terça-feira, 8 de março de 2011

CARNAVAL 2011: ESQUECER OU LEMBRAR PARA SEMPRE?

Por: Marcelo Ribeiro

O Carnaval 2011 é sem dúvida nenhuma, um daqueles que jamais sairá da cabeça dos seus foliões e de todos aqueles que acompanham e gostam do carnaval ou não. A situação começou a ficar difícil com o incêndio na Cidade do Samba que deixou três escolas prejudicadas: Portela, Ilha e principalmente a Grande Rio, a pior entre elas, pois, perdeu tudo. Começar ou recomeçar a poucos dias da maior festa do mundo, foi um desáfio a ser perseguido. Porque a "festa não pode parar". A Cidade do Rio de Janeiro, recebe gente de todo mundo que planeja vir para ver o maior celebração de arte do mundo. Pena que os foliões, e os trabalhadores, responsáveis por este grande evento em suas agremiações, continue a fazer estes trabalhos de maneira totalmente romântica, ou seja,  por amor ao espetâculo e sua "Escola". Digo isso com pesar, pois o carnaval deveria ser uma das grandes oportunidades de trabalho para milhares de jovens que vive dentro das comunidades e que preparam com tanto carinho e empenho esta festa bonita. O carnaval das escolas e das ruas, perde um pouco da sua emoção quando não tem a participação das comunidades que herdaram por sua própria história um tesouro de alegria para viver e reviver estes dias mágicos e de glória a cada ano. Carnaval festa da carne, porém o que vi neste carnaval sobretudo no Rio de Janeiro é que estamos vivendo uma outra era em termos de "fantasdias". Os carnavalescos certamente estão passando pou um momento de transição e de mudança, o desfile que o Paulo Barros tem nos proporcinando a alguns anos, impõe na sua concepção um novo modelo de espetáculo, não apenas baseado no detalhe das fantasias,  no samba no pé, na doação de seus personagens, mas, sobretudo baseado no "movimento". Fica até um pouco estranho, assistirmos a Unidos da Tijuca, o Salgueiro e a Grande Rio, desfilar com seus carros enfeitados e com seus componentes, dando um show de mobilidade: contando, cantando e encantando didáticamente o enredo. E olhar depois uma escola que não menos bonita e importante, se limitar apenas as cores e os carros estáticos,  sem vida e sem movimento, apenas com destaques que mau se mexem, dando a impressão que não existe sequer uma pessoa por trás daquelas pesadas fantasias. Acho que a Liga e os jurados devem estar em um dilema: devem pensar o espetáculo antes e depois de Paulo Barros. A Grande Rio ja ensaia alguns anos a, participação dos seus componenetes em situações de movimento e também o uso da tecnologia para ajudar a contar a uma história na avenida. Mas, creio que ninguém ainda conseguiu juntar a paixão do samba, a apresentação do enredo, a construção das fantasias com os detalhes e a funcionalidade tão bem feito como Paulo Barros. Inclusive, arrisco um previsão de que provavelmente nos próximos anos, será possível que tenhamos uma divisão nos disfiles: as escolas estáticas e o seu modelo de carnaval tradicional e as escolas com as inovações técnicas e seus carros em movimento, literalmente falando. É a evolução de um espetáculo e de um novo olhar sobre este, certamente colocara o Rio de Janeiro, mais uma vez, no front mundial das maiores e mais bonitas festas do mundo. Mas, nem tudo são flores, ainda precisamos resolver alguns problemas pontuais como: os locais de concentração devem ser mais higienizados e seguros, em condições de guardar as fantasias e de preservar integridade dos seus foliões (os protagonista da festa) que são jogados a própria sorte que fica esperando por horas até entrar na avenida. É lastimavél observar que os mais pobres ficam sempre com as arquibancadas mais distantes do esplendor do desfile. Os banheiros quimicos no entorno da sapucai aionda são insuficientes com pouca ou nenhuma conservação e higiene, frente a um exército de pessoas, brasileiros ou não que arriscam uma visita aos bastidores da festa. O ingresso deveria ser vendido com antecipação, e em parcelas para dar oportunidade a outras pessoas de conhecer o desfile. Enfim, apesar de tudo, esta festa única no mundo pelos motivos mostrado, se sustenta e contínuara para sempre, pois as comunidades sabem que até bem pouco tempo só seriam lembrados da sua existência de duas maneiras: pela violência em seus dominios territóriais e suas caracteristicas, e pela organização e protagonismo na construção do carnaval. Térmirno, falando sobre o Salgueiro, que esteve quase perfeito até que no fim pagou não só um mico, mas, um King Kong literalmente, que entre outros foi o motivo de atraso de 10 minutos o segundo registrado no carnaval do Rio, só perdendo neste quesito para a Viradouro que atrasou 13 minutos anos atrás. Mas, ainda assim, ha grandes motivos para comemorar, a festa que registra baixos indices de violência, se comparado a grande quantidade de pessoas envolvidas e consumindo alcool e drogas. É sem dúvida uma mágia, um calderão como diz o Samba da Grande Rio.

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