segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

RJ: policiais e bombeiros mantém greve e expulsam equipe da Globo de Copacabana

Annaclara Velasco
Na manhã deste domingo, bombeiros, policiais militares, policiais civis e familiares dos profissionais presos se reuniram na Praia de Copacabana para, segundo a categoria, esclarecer à população que o movimento de greve continua. Cerca de 300 pessoas carregavam bandeiras, vestiam blusas e faixas contra a prisão de policiais e bombeiros no presídio carioca de segurança máxima Bangu I. A principal reivindicação de quem foi a Copacabana é para que os pesos sejam transferidos para o Grupamento Especial Prisional (GEP) e o Batalhão Especial Prisional (BEP), respectivamente. Uma assembleia, nesta segunda-feira (13), irá reunir os comandos das três corporações envolvidas no movimento para definir os próximos passos.
“Se a corporação acha que eles devem ser presos por estarem incitando greve, que sejam presos no lugar correto. O que não pode é hoje ocupar um presídio de segurança máxima, para criminosos de alta periculosidade, com homens de bem. Isso é uma ditadura, uma decisão totalmente arbitrária”, argumentou Cristiane Daciolo, esposa do cabo Benevenuto Daciolo, um dos presos em Bangu.
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O sargento da Polícia Militar Sandro Barbeto Costa mostrou sua solidariedade com a luta dos bombeiros e afirmou que a PM também continua envolvida no movimento grevista.
“Jamais vamos deixar de atender a sociedade, até porque gostamos do que fazemos. Não estamos contra a sociedade, estamos reivindicando melhores condições de trabalho. Não vamos deixar de atender nunca. Falo isso por mim e por todos, porque tenho certeza de que somos todos profissionais”, afirmou o sargento, que disse desconhecer o fato de a Polícia Civil ter abandonado o movimento.
Participação da Polícia Civil
Presente na manifestação, o presidente do Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol), Fernando Bandeira, garantiu que os policiais continuam em greve e criticou a atitude do presidente do Sindicato dos Servidores da Polícia (Sindpol), Francisco Chao, de ter anunciado, no sábado, a suspensão do movimento, sem antes consultar os demais envolvidos.   
“Não sabíamos da entrevista coletiva que ele convocou. Só soubemos por acaso, pois um repórter me ligou perguntando sobre o assunto. Imediatamente, me reuni com os líderes dos bombeiros e fomos para o local da coletiva, onde fomos impedidos de entrar”, contou Bandeira.
Segundo ele, 70% das ocorrências foram paralisadas, e a Policia Civil está operando com um efetivo de 9.200 homens. Ele denunciou ainda a falta de união dentro da corporação.
“A polícia, tradicionalmente, sempre foi muito divida, porque temos classificações. Um policial da Core, por exemplo, ganha R$ 1.500 a mais, é difícil convencê-los a fazer a greve. Esse é apenas um exemplo, fora outras gratificações e premiações. Essa divisão é uma estratégia para nos dividir. As associações se vinculam ao governo para ter benefícios pessoais, e poucos se envolvem realmente”, disse Bandeira, que admitiu que o movimento da Polícia Civil está um pouco enfraquecido por conta da confusão causada pela nota divulgada na noite de sábado (11) pelo inspetor Chao.
Equipe da TV Globo é expulsa por manifestantes
Acusados de manipular imagens e diálogos dos bombeiros, a equipe da TV Globo foi hostilizada e expulsa pelos manifestantes em Copacabana, que seguiram os jornalistas até que eles entrassem no carro da empresa e fossem embora. A conduta da TV Globo também foi questionada por algumas das pessoas que discursaram durante a manifestação. Ninguém ficou ferido na confusão.

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