quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Cirurgia pioneira no cérebro cura depressão

CIÊNCIA - SAÚDE

Britânica que sofria com a doença há dez anos recuperou a vontade de viver

Rio - Uma nova técnica cirúrgica pode ser capaz de acabar para sempre com o problema da depressão. O método, chamado de estimulação cerebral profunda, foi desenvolvido por pesquisadores da Universidade de Bristol, Inglaterra, e já está sendo testado em oito pacientes. Segundo cientistas, os resultados iniciais são animadores.
A aposentada britânica Sheila Cook, 62 anos, foi a primeira paciente a passar pela cirurgia. Antes de ser operada, ela sofreu por quase dez anos de depressão aguda: não conseguia comer, se vestir ou tomar banho sozinha. Pensamentos sobre suicídio passaram a ser frequentes, e Sheila acabou se aposentando precocemente.

Entretanto, a operação realizada no hospital Frenchay, Bristol, restaurou sua vontade de viver.

IMPLANTE CEREBRAL
A técnica envolve o uso de fios e eletrodos implantados no cérebro por meio de furos no crânio. Esses eletrodos são ligados a uma bateria que envia pequenas quantias de eletricidade para estimular ou inibir o funcionamento de áreas específicas do cérebro, responsáveis pelo controle das emoções. Os pesquisadores estão analisando os efeitos de estímulos em duas áreas do cérebro de outros oito pacientes.

“Eu somente queria que a vida terminasse. Era como estar em um túnel escuro, mas em vez de luz no fim do túnel, havia apenas escuridão”, relatou Sheila, comemorando os resultados da cirurgia.
“Eu de repente acordei uma manhã e vi que me sentia diferente, que queria me levantar, queria fazer coisas. Minha visão sobre a vida mudou completamente”, comemorou Sheila.
Mas apesar da melhora inicial, Sheila teve uma recaída e acabou tendo que passar por uma operação ainda mais radical, cuja técnica também é pioneira: envolve danificar uma área do cérebro para inibir seu funcionamento, permitindo, segundo os cientistas, um “controle maior das emoções”.

A equipe de pesquisadores espera agora aprimorar a técnica de estimulação cerebral profunda para que ela tenha efeito duradouro ou definitivo e evite a necessidade de novas operações, como no caso de Sheila Cook.

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