sábado, 30 de julho de 2011

ABERTURA SOLENE- Presidente da Contraf-CUT convoca bancários a lutarem por emprego decente

Durante a abertura solene da Conferência Nacional, na noite desta sexta-feira (29), o presidente da Contraf-CUT Carlos Cordeiro fez duras críticas às demissões no setor bancário e acusou a alta rotatividade nos bancos de uma violência contra o trabalhador. “Estivemos no México e na Argentina com companheiros do HSBC e vimos problemas comuns da categoria que acontecem também no Brasil, como metas abusivas, pressão e demissões. Na Argentina, os sindicalistas denunciaram que, de um total de seis mil bancários, o banco dispensou 11 funcionários em 2010. Somente em Curitiba, onde o HSBC possui também cerca de seis trabalhadores, a empresa demitiu 800 bancários. Este fenômeno da alta rotatividade é praticado exclusivamente no Brasil”, denuncia. O sindicalista lembrou ainda que 38 mil bancários foram demitidos no país no ano passado. “Os novos contratos entram nos bancos ganhando 54% menos do que recebiam os funcionários antigos demitidos”, critica. Ao final, ele conclamou a categoria a fortalecer a unidade e lutar por emprego decente, com estabilidade, segurança nas agências, condições de trabalho e de saúde e melhor remuneração, inclusive para os trabalhadores aposentados. “Vamos iniciar a campanha com forte mobilização e greve contra o discurso patronal que defende um índice de reajuste baseado em previsões futuras da inflação e não em relação às perdas do período”, conclui.
Salário não gera inflação
O presidente nacional da CUT também criticou a volta do discurso de que “salário gera inflação”. O sindicalista disse que a categoria bancária é uma referência para toda a classe trabalhadora. “Desta conferência surgirá, mais uma vez, uma campanha salarial brilhante. Os bancários têm um papel fundamental contra o discurso neoliberal. A luta de classes continua e a campanha nacional dos bancários é a maior prova disto”, afirma.

A presidente reeleita do Sindicato de São Paulo, Juvandia Moreira, anfitriã do encontro, lembrou que os bancos faturaram muito nos últimos anos e podem perfeitamente atender as reivindicações dos bancários. “Nos últimos 15 anos as instituições financeiras foram o setor que mais lucrou no Brasil”, disse. Ela criticou também a concentração no setor financeiro nacional. “Os seis mais poderosos bancos do país concentram os maiores ativos do sistema financeiro”, critica. Juvandia destacou ainda que a campanha precisa dialogar também com a sociedade.

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