Brasil e Cuba também firmaram cooperações em pesquisa clínica na área oncológica e para a articulação das únicas plataformas de ensaios clínicos da América Latina - certificadas pela Organização Mundial da Saúde -, e que estarão disponíveis, de maneira inédita, em português e inglês. Esta iniciativa torna a região mais forte nas atividades de pesquisa voltadas ao desenvolvimento de produtos em saúde.
“É uma prioridade para o Brasil a ampliação dos acordos internacionais e as Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDPs) para transferência de tecnologia e produção nacional de novos medicamentos para doenças prevalentes na população brasileira”, afirmou Padilha. Além de ampliar a assistência à saúde nos dois países, as parcerias vão resultar no aumento das exportações na área da saúde tanto de Cuba para o Brasil, em US$ 50 milhões por ano, como do Brasil para outros países, em duas vezes este valor.
Um dos projetoss prioritários é a cooperação para o desenvolvimento de anticorpos monoclonais. Eles são capazes de reconhecer as células cancerígenas, poupando as saudáveis e resultando em menos efeitos colaterais do que a quimioterapia tradicional. Outro destaque é a transferência de tecnologia de Cuba para o Brasil para a produção de medicamento que promete reduzir em mais de 50% as amputações em diabéticos: o Heberprot-P, indicado para o tratamento da chamada “úlcera do pé diabético”.
Ainda na área da oncologia, o acordo prevê prioridade para o registro no Brasil de sete inovadores medicamentos oncológicos pesquisados e desenvolvidos em Cuba, e sua avaliação tecnológica para a possível incorporação no Sistema Único de Saúde (SUS). A maioria desses medicamentos são anticorpos monoclonais e vão tratar principalmente tumores de pele, pulmão, mama, intestino grosso (cólon e reto) e leucemia.
“Este processo de cooperação representa a entrada do Brasil e da América Latina nas tecnologias de fronteira para uma doença que hoje representa a segunda causa de morte nos dois países e que requer para o seu controle e tratamento de biotecnologias de altíssima sofisticação e cujos produtos vão ser priorizados para registro e incorporação no Brasil”, destaca o secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Carlos Gadelha.
Os acordos de cooperação envolvem o Instituto Nacional de Câncer (INCA), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Ministério da Ciência e Tecnologia, além do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Em 2006, Brasil e Cuba iniciaram parcerias de transferência de tecnologia para a produção de dois medicamentos para o tratamento das hepatites B e C, e um contra anemia e insuficiência renal crônica. Além disso, os países desenvolvem o Interferon Peguilado, contra as hepatites B e C, que deve entrar no mercado em 2014.
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