Os trabalhadores comerciários do Rio de Janeiro estão em processo eleitoral. Após anos da entidade sob o controle da família Mata Roma, os trabalhadores finalmente vão ter a chance de tomar para si de volta o sindicato da categoria.
O Sindicato dos Empregados do Comércio do Estado do Rio de Janeiro, há três décadas sob o controle da dinastia Mata Roma acabou por se transformar numa entidade completamente afastada da base e acusada de inúmeras irregularidades sofreu intervenção por decisão do juiz Marcelo Moura, da 19ª Vara do Trabalho. O empresário do ramo de aviação Otton Mata Roma, terceiro membro do clã a ocupar a presidência do sindicato e com vencimentos mensais de R$ 52 mil, foi sumariamente afastado do cargo. Otton Mata Roma, segundo a ação que gerou a intervenção não pertencia à categoria e era proprietário de duas empresas de táxi aéreo.
Antes de Otton, que comanda o sindicato há oito anos, o presidente era seu pai, Luisant Mata Roma, já falecido, que passou a controlar o sindicato graças às suas ligações com a ditadura militar. Ele permaneceu no cargo por 36 anos. Atualmente, a mãe, a mulher, duas irmãs e a tia do presidente trabalham no sindicato, com salários mensais que vão de R$ 8 mil a R$ 32 mil. Enquanto isso, no último acordo coletivo assinado para a categoria o sindicato autoriza que o empregador pague aos comerciários somente R$ 675 mensais, valor menor do que o salário mínimo nacional.
Com o novo processo eleitoral, os trabalhadores comerciários vão ter a chance de trazer a entidade sindical de volta para a luta da categoria. Representante da Chapa 1 – A Hora da Mudança, o candidato à presidente da entidade e militante da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil, Marcio Ayer, acredita que chegou a hora da mudança para os comerciários do Rio de Janeiro
– Estamos diante da possibilidade de devolvermos o sindicato para os comerciários, resgatando seu papel de agente principal na luta por melhores condições de trabalho, salário digno e por mais direitos. É hora de dar o troco em todos esses anos que a nossa categoria foi vendida aos patrões e contamos com o apoio da categoria para construir uma nova realidade para os comerciários do Rio de Janeiro.
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