Essa figura deprimente e fracassada chamada Arnaldo Jabor, é algo realmente digno de pena. Começou a ganhar fama no Brasil através do cinema e, embora esta seja uma das mais belas artes que o homem já produziu, das mãos do Jabor não saiu absolutamente nada de extraordinário, diferente, genial, sublime, etc. Para falar a verdade, não fossem os grandes atores com os quais trabalhou (Paulo Gracindo, Fernanda Montenegro, Darlene Glória, dentre outros) seus filmes não teriam ido além da mediocridade. A sua falta de talento, sensibilidade e inteligência, que são necessárias para qualquer tipo de arte, ficaram bem claras e nítidas nos seus poucos trabalhos como cineasta. Glauber Rocha (esse sim um gênio da arte cinematográfica e com uma inteligência e sensibilidade à flor da pele) é que fez bem em não permitir a entrada do Jabor no movimento do Cinema Novo. Glauber, com certeza, já pressentia o tipo de pessoa que o rondava como mosca de padaria na tentativa de fazer parte daquele movimento que fez história no cinema brasileiro.
Uma vez, no programa do Jô Soares, o Jabor, durante uma entrevista, disse que havia parado de fazer cinema porque ele já teria feito todos os filmes que poderia fazer. O Jô não só concordou com ele (e ambos são amigos) como disse ainda que lhe internaria numa clínica psiquiátrica se ele tentasse fazer cinema novamente. Este episódio parece ser mais do que suficiente para constatarmos o tamanho do talento do Jabor para a arte cinematográfica. Ou será que alguém consegue imaginar um Glauber Rocha, um Roman Polanski, Steven Spielberg, Stanley Kubrick, Walter Salles e tantos outros diretores geniais dizendo, depois de meia dúzia de filmes, que já fizeram todos os filmes que poderiam ter feito. Alguém que realmente tem o dom, a inteligência e a sensibilidade de produzir obras de arte (sejam pinturas, esculturas, teatro, cinema, literatura, música, etc.) só para de se dedicar à sua arte quando morre ou se tiver algum outro grave impedimento físico ou psicológico que o impessa de ir em frente na busca por uma superação a cada obra. Nenhum artista abandona a sua arte; mas, é, sim, por ela abandonado. Portanto, não foi o Jabor que abandonou o cinema, foi o cinema que o abandonou.
Bem, após essa separação litigiosa que o cinema lhe impôs, o inútil Jabor ficou vagando por aí em busca de sua própria identidade e tentando um lugar ao Sol. Começou a escrever para colunas de jornal. E foi aí que cometeu seu segundo erro: achou que poderia ser escritor. Mais um fracasso! Os livros do patético Jabor são tão ruins que fariam até mesmo Paulo Coelho se sentir um Balzac perto dele. Mas como Jabor é brasileiro e não desiste nunca, ele agora pensa que é comentarista político. Para começar não conseguiu agradar sequer aqueles pelos quais ele demonstra a mais completa subserviência e alto grau de adestramento, a família Marinho. Começou falando 30 ou 40 segundos (se muito) no Jornal Nacional (horário nobre) e logo foi jogado para o Jornal da Globo (um jornal de baixíssima audiência porque seu horário é incerto e geralmente muito tarde). Mas como não lhe sobrou mais nada, ele continua a sua cruzada como comentarista, só que agora resolveu encarnar o Inspetor Javert (personagem do clássico livro de Victor Hugo, Os Miseráveis) numa versão tupiniquim e escolheu os comunistas como seu Jean Valjean (o outro personagem do livro citado acima e que é perseguido pelo Inspetor Javert de forma estúpida e até mesmo patológica). Numa recente palestra onde foram cobrados 500 reais de entrada e que tinha o título de: 1º Fórum Democracia e Liberdade de Expressão (pelo preço, fica fácil perceber que democracia aqui não é para qualquer um) o "popular" Jabor vociferou as seguintes acusações e avisos:
"Então o perigo maior que nos ronda é ficar abstratos enquanto os outros são objetivos e obstinados, furando nossa resistência. A classe, o grupo e as pessoas ligadas à imprensa têm que ter uma atitude ofensiva e não defensiva. Temos que combater os indícios, que estão todos aí. O mundo hoje é de muita liberdade de expressão, inclusive tecnológica, e isso provoca revolta nos velhos esquerdistas. Por isso tem que haver um trabalho a priori, contra isso, uma atitude de precaução. Senão isso se esvai. Nossa atitude tem que ser agressiva."
É realmente uma análise política à altura do seu talento como cineasta. O adestrado Jabor esqueceu de considerar na sua fala que a esquerda não possui um único grande meio de comunicação em todo o país. Não há ninguém de esquerda que possua grandes redes de televisão, de rádio, jornais e revistas de grandes tiragens mensais, semanais ou diárias. Ao contrário, todos os grandes meios de comunicação estão nas mãos da direita e estão sob a posse de algumas poucas famílias como os Marinho, o clã do Edir Macedo, os Saad, etc. A liberdade e a possibilidade de comunicação rápida e de grande alcance criada pela nova tecnologia, ao contrário do que diz o perturbado Javert Tupiniquim, está sendo uma grande arma de comunicação para a esquerda que, como já foi dito, não tem acesso aos meios mais convencionais e mais populares. Portanto, somente num cérebro extremamente limitado ou mal intencionado alguém pensaria que a esquerda poderia ser contra a liberdade de expressão. Os fatos provam exatamente o contrário, pois é através dessa liberdade que a esquerda está incomodando e conseguindo alcançar certos objetivos: como uma maior conscietização das pessoas, uma maior diversidade de opiniões e debates verdadeiramente críticos. Como mostram as preocupações do "brilhante" comentarista, parece que o que eles mais desejam é o retorno ao pensamento único, sem questionamentos e sem a possibilidade de uma visão crítica. O que o adestrado candidato à comentarista político está propondo para seus iguais é uma guerra ideológica para tentar frear o avanço da esquerda não só no Brasil como em toda a América Latina, pois eles sabem que estão perdendo essa guerra mesmo com o monopólio da comunicação em suas mãos.
Porém, essa derrota não foi implementada apenas no campo ideológico. O projeto defendido pelo Jabor e pela sua sua corja é o mesmo que exauriu e massacrou os trabalhadores latino americanos durante a década de 1990, mas que acabou por alavancar os movimentos sociais e partidos de esquerda em toda a América Latina para a luta política e pela disputa do poder com as classes dominantes: o projeto neoliberal. Um sistema que defende o individualismo, a supremacia do mercado e do lucro sobre a vida e uma falsa meritocracia. Não há méritos quando alguns poucos começam uma corrida já com um dos pés na linha de chegada, enquanto a grande maioria tem que percorrer todo o trajeto para completar a prova. Essa é uma concepção de mundo que tem como ideal de justiça a perpetuação de uma classe no poder e de um sistema que concretiza, reproduz e aprofunda as condições de desigualdade e miséria. Eles temem uma sociedade mais igualitária e mais justa porque sabem que somente numa sociedade com essas características pode-se falar em mérito, pois todos partem de uma mesma base material, numa real igualdade de condições. O que seria do Jabor, por exemplo, se tivesse nascido pobre, negro e morador de favela? Se com todas as vantagens e benefícios que ele obteve por sua condição de classe, não conseguiu superar sequer o patamar do medíocre em tudo aquilo que se propôs a fazer, pode-se pelo menos imaginar o que seria dele em tais condições tão adversas...
Para concluir, gostaria apenas de comunicar ao fracassado Jabor sobre a sua própria morte, dedicar-lhe um belo réquiem e desejar, sinceramente, que descanse em paz!
Renato Prata Biar; Historiador; Pós-graduado em filosofia; Rio de Janeiro; R
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