quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Vereador Chiquinho Grandão enfrenta seu inferno astral

Nos últimos 20 dias, o vereador Chiquinho Grandão (PTB), de Duque de Caxias, passou por três situações que renderam comentários na boca do povo. Foi citado na reportagem “Polícia investiga depredação de Capela no Corte Oito”, do jornal “Capital Mercado e Negócios”; segundo fonte do DCNEWS, no mesmo dia, teria jogado computadores e uma impressora do seu gabinete no chão, dilapidando o patrimônio público; e, na semana seguinte, durante sessão na Câmara de Vereadores, fez críticas à rede municipal de ensino, que renderam divulgação de nota da vereadora Fatinha (PSC), líder de governo na Câmara Municipal de Vereadores.

Chiquinho Grandão nega o arrombamento na possível invasão da capela do Cemitério do Corte Oito. O caso se tornou público no dia 24 de agosto, quando o jornal “Capital Mercado & Negócios” publicou reportagem informando que a 59ª DP de Duque de Caxias está investigando uma ocorrência de invasão e depredação (dia 18) de uma capela do Cemitério Nossa Senhora de Belém, conhecido como Corte Oito. De acordo com a reportagem do “Capital”, funcionários da Funerária Rio Pax, junto com Chiquinho, invadiram as instalações do Cemitério com um corpo para velar e sepultar, sem a documentação legal.

O diretor de Fiscalização de Agenciamento Funerários e Cemitérios, da Secretaria Municipal de Serviços Públicos, Fabiano Duarte, declarou ao “Capital”: “Impedidos de ocuparem a capela, os invasores intimidaram os funcionários e danificaram a porta de entrada, luminárias e peças decorativas do local”.
Ao DCNEWS, o vereador contou que ia ao enterro e, por isso, foi informado que o corpo aguardava em frente à funerária, no sol quente, durante quase duas horas. De acordo com o parlamentar, a família já tinha pago a capela, no valor de R$600, e estava esperando o corpo ser levado para o Cemitério. - Eu disse: eu acho que vocês tem que levar pra lá (cemitério). Nós fomos. Chegando lá, a Rio Pax já tinha levado o corpo. A família abriu a capela e colocou lá, (estava certo) tanto é que tinha até uma coroa de flores, que a funerária daqui já tinha colocado lá na capela do falecido. Então, a família abriu a porta e entrou, e eu também entrei, mas ninguém arrombou nada. Eu não invadi nada, não quebrei nada. Agora, a família indignada pegou o corpo e colocou lá dentro – afirmou Chiquinho Grandão.

O vereador ainda disse que uma série de absurdos tem acontecido, e que será aberta uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito), na Câmara dos Vereadores, devido às irregularidades que estão acontecendo com as funerárias.

Patrimônio público

Chiquinho também negou que tenha jogado os computadores do seu gabinete no chão. Segundo o vereador, irritado com a internet lenta e a impressora que não funcionava, juntou as máquinas e ordenou que a secretária colocasse tudo no corredor para que a direção buscasse, pois ele queria outros aparelhos que “funcionassem”. - Jogar é você quebrar, danificar um patrimônio público. Ai eu não posso. Isso aqui é patrimônio da Casa, eu não posso chegar aqui e quebrar um negócio desse. Peguei tudo e coloquei no corredor. Se joga um notebook desse (mostrando o que estava em sua mesa) no chão, quebra o negócio todo – afirmou.

O vereador disse que no dia seguinte foi feita uma instalação, com rede nova, e todos os computadores e a impressora estão de volta, funcionando corretamente. O presidente da Câmara Municipal, Dalmar Lirio Mazinho, disse que não sabia do caso até o momento em que foi informado pela repórter. Mazinho acredita que, para não ter chegado a ele, é porque “não foi isso tudo” e “tudo foi resolvido entre Chiquinho e a direção”.

Na tribuna

Quando foi à tribuna, na sessão do dia 26 de agosto, o vereador criticou o baixo rendimento da rede municipal de ensino de Duque de Caxias, com base no resultado divulgado pelo IDEB. Em resposta às críticas de Chiquinho Grandão, a vereadora Fatinha, líder de governo na Câmara, divulgou uma nota de esclarecimento. A nota faz parte do trabalho como líder de governo, que é um interlocutor entre os poderes Executivo e Legislativo, sendo uma das funções esclarecer, aos demais vereadores, temas variados do Executivo.

Sendo assim, Fatinha disse concordar com o vereador quando o mesmo enfatizou que a Escola Municipal General Mourão Filho, no Jardim Anhangá, até o 5º ano, foi a segunda pior colocada no ranking estadual, porém, ela destaca: “[…] é importante se informar melhor antes de subir na tribuna para fazer qualquer acusação infundada. Para orientar melhor o nobre colega, essa estatística levantada é referente ao ano letivo de 2007 e 2008, ou seja, período da gestão do governo anterior. O IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) faz essa avaliação a cada dois anos e a gestão do atual governo na educação não foi avaliada nesse processo”, diz a nota.
Ainda de acordo com a vereadora, Chiquinho Grandão teria apontado na tribuna o programa “Mais Educação”, do Governo Federal, em parceria com os municípios. “O vereador disse que as crianças correm risco de ficarem obesas por comerem muito durante as refeições nas escolas, sendo que o cardápio é controlado e elaborado por nutricionistas. Acredito que o aluno bem alimentado tem melhores condições de aprender. Muitos nem tem direito o que comer em casa”, respondeu Fatinha.

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