quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Baixa qualificação é maior entrave para desocupados


SIPS também revela quantos trabalhadores dizem enfrentar situações de risco à saúde no emprego
Pesquisa do Ipea divulgada nesta quarta-feira, 19, no Rio de Janeiro, aponta que 23,7% do total de desempregados no Brasil acusaram a não qualificação como maior causa do desemprego. O problema é mais grave nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. “Nessas regiões, 48,4% registram a falta de qualificação como fator decisivo para não se inserir no mercado de trabalho”, afirma André Gambier Campos, autor do estudo assinado também por Brunu Amorim, Marcelo Galiza, Roberto Gonzalez e Sandro Pereira, da Diretoria de Políticas e Estudos Sociais do Ipea (Disoc).
O estudo faz parte do Sistema de Indicadores de Percepção Social (SIPS), pesquisa domiciliar realizada junto às famílias brasileiras em várias áreas, sendo o atual estudo sobre mercado de trabalho e qualificação profissional. Está prevista a divulgação, ainda, de outra parte da pesquisa com esse tema.
A pesquisa amostral contou com entrevistas de 2.770 pessoas e mostrou que o avanço da formalização do mercado de trabalho não vem sendo acompanhado como deveria pela garantia de direitos trabalhistas. Tanto é que 37,2% dos entrevistados com emprego formal disseram enfrentar situações de risco à saúde ou de morte no trabalho. Menos da metade, 43,2%, informaram receber remuneração adicional por insalubridade ou periculosidade.
O estudo revela ainda o baixo percentual de pessoas que buscaram instituições para denunciar assédio sexual e moral no ambiente de trabalho: 2,5%. Curiosamente, a principal reclamação dos trabalhadores nesse sentido vem da discriminação por idade.

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