http://gazetaonline.globo.com/_conteudo/2015/05/noticias/dinheiro/3897077-calcule-a-aposentadoria-pelo-fator-85-95.html
Nova fórmula aprovada pela Câmara pode permitir que 15 mil segurados se aposentem mais cedo por ano. Cálculo também aumenta benefício em até 40%
A criação da fórmula 85/95 como alternativa ao fator
previdenciário vai permitir que, por ano, aproximadamente 15 mil
segurados do Espírito Santo antecipem a aposentadoria sem riscos de
serem afetados por perdas significantes na renda. É que a norma,
aprovada na última quarta-feira pela Câmara, na prática dá ao
trabalhador o direito de receber o benefício integral ainda que ele não
tenha completado a idade mínima exigida pelo Instituto Nacional de
Seguro Social (INSS) nessas operações.
A estimativa de
favorecidos é com base no número de aposentadorias por idade concedidas
no ano passado pela Previdência. Dos 20 mil benefícios realizados pelo
Regime Geral, apenas 30% foram por tempo de contribuição. O restante foi
liberado àqueles com idade acima de 60 anos (mulheres) e de 65 anos
(homens).
As normas, que integram uma emenda apresentada à Medida
Provisória 664 do ajuste fiscal, ainda precisam passar pelo Senado. Se
aprovadas e sancionadas pela presidente Dilma Rousseff, as mudanças
entram em vigor a partir do ano que vem.
Apesar de trazer
impactos para os cofres públicos, a fórmula 85/95 é vantajosa ao
trabalhador por aumentar o valor do benefício de forma expressiva. As
mulheres, as mais prejudicadas hoje pelo fator previdenciário, podem
conseguir vencimentos até 40% maior do que pelo modelo atual. Já as
verbas salariais dos homens, de acordo com especialistas, podem ter
aumento de cerca de 20%.
A medida, no entanto, não põe fim ao
fator previdenciário. Caso o trabalhador decida se aposentar antes de
atingir a marca, o INSS poderá aplicar o redutor.
Pressão
Uma
nova forma de cálculo da aposentadoria é uma reivindicação antiga dos
trabalhadores. Hoje, devido ao fator previdenciário, há casos de
segurados que, ao requererem o benefício por tempo de contribuição, veem
a renda cair pela metade.
Pela fórmula escolhida pelo Congresso,
a soma do período de trabalho mais a idade para as mulheres que
quiserem se aposentar com benefício integral terá que atingir 85. Para
os homens, o resultado desse cálculo terá que dar no mínimo 95.
Um
homem, por exemplo, de 53 anos de idade e com 35 anos de contribuição,
ao se aposentar pela regra atual recebe apenas 65% do benefício. Para
receber 100%, ele precisaria trabalhar mais 12 anos. Com o fator 85/95,
essa mesma pessoa, para ganhar integralmente a aposentadoria, precisa
trabalhar apenas mais 3,5 anos.
Entenda as mudanças
Fator previdenciário
O cálculo visa à punição
daqueles que se aposentam com idade inferior a 60 anos (mulheres) e 65
anos (homens) ou que tenham idade, mas contribuíram menos de 35 anos
(homens) e 30 anos (mulheres).
Quando foi criado?
Foi
criado em 1999 para conter os gastos da Previdência. Um estudo da
Câmara dos Deputados estima que, desde 2000 até o final de 2011, o fator
tenha gerado economia de R$ 55 bilhões.
Como funciona?
É
uma fórmula complexa que se baseia na idade do trabalhador, tempo de
contribuição à Previdência Social, expectativa de sobrevida do segurado.
Fator 85/95
É
a possibilidade de o trabalhador se aposentar antes de completar a
idade exigida para benefício integral desde que a soma da idade e do
tempo de contribuição atinja 85 para mulheres e 95 para homens. Para
professoras, de acordo com a emenda, a soma deve ser 80 e para
professores, 90.
É o fim do fator previdenciário?
Não.
Se o trabalhador decidir se aposentar antes, a emenda estabelece que a
aposentadoria continua sendo reduzida por meio do fator previdenciário.
Vantagens e desvantagens
Fórmula 85/95 abala esforço do governo pelo equilíbrio fiscal
Enfraquecida diante do Congresso, a presidente Dilma Rousseff terá
dificuldades para concretizar o ajuste fiscal tão necessário para
segurar as contas do governo. A aprovação de uma regra alternativa ao
fator previdenciário em meio aos debates sobre cortes de direitos
trabalhistas e previdenciários vai trazer repercussões negativas
imediatas aos cofres do Tesouro, no entanto, em dez anos elevará em R$
40 bilhões as despesas com benefícios previdenciários.
O
especialista em Previdência e pesquisador do IPEA, Paulo Tafner afirma
que a ideia de implementar o fator 85/95 não foi algo que surgiu do
acaso. “As reduções nos gastos com pensões por morte serão compensadas
com um aumento nos custos com a aposentadoria. Não podemos dizer que o
Congresso deu uma rasteira na presidente. Ela deu uma ‘pernada’ nela
mesma ao não ter acertado essa questão de uma maneira mais
transparente”.
Foto: Divulgação
Arilda Teixeira considera mudança desastrosa
Tafner critica o discurso dúbio sobre o ajuste. “Mesmo que
perdesse a popularidade, seria ideal o governo mostrar com clareza a
real situação da Previdência. Temos um cenário preocupante, de uma
população que está envelhecendo e de um aumento na expectativa de vida
sem que haja aumento na arrecadação”.
O pesquisador defende o fim
do fator previdenciário, a fixação de uma idade mínima e a equiparação
das aposentadorias de homens e mulheres. “No serviço público, o
trabalhador deve atingir 60 anos de idade e 35 anos de contribuição para
se aposentar. É pouco ainda. O ideal é ampliar essa exigência aos
segurados do INSS e ao funcionalismo de forma progressiva até chegar aos
65 anos”, afirma.
Para a professora da Fucape Arilda Teixeira,
essa pré-disposição para colocar um fim no fator previdenciário terá
impactos de curto e longo prazo.
“Quando alterou as regras do
seguro-desemprego e aprimorou a redação das pensões, o governo queria
evitar os abusos. A intenção era convergir para um equilíbrio e tornar o
orçamento mais exequível. A aprovação de uma nova regra para
aposentadoria dificulta o esforço atual de um ajuste fiscal, mas é no
longo prazo que temos que nos preocupar mais. É uma atitude
irresponsável tirar o fator previdenciário. Falta um debate sincero e
honesto do Congresso com a sociedade para explicar porque as regras para
aposentadoria são mais rígidas”, afirma.
Arilda ainda explica
que problema da Previdência é uma consequência de anos de má gestão.
“Além da alta informalidade e do baixo crescimento do país, os recursos
previdenciários tiveram uma administração vexatória. Se não fosse por
isso, os fundos arrecadados até agora seriam suficientes para pagar os
aposentados sem onerar a União”.
Despesas atrasadas prejudicam ajuste
De janeiro a abril, o governo reduziu em 3,1% as suas despesas. A
economia, porém, foi feita basicamente ceifando investimentos. As
despesas correntes - que são aquelas que sustentam a máquina pública -
continuaram a crescer. Tiveram alta de 4%. Quando se olha o que mais
pressionou os gastos, um detalhe chama a atenção: a equipe econômica foi
obrigada a gastar mais - quando tinha de poupar - para poder sanar
contas herdadas da gestão anterior.
Levantamento realizado pelo
economista Mansueto Almeida, especialista em contas públicas, mostra que
na lista das cinco despesas que mais cresceram, de janeiro a abril,
todas foram sobrecarregadas com acertos de pendências.
A conta
adicional desse conjunto de despesas foi de R$ 12,7 bilhões. As chamadas
“indenizações e restituições” cresceram impressionantes 221%, gerando
um adicional de R$ 2,5 bilhões. Entre elas estavam transferências
atrasadas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).
As
despesas de exercícios anteriores” mais que dobraram - alta de 105,7%.
Entre os R$ 3,1 bilhões adicionais, o destaque eram pendências com
fornecedores na área da saúde. Além disso, R$ 1,4 bilhão (alta de 59%)
incluíam pendências com bolsas de estudos, entra elas as do programa
Ciência Sem Fronteiras, que mantém universitários brasileiros no
exterior. Cerca de R$ 3,7 bilhões (alta de 65%) cobriram compensações à
Previdência. Nessa conta estão as despesas com a desoneração da folha de
pagamento, que a Fazenda tenta extinguir.
Os números do ajuste
R$ 122 bilhões. A equipe da presidente Dilma
Rousseff realizou um projeto de ajuste fiscal que beira os R$ 122
bilhões entre corte de gastos e aumento de impostos para conter o
endividamento e trazer equilíbrio ao orçamento da União.
R$ 75 bilhões.
No plano de ajustes, o governo limitou o orçamento dos ministérios. Os
gastos com investimentos, restos a pagar, custeio e obras do PAC não
podem ultrapassar R$ 75 bilhões no período de janeiro a abril.
R$ 58 bilhões.
É quanto o governo deve economizar com os ajustes estimados. A redução
de gastos pode afetar obras como PAC e o Minha Casa Minha Vida. Já há
relatos de atrasos dos repasses às construtoras.
R$ 18 bilhões.
Em dezembro de 2014, o governo alterou o acesso a diversos benefícios
sociais. Entre as regras mudadas estão o seguro-desemprego e a concessão
das pensões. Pela MP aprovada pela Câmara, os cônjuges só poderão
requerer pensão por morte do companheiro se o tempo de união estável ou
casamento for de mais de dois anos e o segurado tiver contribuído para o
INSS por, no mínimo, um ano e meio. Antes, não era exigido tempo mínimo
de contribuição para que os dependentes tivessem direito ao benefício,
mas era necessário que, na data da morte, o segurado estivesse
contribuindo para a Previdência Social.
R$ 10 bilhões.
O governo também apertou o cerco ao trabalho informal criando novos
programas e mecanismos de fiscalização. O governo também prevê
digitalizar multas aplicadas a trabalhadores e empresas, para facilitar a
cobrança. Com as ações de fiscalização, a ideia é também aumentar a
arrecadação em R$ 10 bilhões. O dinheiro será direcionado ao Fundo de
Garantia por Tempo de Serviço e para o Fundo de Amparo ao Trabalhador.
Parte também poderá ser direcionada aos cofres da Previdência.
R$ 12 bilhões.
É um impacto estimado com as ações de aumento das alíquotas de
PIS/Cofins e volta da Cide Combustíveis. Serão R$ 0,22 para o preço da
gasolina e R$ 0,15 sobre o diesel. A Petrobras repassou a alta do
combustível aos consumidores desde fevereiro.
R$ 7,4 bilhões.
É quanto o governo pretende arrecadar com o aumento da alíquota de IOF,
incidente sobre o crédito da pessoa física. As alíquotas aplicadas
foram reajustas de 1,5% ao ano para 3%.
R$ 5,3 bilhões.
Governo começou a rever a política de desoneração da folha de
pagamento, aumentando os impostos e reduzindo os benefícios a empresas,
que antes pagavam entre 1% e 2% sobre a receita bruta.
R$ 5 bilhões.
A volta da alíquota cheia do Imposto sobre Produtos Industrializados
(IPI) para veículos foi uma das ações para controlar o desajuste fiscal.
A alíquota dos modelos 1.0, que era de 3%, subiu para 7%. Para aqueles
com motor entre 1.0 e 2.0, a alta foi de 9% para 11%. Nessa faixa e para
carros com motores de maior capacidade volumétrica e com motores a
gasolina, o imposto subiu de 10% para 13%.
R$ 381 milhões.
É o impacto da equiparação tributária do atacadista do setor de
cosméticos ao setor industrial. A medida começa a valer agora em junho
de 2015.
A estimativa de favorecidos é com base no número de aposentadorias por idade concedidas no ano passado pela Previdência. Dos 20 mil benefícios realizados pelo Regime Geral, apenas 30% foram por tempo de contribuição. O restante foi liberado àqueles com idade acima de 60 anos (mulheres) e de 65 anos (homens).
As normas, que integram uma emenda apresentada à Medida Provisória 664 do ajuste fiscal, ainda precisam passar pelo Senado. Se aprovadas e sancionadas pela presidente Dilma Rousseff, as mudanças entram em vigor a partir do ano que vem.
Apesar de trazer impactos para os cofres públicos, a fórmula 85/95 é vantajosa ao trabalhador por aumentar o valor do benefício de forma expressiva. As mulheres, as mais prejudicadas hoje pelo fator previdenciário, podem conseguir vencimentos até 40% maior do que pelo modelo atual. Já as verbas salariais dos homens, de acordo com especialistas, podem ter aumento de cerca de 20%.
A medida, no entanto, não põe fim ao fator previdenciário. Caso o trabalhador decida se aposentar antes de atingir a marca, o INSS poderá aplicar o redutor.
Pressão
Uma nova forma de cálculo da aposentadoria é uma reivindicação antiga dos trabalhadores. Hoje, devido ao fator previdenciário, há casos de segurados que, ao requererem o benefício por tempo de contribuição, veem a renda cair pela metade.
Pela fórmula escolhida pelo Congresso, a soma do período de trabalho mais a idade para as mulheres que quiserem se aposentar com benefício integral terá que atingir 85. Para os homens, o resultado desse cálculo terá que dar no mínimo 95.
Um homem, por exemplo, de 53 anos de idade e com 35 anos de contribuição, ao se aposentar pela regra atual recebe apenas 65% do benefício. Para receber 100%, ele precisaria trabalhar mais 12 anos. Com o fator 85/95, essa mesma pessoa, para ganhar integralmente a aposentadoria, precisa trabalhar apenas mais 3,5 anos.
O cálculo visa à punição daqueles que se aposentam com idade inferior a 60 anos (mulheres) e 65 anos (homens) ou que tenham idade, mas contribuíram menos de 35 anos (homens) e 30 anos (mulheres).
Quando foi criado?
Foi criado em 1999 para conter os gastos da Previdência. Um estudo da Câmara dos Deputados estima que, desde 2000 até o final de 2011, o fator tenha gerado economia de R$ 55 bilhões.
Como funciona?
É uma fórmula complexa que se baseia na idade do trabalhador, tempo de contribuição à Previdência Social, expectativa de sobrevida do segurado.
Fator 85/95
É a possibilidade de o trabalhador se aposentar antes de completar a idade exigida para benefício integral desde que a soma da idade e do tempo de contribuição atinja 85 para mulheres e 95 para homens. Para professoras, de acordo com a emenda, a soma deve ser 80 e para professores, 90.
É o fim do fator previdenciário?
Não. Se o trabalhador decidir se aposentar antes, a emenda estabelece que a aposentadoria continua sendo reduzida por meio do fator previdenciário.
O especialista em Previdência e pesquisador do IPEA, Paulo Tafner afirma que a ideia de implementar o fator 85/95 não foi algo que surgiu do acaso. “As reduções nos gastos com pensões por morte serão compensadas com um aumento nos custos com a aposentadoria. Não podemos dizer que o Congresso deu uma rasteira na presidente. Ela deu uma ‘pernada’ nela mesma ao não ter acertado essa questão de uma maneira mais transparente”.
Foto: Divulgação
Tafner critica o discurso dúbio sobre o ajuste. “Mesmo que
perdesse a popularidade, seria ideal o governo mostrar com clareza a
real situação da Previdência. Temos um cenário preocupante, de uma
população que está envelhecendo e de um aumento na expectativa de vida
sem que haja aumento na arrecadação”.
Arilda Teixeira considera mudança desastrosa
O pesquisador defende o fim do fator previdenciário, a fixação de uma idade mínima e a equiparação das aposentadorias de homens e mulheres. “No serviço público, o trabalhador deve atingir 60 anos de idade e 35 anos de contribuição para se aposentar. É pouco ainda. O ideal é ampliar essa exigência aos segurados do INSS e ao funcionalismo de forma progressiva até chegar aos 65 anos”, afirma.
Para a professora da Fucape Arilda Teixeira, essa pré-disposição para colocar um fim no fator previdenciário terá impactos de curto e longo prazo.
“Quando alterou as regras do seguro-desemprego e aprimorou a redação das pensões, o governo queria evitar os abusos. A intenção era convergir para um equilíbrio e tornar o orçamento mais exequível. A aprovação de uma nova regra para aposentadoria dificulta o esforço atual de um ajuste fiscal, mas é no longo prazo que temos que nos preocupar mais. É uma atitude irresponsável tirar o fator previdenciário. Falta um debate sincero e honesto do Congresso com a sociedade para explicar porque as regras para aposentadoria são mais rígidas”, afirma.
Arilda ainda explica que problema da Previdência é uma consequência de anos de má gestão. “Além da alta informalidade e do baixo crescimento do país, os recursos previdenciários tiveram uma administração vexatória. Se não fosse por isso, os fundos arrecadados até agora seriam suficientes para pagar os aposentados sem onerar a União”.
Levantamento realizado pelo economista Mansueto Almeida, especialista em contas públicas, mostra que na lista das cinco despesas que mais cresceram, de janeiro a abril, todas foram sobrecarregadas com acertos de pendências.
A conta adicional desse conjunto de despesas foi de R$ 12,7 bilhões. As chamadas “indenizações e restituições” cresceram impressionantes 221%, gerando um adicional de R$ 2,5 bilhões. Entre elas estavam transferências atrasadas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).
As despesas de exercícios anteriores” mais que dobraram - alta de 105,7%. Entre os R$ 3,1 bilhões adicionais, o destaque eram pendências com fornecedores na área da saúde. Além disso, R$ 1,4 bilhão (alta de 59%) incluíam pendências com bolsas de estudos, entra elas as do programa Ciência Sem Fronteiras, que mantém universitários brasileiros no exterior. Cerca de R$ 3,7 bilhões (alta de 65%) cobriram compensações à Previdência. Nessa conta estão as despesas com a desoneração da folha de pagamento, que a Fazenda tenta extinguir.
R$ 122 bilhões. A equipe da presidente Dilma Rousseff realizou um projeto de ajuste fiscal que beira os R$ 122 bilhões entre corte de gastos e aumento de impostos para conter o endividamento e trazer equilíbrio ao orçamento da União.
R$ 75 bilhões. No plano de ajustes, o governo limitou o orçamento dos ministérios. Os gastos com investimentos, restos a pagar, custeio e obras do PAC não podem ultrapassar R$ 75 bilhões no período de janeiro a abril.
R$ 58 bilhões. É quanto o governo deve economizar com os ajustes estimados. A redução de gastos pode afetar obras como PAC e o Minha Casa Minha Vida. Já há relatos de atrasos dos repasses às construtoras.
R$ 18 bilhões. Em dezembro de 2014, o governo alterou o acesso a diversos benefícios sociais. Entre as regras mudadas estão o seguro-desemprego e a concessão das pensões. Pela MP aprovada pela Câmara, os cônjuges só poderão requerer pensão por morte do companheiro se o tempo de união estável ou casamento for de mais de dois anos e o segurado tiver contribuído para o INSS por, no mínimo, um ano e meio. Antes, não era exigido tempo mínimo de contribuição para que os dependentes tivessem direito ao benefício, mas era necessário que, na data da morte, o segurado estivesse contribuindo para a Previdência Social.
R$ 10 bilhões. O governo também apertou o cerco ao trabalho informal criando novos programas e mecanismos de fiscalização. O governo também prevê digitalizar multas aplicadas a trabalhadores e empresas, para facilitar a cobrança. Com as ações de fiscalização, a ideia é também aumentar a arrecadação em R$ 10 bilhões. O dinheiro será direcionado ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço e para o Fundo de Amparo ao Trabalhador. Parte também poderá ser direcionada aos cofres da Previdência.
R$ 12 bilhões. É um impacto estimado com as ações de aumento das alíquotas de PIS/Cofins e volta da Cide Combustíveis. Serão R$ 0,22 para o preço da gasolina e R$ 0,15 sobre o diesel. A Petrobras repassou a alta do combustível aos consumidores desde fevereiro.
R$ 7,4 bilhões. É quanto o governo pretende arrecadar com o aumento da alíquota de IOF, incidente sobre o crédito da pessoa física. As alíquotas aplicadas foram reajustas de 1,5% ao ano para 3%.
R$ 5,3 bilhões. Governo começou a rever a política de desoneração da folha de pagamento, aumentando os impostos e reduzindo os benefícios a empresas, que antes pagavam entre 1% e 2% sobre a receita bruta.
R$ 5 bilhões. A volta da alíquota cheia do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para veículos foi uma das ações para controlar o desajuste fiscal. A alíquota dos modelos 1.0, que era de 3%, subiu para 7%. Para aqueles com motor entre 1.0 e 2.0, a alta foi de 9% para 11%. Nessa faixa e para carros com motores de maior capacidade volumétrica e com motores a gasolina, o imposto subiu de 10% para 13%.
R$ 381 milhões. É o impacto da equiparação tributária do atacadista do setor de cosméticos ao setor industrial. A medida começa a valer agora em junho de 2015.
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