quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Petroquímica agrega valor e tem espaço para crescer mais

O complexo petroquímico do Comperj, composto por duas refinarias, com capacidade de produção de 165 mil barris/dia cada, e uma unidade petroquímica, já demandou investimentos da ordem de R$ 4,5 bilhões. Os recursos estão sendo utilizados na prestação de serviços e fornecimentos de equipamentos e materiais.
A afirmação é do diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, para quem no pico da obra serão gerados 25 mil empregos diretos, beneficiando cerca de 200 mil pessoas. O diretor da estatal participou da mesa de abertura do seminário “Pré-sal - Um novo marco para o Rio de Janeiro”, realizado pela Fundação Aro, com apoio do jornal MONITOR MERCANTIL.
Paulo Roberto Costa disse que a primeira fase do projeto, terraplanagem, foi concluída e explicou que a construção de uma segunda refinaria se deve ao aumento da demanda de consumo interno.
Segundo ele, a produção petroquímica agrega muito valor e tem muito espaço para crescer no Brasil, uma vez que, segundo ele, o consumo per capta do país é menor do que em países como a Colômbia e Argentina, para ficar na América do Sul.
O diretor da Petrobras acrescentou que no entorno do Comperj há espaço suficiente para atrair empresas de baixo impacto ambiental com pouco investimento de capital. O executivo ressaltou que o mercado de derivados do petróleo tem um enorme potencial, principalmente os combustíveis, cujo consumo, segundo ele, cresce normalmente abaixo do PIB. No entanto, frisou que neste ano, está à frente da média da economia:
– Enquanto o PIB deve ter uma elevação de 7,2% neste ano, a demanda por derivados líquidos é de 10%.
Além disso, citou como exemplo o aumento do consumo da gasolina que, segundo ele, subiu 15%, e do óleo diesel, 10%. E fez questão de frisar que a Petrobras foi obrigada a importar gasolina para atender a demanda interna: Este fato, segundo ele, não acontecia há tempos, e em parte foi provocado pela redução do consumo de etanol.

Centro de formação profissional
Paulo Roberto fez questão de ressaltar que até o ano de 2015 cerca de 200 mil profissionais serão qualificados pelo Prominp (Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural). No Comperj, segundo ele, foi feito isso. “Montamos em São Gonçalo um centro de formação profissional, junto com o Senai e Firjan. Já capacitamos 5 mil profissionais, entre pintores, pedreiros, eletricistas, operador de máquinas, entre outra atividades, dos quais 4 mil já estão trabalhando com carteira assinada em empresas que nos prestam serviços.”
Além disso, ele discorda de alguns empresários, industriais e outros que falam não haver mão-de-obra capacitada no mercado. “Eu discordo. Segundo o IBGE, o país tem 190 milhões de pessoas. O problema não é a falta de gente. O problema é de qualificar essas pessoas. Mas essa iniciativa não pode ser apenas da estatal, tem que ter a participação privada”, comentou, afirmando que a prioridade é o aproveitamento de mão-de-obra local.
Em entrevista a jornalistas que compareceram ao evento, Paulo Roberto disse que, até outubro, o consumo de gasolina cresceu 19% e o de querosene 16% e o de óleo diesel 10%. E afirmou que o crescimento econômico, nos próximos dez anos, será sustentável. No entanto, alertou que, se esse crescimento for acima de 4,5%/ano, o consumo de derivados continuar alto, não vai sobrar um litro para a exportação.
Além disso, explicou que as quatro obras apontadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU), que tinham problemas (Barra do Riacho, Comperj, Refinaria do Paraná e a refinaria do Nordeste), em duas delas os problemas já foram equacionados. “Hoje o TCU entendeu que o Comperj e Barra do Riacho estão dentro das normas e o que está pendente são as refinarias do Paraná e do Nordeste. Não há problema de superfaturamento, existe problema de conceito diferentes, mais voltados para obras civis, e do nosso lado para obras industriais”.

Nenhum comentário: