CAPITAL X TRABALHO - Novos contratados recebem salários 36,6% inferiores aos que eram pagos aos funcionários demitidos.
Os bancos privados fecharam 6.977 postos de trabalho entre janeiro e setembro de 2013. Os números estão na contramão da economia brasileira, que, graças aos setores produtivos, gerou 1,323 milhão de novos empregos no mesmo período. Os cortes são fruto também da alta rotatividade de mão de obra, prática perversa, comum aos bancos, para reduzir despesas de pessoal.
Os dados, publicados no site da Contraf-CUT na última terça-feira (29), constam na Pesquisa de Emprego Bancário (PEB) do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), com base nos números do Cadastro Geral de Emprego e Desemprego (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE)."É uma vergonha o setor mais lucrativo do país demitir trabalhadores e comprometer o crescimento econômico do Brasil com o único objetivo de cortar custos da folha de pagamento e acumular ainda mais riqueza", critica o presidente do Sindicato, Almir Aguiar.
Segundo o estudo, os bancos brasileiros contrataram 30.417 bancários entre janeiro e setembro e dispensaram 33.177. No total do sistema financeiro, foram fechados 2.760 postos de trabalho. O Caged não discrimina a evolução do emprego por empresa, apenas por setor.
Caixa: saldo positivo
A Caixa Econômica Federal apresentou um saldo positivo de 3.982 empregos nos primeiros nove meses do ano. Já o Banco do Brasil e demais bancos públicos mantiveram quadros de funcionários estáveis no período. "Fica evidente que os cortes nos postos de trabalho se concentraram mais uma vez nos bancos privados", acrescenta Almir.
Redução de salários
A pesquisa mostra ainda que o salário médio dos admitidos pelos bancos entre janeiro e setembro foi de R$ 2.914,63, contra um salário médio de R$ 4.594,83 dos desligados. Ou seja, os trabalhadores que entram no sistema financeiro recebem remuneração 36,6% inferior à dos que saem. Com isso, os bancos reduzem suas despesas.
Mesmo a categoria tendo conquistado 18,3% de aumento real no salário e 38,7% de ganho real no piso salarial desde 2004, a média salarial dos bancários diminuiu na última década.
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