Metamorfose
“Eu já não sou o que era: devo ser o que me tornei".
(Coco Chanel)
(Coco Chanel)
FRASE MUSICAL
"Afinal a gente sofre de teimoso quando esquece do prazer. Adeus também foi feito pra se dizer" . (Guilherme Arantes) |
TOQUES
"Quem não sabe aproveitar a sorte quando ela vem não deve se queixar quando ela passa." (Miguel de Cervantes)
"Não alimente a esperança do que não pode ser esperado." (Pitágoras)
"Para ser tolerante, é preciso fixar os limites do intolerável." (Umberto Eco)
TOQUE BRAHMA KUMARIS
AmorO amor amacia a dureza e torna possível o impossível. Quando há amor, tudo muda para melhor. Para ter amor, tome uma atitude simples: deixe-se mudar. E mais, ensine os outros a mudar. Assim, você perceberá que ter amor é uma opção e que o mesmo pode acontecer com todos.
TEXTO ATITUDE
Acompanhe os destaques do livro-CD, em fase de pré-lançamento, "Feliz Dia Novo" - por Irineu Toledo, das 6 às 7 da manhã, pela Rede Transamérica. Mais um presente do Primeiro Programa para você! Neste período, os textos não estarão disponíveis no site. |
Divulgação/Arquivo
No tempo em que os animais falavam
Quando eu era criança, grande parte das histórias começava com duas frases: a primeira e mais conhecida era "Era uma vez..." A segunda, e também muito conhecida do brasileiro, era "No tempo em que os animais falavam..." Talvez essa tradição tenha começado com as fábulas de um antigo escravo, Esopo, que viveu há mais de 2.500 anos. Sua origem também lendária. Seu lugar de nascimento varia, segundo a enciclopédia consultada, da Grécia à Etiópia.
Mas isso não tem a menor importância. Seu legado atravessou o tempo, fez sucesso em todas as gerações e continua vivo até hoje. Volta e meia releio seus ensinamentos, e eles me parecem mais importantes que os de muitos filósofos atuais. A seguir, algumas fábulas em que Esopo usa a raposa como tema. A força de suas histórias é tão forte que até hoje o pobre animal passou a ser sinônimo de esperteza.
Mas isso não tem a menor importância. Seu legado atravessou o tempo, fez sucesso em todas as gerações e continua vivo até hoje. Volta e meia releio seus ensinamentos, e eles me parecem mais importantes que os de muitos filósofos atuais. A seguir, algumas fábulas em que Esopo usa a raposa como tema. A força de suas histórias é tão forte que até hoje o pobre animal passou a ser sinônimo de esperteza.
A raposa e o rei macaco
Os animais decidiram que o rei do grupo seria eleito por aquele que dançasse melhor. Depois de uma grande festa, da qual todos participaram, o macaco recebeu a coroa. Ciumenta, a raposa foi passear pelas redondezas.
Ali descobriu uma armadilha intacta, com comida dentro. Mais do que depressa, pegou-a e a trouxe até o grupo: — Achei este banquete, e me vi na obrigação de entregá-lo ao nosso rei, que terá prioridade sobre tudo.
Os animais decidiram que o rei do grupo seria eleito por aquele que dançasse melhor. Depois de uma grande festa, da qual todos participaram, o macaco recebeu a coroa. Ciumenta, a raposa foi passear pelas redondezas.
Ali descobriu uma armadilha intacta, com comida dentro. Mais do que depressa, pegou-a e a trouxe até o grupo: — Achei este banquete, e me vi na obrigação de entregá-lo ao nosso rei, que terá prioridade sobre tudo.
Sem pensar muito, o macaco botou a mão para pegar a comida e ficou preso na armadilha.
— Você me traiu! — gritou ele.
— Como assim? Eu nem tentei pegar a comida! Mas pelo menos vimos que não estás preparado para o cargo. Um animal inteligente jamais toma uma decisão sem antes pensar muito sobre todas as possibilidades e perigos envolvidos.
A raposa com o rabo cortado
Uma raposa caiu por acaso numa armadilha.
Conseguiu escapar, mas teve o rabo cortado. A partir daí, passou a considerar-se monstruosa. Mas achou uma solução, ao encontrar-se com as amigas:
Uma raposa caiu por acaso numa armadilha.
Conseguiu escapar, mas teve o rabo cortado. A partir daí, passou a considerar-se monstruosa. Mas achou uma solução, ao encontrar-se com as amigas:
— Penso que a nova moda é cortarmos o rabo. Desperta a cobiça dos caçadores e não nos serve para nada, é um peso inútil que carregamos.
— Querida irmã — respondeu uma delas. — Se tivesses rabo, estaria nos dando esse conselho? Somos sábias o suficiente para saber quando alguém deseja nosso bem ou quer apenas nos igualar às suas deficiências.
A raposa e o lavrador
Cansado de ver sua colheita sendo parcialmente destruída pelo pequeno animal, o lavrador conseguiu capturar a raposa. Sem a menor piedade, colocou aguardente em seu corpo e ateou fogo.
Cansado de ver sua colheita sendo parcialmente destruída pelo pequeno animal, o lavrador conseguiu capturar a raposa. Sem a menor piedade, colocou aguardente em seu corpo e ateou fogo.
Sabendo que ia morrer, ela começou a correr pelo meio da colheita, e tudo à sua volta começou a incendiar-se também.
Enquanto se afastava, dizia:
— Da próxima vez, procura ser compreensivo e indulgente! É melhor sempre dar um pouco do que se tem do que querer guardar tudo! Sempre que fazemos o mal, ele termina se voltando contra nós mesmos!
A raposa e o corvo
O corvo roubou dos pastores um pedaço de queijo e foi instalar-se em uma árvore para comê-lo. Naquele momento, passava uma raposa esfomeada, que pediu um pedaço, mas o corvo fez um sinal negativo com a cabeça. Foi então que ela começou a dizer que ele tinha todas as qualidades: era sagaz, voava, tinha uma linda plumagem negra.
Só tinha um defeito: não sabia cantar como os outros pássaros. Para provar que ela estava errada, o corvo abriu a boca para cantar e o queijo caiu no chão. Ela o pegou e saiu dali, dizendo:
O corvo roubou dos pastores um pedaço de queijo e foi instalar-se em uma árvore para comê-lo. Naquele momento, passava uma raposa esfomeada, que pediu um pedaço, mas o corvo fez um sinal negativo com a cabeça. Foi então que ela começou a dizer que ele tinha todas as qualidades: era sagaz, voava, tinha uma linda plumagem negra.
Só tinha um defeito: não sabia cantar como os outros pássaros. Para provar que ela estava errada, o corvo abriu a boca para cantar e o queijo caiu no chão. Ela o pegou e saiu dali, dizendo:
— Querido amigo, esse é o preço da vaidade! Quando alguém está te elogiando muito, deves sempre ficar desconfiado!
(Texto de Paulo Coelho, O Globo – 06/maio/07)
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