domingo, 28 de novembro de 2010

Silvio Santos: a hora da verdade

Sidney Rezende | Sidney Rezende | 10/11/2010 20h43
Depois de tomar conhecimento da quebra do Banco Panamericano, amigos do "SBT" me ligaram para saber minha opinião sobre o futuro empresarial de Silvio Santos. "Explica, por favor, o que está acontecendo, Sidney", disse um deles visivelmente preocupado.
É justo que a incerteza paire sobre a cabeça de funcionários, terceirizados, fornecedores, clientes, investidores e o mercado em geral. Eu tentarei dar minha visão sobre o problema.
Comprovadamente o banco forjou uma situação contábil que não possuía. E com sua debilidade expôs ao risco o patrimônio do empresário Silvio Santos. Por que será que grandes empresas de auditoria que trabalharam com os números do grupo não viram o que estava acontecendo com prudente antecedência?
E agora? Para provar que tem saúde financeira para passar este mau momento, Silvio Santos deu como garantia suas 44 empresas.
Não cabe citarmos todas elas, mas só como ilustração, o Grupo SS atua em setores distintos e compõe o conglomerado empresas conhecidas e outras nem tanto: Sistema Brasileiro de Televisão (SBT); SBT Filmes; SBT Music; Banco PanAmericano; Braspag; Liderança Capitalização; Tele Sena; BF Utilidades Domésticas Ltda; Lojas do Baú Crediário; Centro Cultural Grupo Silvio Santos; TV Alphaville; Hotel Jequitimar; SiSAN Empreendimentos Imobiliários; Jequiti Cosméticos; Maricultura NetunoFrutivita - Exportadora de lagostas, camarões e uvas; Perícia Corretora de Seguros; Vale Saúde - Plano de Saúde; AutoPan - Classificados online; PanAmericano Viagens.
Silvio Santos terá que obter lucro em todas as suas empresas, já que não contará mais com o Panamericano, que até já tem novos controladores. E suas empresas é que pagarão o empréstimo ao Fundo Garantidor, ou seja, aos banqueiros.
Se suas empresas forem de fato sadias, e tudo indica que sejam, elas é que cumprirão os compromissos nos próximos 12 anos que perfaçam R$ 2,5 bi.  Silvio Santos já é idoso e terá que enfrentar esta pedreira pela frente. Banqueiros não são mansos na hora de cobrar.
Se me permite um exercício de lógica, as empresas terão que ser ágeis, lucrativas, enxutas, modernas e eficientes. Toda gordura terá que ser cortada "ontem".
Em linguagem simplificada, todos os meses o carnê do Fundo Garantidor baterá na porta de Silvio. E para pagar rigorosamente em dia, ele terá que ter dinheiro, que virá da eficiente administração dos executivos da sua organização. A hora será da turma do "Bope Financeiro".
E se não conseguir? Bem, aí eu deixarei que você, leitor, faça o seu exercício de lógica.

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