RIO - A produção industrial avançou 1,5% na passagem de janeiro para fevereiro deste ano, descontadas as influências sazonais, informa o IBGE nesta quinta-feira. Frente a fevereiro de 2009, houve expansão de 18,4%, terceiro resultado consecutivo de dois dígitos nesse tipo de confronto, refletindo sobretudo a baixa base de comparação decorrente dos efeitos da crise econômica internacional.
Assim, o setor industrial acumulou crescimento de 17,2% no primeiro bimestre de 2010, enquanto a taxa anualizada (acumulado nos últimos 12 meses), ao recuar 2,6%, prosseguiu com redução no ritmo de perda e registrou a queda menos intensa, nessa comparação, desde março de 2009 (-1,9%).
Com o avanço de 1,5% entre janeiro e fevereiro, após aumento de 1,2% no mês anterior, o patamar de produção industrial voltou a um nível próximo ao de maio de 2008.
Dos 27 ramos pesquisados, 15 apresentaram crescimento nessa comparação, com destaque para a indústria farmacêutica (15,9%), seguida por edição e impressão (7,0%) e máquinas para escritório e equipamentos de informática (15,0%). Esses três setores haviam registrado queda na produção de dezembro para janeiro, de -6,4%, -5,0% e -6,8%, respectivamente. Também destacaram-se as contribuições positivas de metalurgia básica (3,0%), máquinas e equipamentos (2,1%) e outros produtos químicos (1,5%). As principais pressões negativas vieram de refino de petróleo e produção de álcool (-2,3%), vestuário e acessórios (-8,6%) e produtos de metal (-3,2%).
Ainda na comparação com o mês anterior, em fevereiro os bens de consumo semi e não duráveis (2,4%) tiveram o maior crescimento entre as categorias de uso e o terceiro resultado positivo consecutivo, acumulando nesse período expansão de 4,5%. A produção de bens de capital avançou 1,7%, após ter ficado praticamente estável nos dois últimos meses (0,1% em dezembro/ 09 e -0,1% em janeiro deste ano). O setor de bens de consumo duráveis (0,7%) ficou positivo pelo segundo mês consecutivo, enquanto o de bens intermediários (-0,5%) foi o único a reduzir a produção na passagem de janeiro para fevereiro, interrompendo 13 meses de expansão, período em que acumulou ganho de 22,4%.
Com o avanço da atividade industrial em fevereiro, a média móvel trimestral, cresceu 0,8%, após ter ficado praticamente estável em janeiro (0,1%). O destaque ficou com a produção de bens finais, com crescimento acima da média: de 1,5% para bens de consumo semi e não duráveis, que manteve a sequência de taxas positivas iniciada em setembro de 2009, e de 1,0% para bens de consumo duráveis, que reverteu dois meses de queda. Os bens intermediários (0,8%) e os bens de capital (0,6%) também registraram taxas positivas e prosseguiram em trajetória ascendente.
Na comparação com fevereiro de 2009 (18,4%), 24 dos 27 ramos pesquisados registraram crescimento na produção. O índice de difusão mostrou avanço em 72% dos 755 produtos investigados, o maior nível da série histórica, iniciada em janeiro de 2003, evidenciando um maior dinamismo no setor industrial e, ao mesmo tempo, refletindo uma base de comparação baixa.
Entre as atividades que avançaram, os maiores impactos positivos, por ordem de importância, vieram de veículos automotores (36,3%), máquinas e equipamentos (42,3%), metalurgia básica (35,9%), outros produtos químicos (26,7%), farmacêutica (51,9%), produtos de metal (44,5%) e indústrias extrativas (20,3%). Por outro lado, a contribuição negativa mais relevante veio de outros equipamentos de transporte (-12,7%), ainda pressionado pelo item aviões.
Ainda no confronto com fevereiro do ano passado, houve avanço em todas as categorias de uso. Os bens de capital (26,2%) registraram a taxa mais elevada desde abril de 2008 (29,7%), influenciados pela maior parte dos seus subsetores, com destaque para bens de capital para uso misto (32,4%), para construção (196,9%), para equipamentos de transporte (17,2%) e para fins industriais (25,3%). A produção de bens de consumo duráveis (25,2%) manteve o crescimento de dois dígitos, impulsionada pelos automóveis (20,0%), eletrodomésticos (38,3%) - tanto os de “linha branca”1 (24,9%) como os de “linha marrom”2 (44,2%) - e telefones celulares (6,6%).
O setor de bens intermediários (19,4%) manteve sequência de quatro taxas positivas, com crescimento em praticamente todos os seus segmentos, sendo os principais destaques dos produtos associados às atividades de metalurgia básica (35,9%), outros produtos químicos (25,6%), indústrias extrativas (20,4%), veículos automotores (43,0%), produtos de metal (53,2%) e borracha e plástico (25,8%). Vale mencionar também a pressão positiva dos insumos para construção civil (15,1%), maior crescimento desde julho de 1996 (16,8%), e das embalagens (18,3%), maior avanço desde o início da série histórica, em 2003.
Já os bens de consumo semi e não duráveis (10,5%), única categoria de uso com desempenho abaixo da média nessa comparação (18,4%), teve resultados positivos em todos os seus subsetores, com destaque para outros não duráveis (16,7%), alimentos e bebidas elaborados para consumo doméstico (5,5%), carburantes (13,5%) e semiduráveis (8,5%).
No indicador acumulado no primeiro bimestre de 2010, frente a igual período de 2009, o avanço (17,2%) da produção industrial também teve perfil generalizado, com crescimento em 24 das 27 atividades. Os veículos automotores (38,9%) mantiveram a liderança como pressão positiva, influenciados pela expansão em 92% dos produtos pesquisados. Outras contribuições positivas relevantes vieram de máquinas e equipamentos (37,8%), outros produtos químicos (29,9%) e metalurgia básica (34,7%). Entre os três ramos em queda, destacou-se o de outros equipamentos de transportes (-16,7%).
Entre as categorias de uso, o destaque ficou para bens de consumo duráveis (30,2%), bens intermediários (20,0%) e bens de capital (19,1%), enquanto a produção de bens de consumo semi e não duráveis (8,0%) cresceu abaixo da média.
Com informações do IBGE
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