Concurso selecionou 56 mil docentes, mas só 9.000 foram aprovados por junta médica
Gordinhos, rechoncudos, acima do peso. Nada os impediria de dar aulas. Mas vários professores reclamaram, nesta quarta-feira (2), de terem sido eliminados do processo seletivo para professores realizado pelo governo do Estado de São Paulo por serem obesos.
A denúncia de discriminação ocorre às vésperas do ano letivo. A professora Lídia Canuto, que já da aulas como professora temporária em escolas públicas, comentou a avaliação do médico ao barrá-la no concurso, que impediu seu sonho de obter vaga de efetiva entre os docentes.
- O médico falou: "obesidade vale reprovação e provavelmente você vai estar reprovada".
Outra vetada no processo seletivo, Ana havia sido aprovada com outros 56 mil professores - apenas 9.000 foram selecionados pela junta médica que avaliou os docentes. Ela diz que nunca faltou por motivo grave de saúde e que é saudável.
- Sou uma professora assídua, nunca tirei licença por mais de uma semana. Nunca [faltei] por um motivo grave de saúde, sou uma pessoa saudável e não vejo o porque houve dessa postura da junta médica que fez a avaliação.
Outros professores reclamaram de terem sido eliminados por estarem acima do peso. A Apeoesp (sindicato dos professores da rede estadual de São Paulo) colocou seu setor jurídico à disposição dos docentes que se sentiram discriminados, e soltou uma nota de repúdio, afirmando que muitos dos eliminados já davam aulas temporariamente na rede.
A Secretaria de Educação afirma que o concurso de seleção dos professores é realizado por outra pasta do governo. O secretário Herman Voorwald diz ter tomado conhecimento do ocorrido pelos jornais.
O governador Geraldo Alckmin negou que tenha havido discriminação pelo critério de obesidade.
- Não é uma questão de aparência. O Estatuto do Funcionário Público exige exame de saúde. A pessoa pode entrar recurso. Se houver erro ou injustiça, será imediatamente corrigido.
Veja o vídeo completo abaixo:
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