Grupo formado por políticos e policiais é suspeito de cometer mais de 50 homicídios
Monique Cardone, do R7 | 21/12/2010 às 16h30Osvaldo Praddo/ Ag. O Dia
O vereador Jonas é Noís irá responder por extorsão, além de formação de quadrilha armada
A milícia desarticulada pela Polícia Civil na manhã desta terça-feira (21), durante a operação Capa Preta, faturava cerca de R$ 300 mil por mês com a exploração de serviços, como transporte alternativo, venda de gás e sinais de TV por assinatura, além de cobrança de taxa de segurança.
Suspeitos de ligações com traficantes do Complexo do Alemão, integrantes do grupo foram flagrados em uma interceptação telefônica autorizada pela Justiça negociando armas avaliadas em R$ 70 mil. A polícia investiga o teor de outras gravações entre os milicianos e traficantes.
O Delegado Alexandre Capote, da Draco-IE (Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais) disse não ter informações sobre o tipo de armamento negociado.
- Isso serve para desfazer a imagem que algumas pessoas têm sobre a milícia ser algo bom, uma alternativa ao tráfico de drogas. Todos são criminosos e agora descobrimos que atuam juntos.
A milícia considerada a mais antiga de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, atuava principalmente no bairros de Gramacho, São Bento e Pantanal desde 2007. O grupo, segundo a polícia, é suspeito de praticar mais de 50 homicídios, como forma de amedrontar a população.
Ao todo, 25 pessoas foram presas, entre elas dois vereadores de Duque de Caxias, 13 PMs, quatro ex-PMs, um comissário de polícia civil, um sargento do Exército e um militar da Marinha.
Entre os crimes cometidos pelos milicianos estão homicídios coletivos, ameaça, tortura, ocultação de cadáver entre outros. Todos os envolvidos foram indiciados por formação de quadrilha armada. Os vereadores Jonas Gonçalves da Silva, o Jonas é Nóis, e Sebastião Ferreira da Silva, o Chiquinho Grandão, também vão responder por extorsão.
Os cerca de 200 policiais que participaram da operação também cumpriram 57 mandados de busca e apreensão em vários endereços, até na Câmara de Vereadores de Duque de Caxias. Foram apreendidos computadores e documentos.
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