Memória afetiva Utensílios domésticos e de trabalho antigos que permanecem guardados na casa dos alunos foram o ponto de partida para entender a história local.
Essa estratégia revela uma concepção de ensino de História, abordada com base na história de todas as pessoas, e não de uma entidade abstrata (a cidade, o Estado ou a nação, por exemplo). "Todo vestígio deixado pela humanidade, inclusive o das pessoas consideradas comuns, pode se tornar uma fonte importante de estudo", explica José Evangelista Fagundes, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Essa prática permite à meninada construir sua identidade e resgatar a herança cultural de sua cidade. "Também estimula o aluno a interferir nos rumos da sociedade em que vive", diz Leila Medeiros de Menezes, docente da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj).
Essas orientações metodológicas, presentes no projeto de Elaine, valem para educadores de todo o Brasil. Para fazer um bom trabalho em história local, o importante é ter em mente que há muitos recortes possíveis. "Eles devem ser pensados em função das necessidades e perguntas dos próprios estudantes", explica Fagundes. Isso significa que é possível estudar determinado conteúdo com base na ótica de um dos grupos envolvidos. Outra questão diz respeito à seleção dos temas clássicos. Em todos os casos, é preciso relacionar o que ocorria no país no período estudado aos reflexos na região em que vive a turma. É por meio da localidade que os aprendizados ganham sentido no dia a dia do aluno e ele passa a fazer relações e entender conceitos. Vale lembrar que alguns assuntos são mais adequados para determinadas regiões, como as migrações no Sul e no Sudeste e a cana-de-açúcar no Nordeste. A interiorização do país no século 18 e a agropecuária podem ser estudadas no Centro-Oeste. Já o ciclo da borracha é uma boa opção de pesquisa no Norte do país.
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