domingo, 7 de novembro de 2010

Virar patrão a partir de R$ 20 mil em feira no Rio

Franquias passam a atrair pequenos empreendedores por unir marketing, assistência da rede e pequena taxa de falências

POR MICHEL ALECRIM
Rio - Abrir o próprio negócio não é tão caro quanto muitos imaginam. Até no ramo das franquias, onde o investimento incorpora o marketing e a assistência da rede, há preços para pequenos empreendedores.É possível começar com R$ 20 mil. Isso atrai cada vez mais pessoas que não viram seus sonhos realizados no mercado de trabalho convencional. Parte das oportunidades estará exposta em feira que será realizada no Rio semana que vem.

Uma das principais vantagens da franquia é a baixa taxa de insucesso no negócio. No entanto, fazer parte de uma rede já estabelecida não elimina o risco. Para vencer nesse mercado, é preciso dedicação e identificação. Foi o que levou o arquiteto Renato Araújo, 38 anos, a entrar para a Dr. Faz Tudo. Como já tinha experiência com obras em residências, a franquia foi a que melhor se encaixou no seu perfil.

Depois da implantação do escritório em seu próprio apartamento, em Niterói, ele está saindo de seu emprego fixo para se dedicar totalmente ao negócio. “Já conheço muitos profissionais de confiança para executar os serviços. A franquia aumenta a minha visibilidade”, explica.

A Dr. Faz Tudo é uma das microfranquias que estarão na Rio Franchising Business, que acontece de quinta-feira a sábado no Riocentro. Esse tipo de negócio, com investimento inicial em torno de R$ 20 mil, é a especialidade da Zaiom, que tem modelos parecidos para outros profissionais, como educadores ou cuidadores de idosos. O presidente da empresa, Artur Hipólito, afirma que o modelo é ideal para quem precisa começar trabalhando em casa e até comporta o Microempreendedor Individual, que exige faturamento de até R$ 36 mil por ano. “É uma maneira de tirar as pessoas da informalidade e o retorno é muito rápido”, ressalta.

A identificação com a atividade pode ser a porta de entrada para a franquia da Escola de Vôlei Bernardinho, do famoso técnico, que inicia expansão na feira e está entre as de baixo custo. Até quadra está sendo montada, para os interessados conhecerem o material e a metodologia. “O vôlei brasileiro foi o melhor do mundo nos últimos 10 anos. O interesse está consolidado no País e deve crescer mais”, prevê Ricardo Bergara, diretor de expansão.
Copa de 2014 e Olimpíadas aumentam potencial do Rio
O início acanhado no setor de franquias não significa estagnação. Exemplo disso é a experiência da diretora de loja de câmbio de Copacabana Tatiana Macedo, que começou há três anos trabalhando em casa. Depois de mais de um ano com ponto no Shopping Cassino Atlântico, ela já pensa em nova unidade no Centro. “Já tinha experiência no gerenciamento de equipes, o que me ajudou muito, mas o suporte da franquia foi fundamental”, conta a diretora da franquia da Fitta.
O diretor comercial do grupo, Luiz Ramos, diz que o Rio é a menina dos olhos da empresa, com o potencial aberto com a realização de eventos como a Copa do Mundo e as Olimpíadas. “O Rio é uma praça que nós olhamos com muito carinho. Já vínhamos nos preparando, buscando abrir novos pontos”, afirma o diretor, cuja franquia está situada no nível médio com investimento em torno de R$ 300 mil.
O setor de franquias predominante no Brasil, entretanto, é o de alimentação. Uma das empresas que aposta no crescimento é a Koni Store, de comida japonesa, e que estará expondo novidades na Rio Franchising. Já a rede de sorvetes e de sobremesas IceMellow pretende aproveitar a feira para se firmar mais no Rio. A marca quer expansão no interior.
É preciso colocar a mão na massa
Ao contrário da expectativa de muitos iniciantes, quem compra uma franquia não está garantindo seu descanso. Ter seu próprio negócio exige “pôr a mão na massa” e acompanhar de perto o funcionamento. O conhecimento e a experiência, seja como empregado ou como empresário, são bem-vindos.
“A pessoa vai ter que ter outra cabeça ao abrir seu próprio negócio. Precisa entender que seu rendimento dependerá do desempenho da sua empresa ”, explica o diretor da empresa de consultoria Francap, André Friedheim.
Especialistas ressaltam que por conta das limitações do mercado de trabalho, que muitas vezes excluem profissionais experientes, vários desses ex-empregados têm nas franquias prósperas oportunidades.
O investimento inicial acaba sendo coberto pelas economias somadas ao longo dos anos ou até a partir de uma rescisão de contrato. A baixa taxa de risco é outro atrativo para essa faixa etária.

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