástico (25,8%). Vale mencionar também a pressão positiva dos insumos para construção civil (15,1%), maior crescimento desde julho de 1996 (16,8%), e das embalagens (18,3%), maior avanço desde o início da série histórica, em 2003.
Já os bens de consumo semi e não duráveis (10,5%), única categoria de uso com desempenho abaixo da média nessa comparação (18,4%), teve resultados positivos em todos os seus subsetores, com destaque para outros não duráveis (16,7%), alimentos e bebidas elaborados para consumo doméstico (5,5%), carburantes (13,5%) e semiduráveis (8,5%).
No indicador acumulado no primeiro bimestre de 2010, frente a igual período de 2009, o avanço (17,2%) da produção industrial também teve perfil generalizado, com crescimento em 24 das 27 atividades. Os veículos automotores (38,9%) mantiveram a liderança como pressão positiva, influenciados pela expansão em 92% dos produtos pesquisados. Outras contribuições positivas relevantes vieram de máquinas e equipamentos (37,8%), outros produtos químicos (29,9%) e metalurgia básica (34,7%). Entre os três ramos em queda, destacou-se o de outros equipamentos de transportes (-16,7%).
Entre as categorias de uso, o destaque ficou para bens de consumo duráveis (30,2%), bens intermediários (20,0%) e bens de capital (19,1%), enquanto a produção de bens de consumo semi e não duráveis (8,0%) cresceu abaixo da média.

Com informações do IBGE

Mídia clama por golpe

Por Altamiro Borges , Escritor

Quinta-feira, 1º de abril, marca os 46 anos do fatídico golpe civil-militar de 1964. Na época, o imperialismo estadunidense, os latifundiários e parte da burguesia nativa derrubaram o governo democraticamente eleito de João Goulart. Naquela época, a imprensa teve papel destacado nos preparativos do golpe. Na sequência, muitos jornalões continuaram apoiando a ditadura, as suas torturas e assassinatos. Outros engoliram o seu próprio veneno, sofrendo censura e perseguições.
Nesta triste data da história brasileira, vale à pena recordar os editoriais dos jornais burgueses – que clamaram pelo golpe, aplaudiram a instalação da ditadura militar e elogiaram a sua violência contra os democratas. No passado, os militares foram acionados para defender os saqueadores da nação. Hoje, esse papel é desempenhado pela mídia privada, que continua orquestrando golpes contra a democracia. Daí a importância de relembrar sempre os seus editorais da época:
O golpismo do jornal O Globo
“Salvos da comunização que celeremente se preparava, os brasileiros devem agradecer aos bravos militares que os protegeram de seus inimigos. Este não foi um movimento partidário. Dele participaram todos os setores conscientes da vida política brasileira, pois a ninguém escapava o significado das manobras presidenciais”. O Globo, 2 de abril de 1964.
“Fugiu Goulart e a democracia está sendo restaurada…, atendendo aos anseios nacionais de paz, tranqüilidade e progresso… As Forças Armadas chamaram a si a tarefa de restaurar a nação na integridade de seus direitos, livrando-a do amargo fim que lhe estava reservado pelos vermelhos que haviam envolvido o Executivo Federal. O Globo, 2 de abril de 1964.
“Ressurge a democracia! Vive a nação dias gloriosos… Graças à decisão e ao heroísmo das Forças Armadas que, obedientes a seus chefes, demonstraram a falta de visão dos que tentavam destruir a hierarquia e a disciplina, o Brasil livrou-se do governo irresponsável, que insistia em arrastá-lo para rumos contrários à sua vocação e tradições. Como dizíamos, no editorial de anteontem, a legalidade não poderia ter a garantia da subversão, a ancora dos agitadores, o anteparo da desordem. Em nome da legalidade não seria legítimo admitir o assassínio das instituições, como se vinha fazendo, diante da Nação horrorizada”. O Globo, 4 de abril de 1964.
“A revolução democrática antecedeu em um mês a revolução comunista”. O Globo, 5 de abril de 1964.
Conluio dos jornais golpistas
“Minas desta vez está conosco… Dentro de poucas horas, essas forças não serão mais do que uma parcela mínima da incontável legião de brasileiros que anseiam por demonstrar definitivamente ao caudilho que a nação jamais se vergará às suas imposições”. O Estado de S.Paulo, 1º de abril de 1964.
“Escorraçado, amordaçado e acovardado, deixou o poder como imperativo de legítima vontade popular o Sr João Belchior Marques Goulart, infame líder dos comuno-carreiristas-negocistas-sindicalistas. Um dos maiores gatunos que a história brasileira já registrou, o Sr João Goulart passa outra vez à história, agora também como um dos grandes covardes que ela já conheceu”. Tribuna da Imprensa, 2 de abril de 1964.
“Desde ontem se instalou no país a verdadeira legalidade… Legalidade que o caudilho não quis preservar, violando-a no que de mais fundamental ela tem: a disciplina e a hierarquia militares. A legalidade está conosco e não com o caudilho aliado dos comunistas”. Jornal do Brasil, 1º de abril de 1964.
“Golpe? É crime só punível pela deposição pura e simples do Presidente. Atentar contra a Federação é crime de lesa-pátria. Aqui acusamos o Sr. João Goulart de crime de lesa-pátria. Jogou-nos na luta fratricida, desordem social e corrupção generalizada”. Jornal do Brasil, 1º de abril de 1964.
“Pontes de Miranda diz que Forças Armadas violaram a Constituição para poder salvá-la”. Jornal do Brasil, 6 de abril de 1964.
“Multidões em júbilo na Praça da Liberdade. Ovacionados o governador do estado e chefes militares. O ponto culminante das comemorações que ontem fizeram em Belo Horizonte, pela vitória do movimento pela paz e pela democracia foi, sem dúvida, a concentração popular defronte ao Palácio da Liberdade”. O Estado de Minas, 2 de abril de 1964.
“A população de Copacabana saiu às ruas, em verdadeiro carnaval, saudando as tropas do Exército. Chuvas de papéis picados caíam das janelas dos edifícios enquanto o povo dava vazão, nas ruas, ao seu contentamento”. O Dia, 2 de abril de 1964.
“A paz alcançada. A vitória da causa democrática abre o País a perspectiva de trabalhar em paz e de vencer as graves dificuldades atuais. Não se pode, evidentemente, aceitar que essa perspectiva seja toldada, que os ânimos sejam postos a fogo. Assim o querem as Forças Armadas, assim o quer o povo brasileiro e assim deverá ser, pelo bem do Brasil”. O Povo, 3 de abril de 1964.
“Milhares de pessoas compareceram, ontem, às solenidades que marcaram a posse do marechal Humberto Castelo Branco na Presidência da República… O ato de posse do presidente Castelo Branco revestiu-se do mais alto sentido democrático, tal o apoio que obteve”. Correio Braziliense, 16 de abril de 1964.

Apoio à ditadura sanguinária

“Um governo sério, responsável, respeitável e com indiscutível apoio popular, está levando o Brasil pelos seguros caminhos do desenvolvimento com justiça social – realidade que nenhum brasileiro lúcido pode negar, e que o mundo todo reconhece e proclama”. Folha de S.Paulo, 22 de setembro de 1971.
“Vive o País, há nove anos, um desses períodos férteis em programas e inspirações, graças à transposição do desejo para a vontade de crescer e afirmar-se. Negue-se tudo a essa revolução brasileira, menos que ela não moveu o país, com o apoio de todas as classes representativas, numa direção que já a destaca entre as nações com parcela maior de responsabilidades”. Jornal do Brasil, 31 de março de 1973.
“Participamos da Revolução de 1964 identificados com os anseios nacionais de preservação das instituições democráticas, ameaçadas pela radicalização ideológica, greves, desordem social e corrupção generalizada”. Editorial de Roberto Marinho, O Globo, 7 de outubro de 1984.