Quando conseguiu vaga para os Jogos de Atlanta, em 1996, na última participação em uma Olimpíada, o Brasil ainda contava com a geração de Oscar, Janjão, Pipoka, Demétrius e Rogério, comandados por Ary Ventura Vidal.
A tradição de ser uma das forças das Américas foi retomada sob o comando do argentino Rubén Magnano, campeão olímpico com a seleção de seu país natal em 2004 e um dos mais conceituados treinadores do basquete atual. Dentro de quadra, o time, mesmo sem contar com jogadores importantes como Anderson Varejão, Nenê Hilario e Leandrinho - que pediram dispensa da competição -, mostrou qualidade e raça para fazer história.
A campanha quase irretocável neste Pré-Olímpico teve apenas uma derrota, justamente contra a República Dominicana, na primeira fase, e será sempre lembrada pela incrível vitória brasileira contra a "geração dourada" argentina, cnquistada na última quarta-feira em solo rival.
Para o jogo deste sábado, que rendeu a vaga olímpica, o Brasil entrou em quadra com Marcelinho Huertas, Marquinhos, Alex Garcia, Splitter Giovanonni. A República Dominicana contava com três jogadores que atuam na NBA: Al Horford, Jack Martínez, Luis Flores e Charlie Villanueva. Completando o time, Baez e Ronald Ramon.
Do início que o Brasil entrou em quadra até o último segundo, todos sabiam de que não seria fácil. Vaiados pela torcida argentina, os jogadores só tiveram sossego quando o nome do técnico, Rubén Magnano, foi anunciado e ovacionado pelo público.
O Brasil comandou o placar durante todo o primeiro quarto, mas não de maneira tranquila. Duas jogadas de Tiago Splitter foram travadas por tocos adversários e cada cesta brasileira era prontamente respondida pelos dominicanos. Ainda assim, o time demonstrava confiança em jogadas como o primeiro arremesso de três pontos, convertido por Giovanonni, e uma enterrada de Rafael Hettsheimer, grande destaque da histórica vitória com a Argentina três dias antes, que saiu do banco já no início.
A primeira parcial terminou com o apertado placar de 18 a 17 para o Brasil. No segundo período, a República Dominicana voltou disposta a explorar o talento de todos os seus NBAs. O Brasil entrou com seus gigantes, Rafael Hettsheimer, Augusto Lima e Caio Torres para segurar o jogo de corpo rival.
Na beirada de quadra, Magnano parecia irritado com a arbitragem, assim como Splitter, que reclamava com o árbitro as faltas marcadas. De fato, o Brasil terminou o primeiro tempo com quase o dobro de faltas dos dominicanos. Com os caribenghos passando a frente, foi a vez da experiência voltar em quadra: Guilherme Giovannoni e Marcelinho Machado.
Já Marcelinho Huertas estava em mais um jogo atípico contra os dominicanos. Uma cesta de três pontos garantiu o placar a favor do Brasil nos últimos instantes do primeiro tempo: 39 a 36.
A tensão era nítida no rosto de todos os atletas, mas os brasileiros erravam menos. No terceiro quarto foi aberta a maior vantagem do jogo até então: oito pontos. O sonho olímpico parecia mais próximo e os arremessos de três brasileiros eram convertidos com eficiência.
Marcelinho Machado, cestinha, comandava o time. O jogo era pegado e Marquinhos deixou a quadra com o braço sangrando. O terceiro quarto terminou 62 a 55 para o Brasil. Faltava apenas um período para a definição da tão aguardada vaga olímpica.
A etapa final começou faltosa. Os dominicanos, que jamais disputaram uma Olimpíada, davam a vida em quadra. O mesmo faziam os brasileiros, que vibravam a cada cesta. Quando o Brasil abriu onze pontos de vantagem, a arbitragem, polêmica, marcou uma andada de Alex e cancelou dois pontos.
Apesar de reclamações, o Brasil não se desesperou e, com cesta de Huertas, abriu dez pontos a 4min do final. Nos últimos anos, o basquete nacional sofreu inacreditáveis reviravoltas em jogos que pareciam ganhos, e um filme passou pela cabeça dos torcedores quando os dominicanos diminuíram a vantagem para cinco pontos.
Para aumentar o drama, Giovanonni foi eliminado do jogo por exceder o limite de faltas a 3min do fim. O Brasil precisava de tranquilidade, mas o semblante dos jogadores era tenso. Marquinhos converteu dois importantes lances livres quando o placar era de 76 a 72.
Os caribenhos arriscavam chutes três que batiam no aro. A 1min40s do fim do jogo, Rafael Hettsheimer também deixou a quadra por excesso de faltas. A 1min do final, a vantagem brasileira era de cinco pontos. No fim, o Brasil segurou a bola, foi inteligente e assegurou a vitória e a classificação.
Fonte: JB on line
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