Estado contabiliza 24 mortos pela doença apenas este ano
Foto: Álbum de família
Esse ano, 8 óbitos por dengue já foram registrados pela Secretaria Municipal de Saúde na capital. O caso de Fernanda ainda não foi contabilizado oficialmente. Segundo o Barra D’Or, a jovem morreu 30 minutos após dar entrada, com dengue hemorrágica. Seu pai, o servidor estadual Ernani de Freitas, contou que ela começou a se sentir mal segunda-feira (28 de março), com febre.
Pouco depois das 17h do dia seguinte, Fernanda procurou o Centro Municipal de Saúde Heitor Beltrão, na Tijuca. Embora o funcionamento fosse até 20h, a jovem foi informada de que não poderiam ser feitos exames laboratoriais no fim da tarde. Na quarta-feira, ainda com febre, ela foi ao hospital particular Prontocor, na Tijuca, onde a equipe disse que ela poderia estar com dengue, e recomendou hidratação e repouso em casa. Nos dois dias seguintes, ela pareceu estar melhor, e a febre desapareceu. Mas a queda de temperatura é justamente um dos sinais da evolução da dengue comum para a hemorrágica.
Na noite de sexta-feira, embora sem febre, começou a ter vômitos e dores de cabeça. Às 9h de sábado, foi ao Hospital da Barra e chegou a vomitar na recepção. A médica receitou dipirona, medicamentos para enjoo e hidratação oral, e a mandou de volta para casa, ao meio-dia, sem cogitar dengue. “Vi o estado dela. Estava muito debilitada. Insisti com a médica para que ficasse internada. Não adiantou”, relatou Ernani.
PARADAS CARDÍACAS
Na tarde de sábado, o quadro piorou: além do vômito, Fernanda tinha falta de ar, suor intenso, taquicardia e pulso baixo. Foi levada ao Barra D’Or à noite, os médicos aplicaram grande quantidade de soro na veia — tratamento indicado para dengue —, mas ela não resistiu a duas paradas cardíacas. Devido a seu estado grave, foi preciso coletar sangue duas vezes para exames.
O Hospital da Barra informou que após exames clínicos e laboratoriais, a paciente apresentava “quadro geral que não apontava sintoma grave de dengue, mas leve desidratação”. A nota diz que ela foi colocada em repouso, medicada e hidratada e que, como melhorou, foi liberada.
Vírus tipo 4 avança pelo País
O governo do estado de São Paulo confirmou o primeiro caso de dengue tipo 4 em São José do Rio Preto. Trata-se de uma mulher com menos de 40 anos que teve dengue clássica em março e já está curada. Até então, o estado tinha registrado transmissão dos vírus do tipo 1, 2 e 3. No Rio, os primeiros casos do tipo 4 foram confirmados no município de Niterói em 23 de março. Duas irmãs, de 21 e 22 anos, também foram curadas.
O Ministério da Saúde recomendou que as ações de combate ao Aedes aegypti continuem mesmo com o término do verão — o calor contínuo e a intensificação das chuvas em diversos estados favorecem a circulação do mosquito. O secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa, ressaltou que é preciso ficar atento ao surgimento dos primeiros sintomas da doença. Segundo o Ministério, até 26 de fevereiro, 155.613 brasileiros tiveram dengue.
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