terça-feira, 18 de outubro de 2016

Ipea: mercado 'deteriorado' exclui trabalhadores jovens, idosos e formais

Ipea: mercado 'deteriorado' exclui trabalhadores jovens, idosos e formais

Na comparação entre o primeiro trimestre de 2014 e o segundo trimestre deste ano, há aumento generalizado da taxa de desemprego

Análise do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) aponta permanência de "ritmo acelerado de deterioração" do mercado de trabalho no Brasil, atingindo principalmente o grupo de pessoas acima de 59 anos, jovens e empregados com carteira assinada. Na comparação entre o primeiro trimestre de 2014 e o segundo trimestre deste ano, há aumento generalizado da taxa de desemprego entre regiões e segmentos, nos recortes por sexo, faixa etária, situação familiar e escolaridade. Em apenas oito das 27 unidades da federação, a taxa fica abaixo dos 10%. Na média nacional, está em 11,3%, ante 7,2% no início de 2014.
Com base em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, do IBGE, a Carta de Conjuntura do Ipea, divulgada hoje (20), mostra ainda queda dos rendimentos quase generalizada. A exceção foi o setor de construção civil, com alta de 2,3% no segundo trimestre, na comparação anual. A retração atinge 5,9% na agricultura, 5,3% na indústria e 3,8% no comércio. Na média, -4,2%. Com isso, a massa salarial entre maio e julho deste ano ficou em R$ 175 bilhões, mesmo nível de três anos atrás.
O grupo de jovens de 14 a 24 anos é o que mostra maior taxa de desemprego (26,73% no segundo trimestre), mas a variação sobe principalmente entre trabalhadores acima de 59 anos: crescimento de 132% desde o quarto trimestre de 2014, de 2,05% para 4,75%.
A faixa de trabalhadores com ensino médio incompleto tem 20,57% de desemprego, ante 12,89% no ensino fundamental completo e 12,82% no médio completo. Cai para 9,74% no grupo de ensino fundamental incompleto e 7,75% entre trabalhadores com ensino superior.
Entre as regiões, a taxa é maior no Nordeste (13,21%). Em seguida, vêm Sudeste (11,70%), Norte (11,23%), Centro-Oeste (9,70%) e Sul (8,04%) – esta teve a maior variação, crescendo 113% desde o final de 2014. Nas unidades da federação, a taxa de desemprego varia de 6,67% (Santa Catarina) a 15,8% (Amapá), ficando em 12,18% no estado de São Paulo.
O Ipea cita ainda informações do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, que se restringe ao setor formal. Apenas de abril a julho, foram fechados 321 mil vagas com carteira assinada. Em 12 meses, até julho, o corte atinge 1,722 milhão de postos de trabalho, sendo 526.617 na indústria de transformação, 453.nos serviços e 405.932 na construção civil.
O mercado formal mostra fraco desempenho tanto nas admissões como nos desligamentos de pessoal. A média mensal de demissões vem caindo: 1,71 milhão em 2014, 1,54 milhão em 2015 e 1,33 milhão neste ano. Mas o volume de contratações cai ainda mais: 1,72 milhão, 1,40 milhão e 1,24 milhão, respectivamente.
O Ipea observa que o avanço da crise, ao agravar a situação do mercado, provocou crescimento da procura de trabalho por conta própria. A participação desse grupo no total de ocupados, pela Pnad Contínua, foi de 23,5% em 2012 para 26% neste ano.
"Devido ao cenário macroeconômico atual, é provável que se observe a manutenção da queda do nível de ocupação, visto que esta tem sido causada principalmente pelo menor número de admissões, e estas ainda não apresentaram sinais de recuperação", diz o Ipea. "Se isso resultará em aceleração da taxa de desemprego, dependerá muito do comportamento da PEA (população economicamente ativa). Se ela voltar a crescer como no primeiro semestre de 2015, o desemprego poderá subir no mesmo ritmo acelerado apresentado neste trimestre."

Fonte: Rede Brasil Atual
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 Ipea: Market 'deteriorated' excludes young, old and formal workersComparing the first quarter of 2014 and the second quarter of this year, there is widespread increase in unemployment rate
Analysis of the Institute of Applied Economic Research (IPEA) points stay "accelerated rate of deterioration" in the labor market in Brazil, affecting mainly the group of people over 59, young people and employees with a formal contract. Comparing the first quarter of 2014 and the second quarter of this year, there is widespread increase in unemployment rate across regions and sectors, the cutouts by gender, age, family status and education. In just eight of the 27 states, the rate is below 10%. The national average is 11.3%, compared to 7.2% in early 2014.
Based on data from the National Survey by Household Sampling (PNAD) Continuous, IBGE, the Monthly Economic Letter from IPEA, released today (20), still shows falling almost total income. The exception was the construction sector, up 2.3% in the second quarter year on year. The reduction reaches 5.9% in agriculture, 5.3% in industry and 3.8% in trade. On average, -4.2%. Thus, the wages between May and July this year was R $ 175 billion, the same level of three years ago.
The youth group 14-24 years is showing the highest unemployment rate (26.73% in the second quarter), but the variation rises especially among workers above 59 years: growth of 132% from the fourth quarter of 2014 from 2.05% to 4.75%.
The range of workers with incomplete secondary education is 20.57% unemployment, compared to 12.89% in the full primary and 12.82% in the average full. Drops to 9.74% in incomplete primary education group and 7.75% among workers with higher education.
Among the regions, the rate is higher in the Northeast (13.21%). Then come the Southeast (11.70%), North (11.23%), Central West (9.70%) and South (8.04%) - this was the biggest change, growing 113% since the end 2014. in the units of the federation, the unemployment rate varies from 6.67% (Santa Catarina) to 15.8% (Amapá), staying at 12.18% in São Paulo.
The Ipea also cites information from the General Register of Employed and Unemployed (Caged) of the Ministry of Labor, which is restricted to the formal sector. Only from April to July, they were closed 321,000 jobs with a formal contract. In the 12 months to July, the court reaches 1.722 million jobs, with 526,617 in the manufacturing industry, 453.nos services and 405,932 in construction.
The formal market shows poor performance both in admissions and in staff dismissals. The monthly average of layoffs has fallen: 1.71 million in 2014, 1.54 million in 2015 and 1.33 million this year. But the contracting volume falls further: 1.72 million 1.40 million and 1.24 million, respectively.
The IPEA notes that the advance of crisis, worsen the market situation caused growth in demand for self-employment. The participation of this group in the total employed by Continuous PNAD, was 23.5% in 2012 to 26% this year.
"Given the current economic scenario, it is likely to note the continued fall in the employment level, since this has been mainly caused by fewer admissions, and these have not yet presented signs of recovery," says Ipea. "If this will result in acceleration of the unemployment rate, depend heavily on the behavior of the PEA (economically active population). If it grow back as the first half of 2015, unemployment could rise at the same rapid pace presented this quarter."


Source: Network Brazil Current

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