quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Comando Nacional decide ampliar a greve, que já paralisa 10.586 agências


Comando Nacional reúne-se na sede da Contraf-CUT, em São Paulo

A greve nacional dos bancários, que nesta quinta-feira 26 completou oito dias e fechou 10.586 agências e centros administrativos, já é a maior dos últimos anos e deve continuar crescendo em todo o país, porque a categoria está indignada com a postura intransigente dos bancos. Essa é a avaliação do Comando Nacional dos Bancários, que se reuniu nesta quinta em São Paulo para fazer um balanço do movimento na primeira semana e decidiu ampliar a paralisação para forçar os banqueiros a apresentarem uma nova proposta que contemple as reivindicações econômicas e sociais dos trabalhadores.

O Comando também aprovou nota oficial reafirmando a decisão de intensificar a greve, manifestando a disposição de negociação e responsabilizando os presidentes da Fenaban e dos seis maiores bancos pelo fechamento do diálogo com os bancários.

Clique aqui para ver a íntegra da nota. Leia o texto abaixo:

Nota do Comando Nacional dos Bancários

O Comando Nacional dos Bancários, reunido nesta quinta-feira 26 de setembro em São Paulo na sede da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), após avaliação da primeira semana da greve da categoria, decidiu:

1. Ampliar e fortalecer a greve nacional dos bancários, que nesta quinta-feira completou oito dias e fechou 10.586 agências e centros administrativos nos 26 estados e no Distrito Federal.

2. Reafirmar a disposição de negociação dos representantes dos bancários, fechada pelos bancos no dia 5 de setembro, quando apresentaram apenas a reposição da inflação e ignoraram todas as outras reivindicações econômicas e sociais.

3. Afirmar que a greve é de responsabilidade dos presidentes da Fenaban (Murilo Portugal), do Itaú (Roberto Setúbal), do Bradesco (Luiz Carlos Trabuco), do Banco do Brasil (Aldemir Bendine), da Caixa Econômica Federal (Jorge Hereda), do Santander (Jesús Zabalza) e do HSBC (André Brandão) por fecharem o processo de negociação ao ignorarem a pauta de reivindicações dos trabalhadores.

4. Ressaltar que os bancos que operam no Brasil têm totais condições de atender às demandas dos bancários, conforme demonstra relatório do Banco Central divulgado nesta quinta-feira 26, segundo o qual o lucro do sistema financeiro nacional é "robusto" e atingiu R$ 59,7 bilhões nos últimos 12 meses encerrados em junho.

5. Denunciar a irresponsabilidade social dos bancos, especialmente os privados, que, na contramão da economia brasileira, geradora de 1,07 milhão de novos empregos de janeiro a agosto deste ano, cortaram 6.987 postos de trabalho no mesmo período, precarizando o atendimento à população, aumentando as filas e a sobrecarga de trabalho dos bancários.

6. E denunciar que, em busca de "melhor eficiência", os bancos vêm obrigando os bancários a cumprirem metas abusivas e a venderem produtos financeiros desnecessários à população, o que tem aumentado a incidência de adoecimentos.

Carlos Cordeiro,
Presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional dos Bancários

Luta contra o PL 4330

Os representantes dos bancários reafirmaram ainda a necessidade de intensificar a mobilização contra o PL 4330, que libera a terceirização até para atividades-fim, e participar da Jornada Mundial pelo Trabalho Decente, programada pela CUT e demais centrais sindicais para 7 de outubro.

Fonte: Contraf-CUT
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Greve dos bancários entra no oitavo dia e toma conta de São Paulo


Crédito: Gerardo Lazzari - Seeb São Paulo
Gerardo Lazzari - Seeb São PauloMobilização dos bancários aumenta a cada dia

Barueri, Jandira, Santana de Parnaíba, Itapevi. Embu Guaçu, Embu das Artes, São Lourenço da Serra e Taboão da Serra são alguns dos municípios da base do Sindicato dos Bancários de São Paulo que estão com diversas agências paralisadas nesta quinta 26, oitavo dia de greve nacional por tempo indeterminado da categoria.

O movimento foi iniciado no dia 19, em resposta ao reajuste de 6,1%, sem aumento real, feito pela federação dos bancos (Fenaban) ao Comando Nacional dos Bancários.

"Estamos deixando claro aos bancos que não aceitamos essa proposta e que merecemos muito mais", afirma a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira. "É imprescindível que todos os trabalhadores ajudem a ampliar nosso movimento que está tomando todo o país." Também estão com as atividades interrompidas setores de telefonia de alguns dos maiores bancos: call center do Santander, CABB e SAC do Banco do Brasil e Ceopi da Caixa Federal.

Há paralisação nas concentrações da CA Brigadeiro e GPSA do Itaú, Núcleo Alphaville do Bradesco e complexo São João do Banco do Brasil. Protesto do Sindicato também atingiu um contingenciamento montado pelo Itaú na Rua Jundiaí, nas proximidades do Ibirapuera.

Cruzaram os braços bancários de agências dos bairros da Mooca e do Brás, vilas Gomes Cardim e Esperança na zona leste, Pirituba, Perus, vilas Jaraguá, Munhoz, Guilherme e Maria na zona norte, das avenidas Paulista, Consolação e Jabaquara e Rua Tutóia.

Além disso, corredores das ruas Joaquim Floriano, Clodomiro Amazonas e João Cachoeira e das avenidas Faria Lima e São Gabriel na zona oeste, bairros do Capão Redondo e Campo Limpo e Avenida M Boi Mirim na zona sul, e dos centros Velho e Novo.

Comando Nacional

Os integrantes do Comando Nacional dos Bancários se reúnem nesta quinta, às 14h, na sede da Contraf-CUT, em São Paulo para avaliar o movimento em todo o país.

Comando de Greve

Integrado por dirigentes do Sindicato, da Fetec-CUT/SP, da Contraf-CUT, cipeiros, delegados sindicais da Caixa e do Banco do Brasil, o Comando der Greve volta a se reunir nesta quinta, às 16h, na Quadra. Outros bancários que queiram ajudar a organizar o movimento, também podem participar.

Assembleia

Também nesta quinta, os bancários voltam a se reunir em assembleia, às 17h, na Quadra (Rua Tabatinguera, 192). Leve crachá do banco ou holerite mais documento com foto para se credenciar.


Fonte: Contraf-CUT com Seeb São Paulo
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Bancários em greve tomam ruas de Salvador e protestam contra bancos


Crédito: Seeb Bahia
Seeb BahiaTrabalhadores condenaram também o nefasto projeto da terceirização

Todos os olhares se voltaram para os bancários durante a passeata contra a intransigência dos bancos, realizada na tarde desta quarta-feira (25), em Salvador. A movimentação começou no Sindicato dos Bancários da Bahia, nas Mercês, e percorreu as ruas da Piedade e da avenida Carlos Gomes. Metalúrgicos, comerciários, representantes da CTB e de várias outras entidades estiveram presentes.

A população aprovou a iniciativa. "É importante falar abertamente, porque todos pagam caro pelos serviços e sentem que os bancos não ligam para os clientes", afirma a contadora Marília Silveira, 27 anos.

Estudante de psicologia, Ana Maria Rodrigues é a favor da categoria. "Os banqueiros são os que mais lucram. Portanto, não tem motivo para não valorizar o funcionário. O trabalho não é só uma forma de ganhar dinheiro, mas de alcançar a qualidade de vida", afirma.

Segundo o presidente do Sindicato, Euclides Fagundes, assim como em diversas capitais do país, na Bahia a passeata fortalece a greve e mostra, nas ruas, a insatisfação dos bancários.

Os jovens também marcaram presença, mantendo o ritmo da campanha de 2013. "A juventude busca por mudanças no país e também nas agências", afirma o diretor de Juventude da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe, Lucas Galindo. Para a vice-presidente da CTB Bahia, Rosa de Souza, a mobilização da categoria é exemplar.

Reunião do Comando Nacional

Depois dos protestos em todo o país, o Comando Nacional dos Bancários se reúne nesta quinta-feira (26), às 14h, em São Paulo, para avaliar a greve e traçar novas estratégias para pressionar os bancos.


Fonte: Contraf-CUT com Seeb Bahia
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Bancários criticam política dos bancos de vender produtos para clientes


Crédito: Seeb São Paulo
Seeb São Paulo"Imagina você ser orientada por um superintendente, olhando no seu olho, assim: hoje você não tá aqui pra resolver problemas (de cliente), está aqui pra vender. Imagina se você é minha cliente e, sei lá, sofreu um assalto e quer bloquear o cartão. Aí eu tenho que inventar uma desculpa e dizer pra você ligar mais tarde?! Ou depois de tudo, te oferecer um consórcio?!" O relato, de uma funcionária do Itaú, ilustra muito bem a questão ética vivida pela maioria dos bancários, pressionados pelas instituições financeiras a vender a qualquer custo e, assim, bater as metas diárias, "relâmpago" ou mensais, que tanto atormentam a categoria.

"Me sinto frustrada. Isso é desrespeito com as pessoas", diz. "Meu sonho era ser bancária, mas quando entrei aqui vi que era um pesadelo. Não vim pra ser vendedora, mas é isso o que a gente tem que fazer, porque a meta é vender produto e você sempre tem que bater mais de 100% da meta", conta outra bancária que aos 26 anos, devido à pressão, ficou dois anos em tratamento psiquiátrico.

A greve nacional da categoria, que chegou nesta quarta-feira (25) ao sétimo dia, não é só por salário, mas por condições dignas de trabalho. "Somos uma das categorias que mais adoece. Tem bancário jovem infartando por causa da pressão no ambiente de trabalho. E tudo isso porque são obrigados a vender cada vez mais", disse a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Juvandia Moreira, durante a paralisação.

"A função dos bancos não é vender. Eles são concessões públicas que têm como papel financiar o desenvolvimento do país, fornecendo crédito mais barato e ganhando em escala. Mas ao invés disso, sobrecarregam os trabalhadores e empurram produtos aos clientes. Não é a toa que os bancos são sempre campeões nos rankings de reclamação dos órgãos de defesa do consumidor", acrescentou a dirigente sindical.

Adoecimento

Os depoimentos dos bancários, colhidos durante a greve, comprovam: "A meta é muito agressiva e em alguns aspectos desumana mesmo. Já tive gestor que pediu pra eu ligar na frente dele, pra ver porque eu não estava conseguindo vender. Eu ia no banheiro e ele ia atrás de mim. A gente surta", conta outra bancária do Itaú.

"É o dia todo, é só o que faço: ligações para clientes para vender e tentar bater metas. Consegui alcançar a meta por dois meses e agora não estou conseguindo. A maioria não consegue. Meus colegas estão faltando bastante por conta de ficar deprimido por causa da pressão. Fiquei de atestado sem voz por falar muito no telefone. Em média, ligo para cem clientes por dia para vender", diz uma funcionária do HSBC.

"As metas a gente consegue cumprir de vez em quando, são muito altas. Meus colegas que ficaram doentes desistiram e já saíram do banco. Penso nas metas aqui e fora do banco, penso o tempo inteiro no que tenho que fazer", conta outro funcionário do HSBC.


Fonte: Contraf-CUT com Seeb São Paulo

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