quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Centrais querem discutir salário mínimo com Dilma

Sindicalistas endurecem e anunciam manifestações em todo o País por piso de R$ 580

POR AURÉLIO GIMENEZ
Rio - Representantes das centrais sindicais encaminharam ontem pedido urgente de audiência com a presidenta Dilma Rousseff para discutir a elevação do salário mínimo para R$ 580, em substituição aos R$ 540 propostos pelo governo. Lideranças das seis centrais se reuniram na sede da União Geral dos Trabalhadores (UGT), em São Paulo, para discutir ações conjuntas em defesa do reajuste de 13,75%.

Além da audiência com Dilma, foram programadas duas grandes mobilizações em todo o País: nos dias 18 e 24 (Dia Nacional do Aposentado). Presidente da UGT, Ricardo Patah afirmou que as seis centrais estão unidas em defesa do aumento real do piso nacional. “Estamos cúmplices nesse movimento em favor da valorização do salário mínimo”, disse. Participaram do encontro UGT, CUT, Força Sindical, CGTB, CTB e Nova Central.

CORREÇÃO DA TABELA DO IR
Outros dois itens integram a pauta que será levada à presidenta: reajuste das aposentadorias superiores ao piso em pelo menos 80% do que será dado ao mínimo e correção da tabela do Imposto de Renda (IR) pelo Índice Nacional de Preços aoConsumidor (INPC) acumulado em 2010.
Presidente da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), Antonio Neto acrescentou que as centrais vão à Justiça Federal, assim como fizeram no governo Fernando Henrique Cardoso. Ideia é requerer a correção da tabela do IR e a devolução das perdas acumuladas desde 1995.
Valor do corte no Orçamento sem definição
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse ontem que ainda não está definido o valor do corte no Orçamento de 2011. Ele assegurou que o anúncio não ocorrerá antes da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, marcada para a quarta-feira, dia 19.

Ao contrário dos anos anteriores, o bloqueio das verbas será definitivo e não sofrerá alteração ao longo do ano. “Não é para ser revertido. Será uma redução definitiva de gastos até o fim do ano”, garantiu o ministro. Nas próximas semanas, Mantega pretende se reunir com os demais ministros para só depois definir o tamanho do corte.
Conheça as principais reivindicações dos representantes dos trabalhadores
Líderes das seis centrais querem audiência urgente com a presidente Dilma Rousseff para discutir aumento real do mínimo. Na retomada das negociações com o governo federal, também pedem reuniões com os ministros do Planejamento, Trabalho, Previdência e CasaCivil. 

Os sindicalistas vão defender reajuste de 13,7%, elevando o salário mínimo para R$ 580. 

Para aposentadorias e pensões acima do piso, vão pedir 80% do que for dado ao salário mínimo.
Correção da tabela do Imposto de Renda e a devolução das perdas acumuladas desde 1995 pelo INPC. Se não forem atendidos, ameaçam ir à Justiça.

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