terça-feira, 12 de outubro de 2010

Fenaban X Bancários - É HORA DE DECIDIR!

OLHO POR OLHO - Almir Aguiar (E) na mesa de negociação da Fenaban, em São Paulo. Greve nacional garantiu avanços importantes para a categoria
Em reunião realizada na última segunda-feira (11), a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) apresentou ao Comando Nacional dos Bancários uma nova proposta para a categoria. Os bancos, após quase duas semanas de intransigência, avançaram nas negociações, graças à greve histórica dos bancários, a maior dos últimos 20 anos.
A principal novidade é a valorização do piso nacional da categoria, que passaria dos atuais R$ 1.074,46 para R$ 1.250, um aumento de 16,33%. Os bancos elevaram também o reajuste salarial, cuja primeira proposta era de 4,29% (cobria apenas a inflação do período), subiu para 6,5%, na proposta apresentada na reunião do último sábado (9), e agora chega a 7,5% para os bancários que ganham até R$5.250, elevando também o teto, que anteriormente era de R$4.100. 

Para quem ganha acima do novo patamar, os bancos propõem um valor fixo de R$ 393,75 ou de, no mínimo, a inflação do período, que foi de 4,29%. Este aumento fixo para quem ganha acima do teto também subiu: era de R$266,50 na proposta do dia 9.
A PLR mantém a regra básica do ano passado, mas levando-se em consideração o índice de 7,5%  sobre as verbas salariais (90% do salário mais R$1.100 e teto de R$7.181). O teto do adicional aumentou 14,3%: em 2009, era de R$2.100 e agora passa a ser de R$2.400.  Há avanços também nos itens sobre assédio moral e segurança.
A Contraf-CUT e o Sindicato do Rio orientam pela aprovação da proposta, mas prometem continuar lutando, banco a banco, por melhorias para quem ganha acima do teto.  Confira nas páginas 2, 3 e 4, mais detalhes das negociações na mesa da Fenaban, além das específicas no Banco do Brasil e na Caixa Econômica Federal.

Maior greve dos últimos 20 anos dobra o aumento real e valoriza piso salarial

Foram 13 dias de greve, ou 312 horas de paralisação. A maior greve dos últimos 20 anos, na avaliação da Contraf-CUT e dos sindicatos, fez a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) recuar de sua intransigência, retomar as negociações e avançar na proposta para a categoria. Os bancos começaram oferecendo 4,29% de reajuste, ou seja, zero de aumento real. Os bancos sentiram a força da mobilização e elevaram a proposta para 6,5%, na negociação realizada no sábado, dia 9. O Comando Nacional dos Bancários decidiu manter a greve, levando a Fenaban a, finalmente, apresentar uma proposta digna na segunda-feira (11): 7,5% de reajuste para quem ganha até R$5.250, índice que recai sobre todas as verbas salariais. O aumento real é de 3,1%, o dobro em relação ao acordo do ano passado. Acima deste teto, os bancos oferecem aumento de R$393,75 ou, no mínimo, a inflação do período (4,29%).
Valorização do piso
A mais importante conquista da categoria é a valorização do piso: 16,33% de aumento. Além disso, houve avanço na Participação nos Lucros e Resultados (PLR), com 14,28% a mais no adicional. “Garantimos ao piso da categoria um aumento real de 11,54%”, comemora Almir. Em relação a PLR, caso a distribuição do lucro líquido não atinja 5% com o pagamento da regra básica, esses valores serão aumentados até chegar a 2,2 salários com teto de R$ 15.798.
“Só avançamos nas negociações em função da unidade nacional, que nos permitiu realizar uma greve forte. É inegável que a valorização do piso  é uma conquista histórica, assim como o aumento real de salários, que chega a 3%. É importante destacar que arrancamos uma proposta superior à do BRB justamente por causa da negociação conjunta, da unidade nacional e do apoio da Contraf-CUT”, avalia o sindicalista.
Apesar dos avanços, Almir disse que o Sindicato vai continuar lutando para que os bancários que ganham acima do novo patamar também recebam o mesmo índice de reajuste. “Defendemos 7,5% para toda a categoria e vamos continuar negociando banco a banco. Entranto, a greve nacional chegou ao seu limite. Orientamos pela aprovação da proposta”, acrescenta o sindicalista.
A compensação dos dias parados pela greve será no prazo entre a data da assinatura da Convenção Coletiva e 15 de dezembro de 2010, nos mesmos moldes do ano passado.
Assédio moral e segurança serão incluídos na Convenção Coletiva
Outra vitória da greve é a inclusão de uma cláusula em Convenção Coletiva para o combate ao assédio moral, um dos mais graves problemas sofridos pelos trabalhadores do setor: a  condenação por parte da empresa a qualquer ato de assédio e implementação de um canal de denúncias, com prazo para apuração e retorno ao Sindicato.
No item segurança será obrigatório o registro de boletim de ocorrência, divulgação de estatística semestral do setor e atendimento psicológico no pós-assalto.
“Avançamos além dos itens de remuneração. Incluir na Convenção Coletiva o combate ao assédio moral e mais segurança são também vitórias históricas”, conclui Almir.

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