domingo, 22 de maio de 2011

As novas (e inusitadas) carreiras

Inovação, sustentabilidade e qualidade de vida darão as bases para as profissões da próxima década no Brasil

Por Edição Robson Viturino com Lelivaldo Marques Filho
SABRINA BARRIOS
Afinal, em que os seus filhos ou netos (ou você) estarão trabalhando em 2030? A inglória tarefa de prever o futuro costuma pregar peças em mentes poderosas. Mas, como o exercício de futurologia parece ser uma sina da humanidade, aqui vamos nós. Estudos feitos no Brasil e no exterior sobre as profissões do futuro apontam alguns sinais que, se analisados de perto, podem fazer com que essas previsões tornem-se um pouco mais assertivas. Essas pistas sugerem que a expansão do emprego depende de três elementos inter-relacionados: características demográficas, perfil da força de trabalho e demanda por bens e serviços.
Inter-relacionados porque, em primeiro lugar, o tamanho da população é o principal balizador da força de trabalho (ou seja, antes da qualidade dos profissionais, o que conta é a quantidade de pessoas disponíveis no mercado de trabalho). Logo depois, seguindo essa mesma lógica, o volume e a produtividade da força de trabalho limitam a quantidade de bens e serviços que podem ser fabricados. Por sua vez, a procura por certos bens e serviços influencia quais setores podem ser criados, ampliados ou achatados.
As projeções para a primeira metade deste século indicam um significativo crescimento e envelhecimento da população mundial. Segundo a Organização das Nações Unidas, haverá mais de 9 bilhões de pessoas no mundo em 2050. Quase 2 bilhões (cerca de 22% da população) terão mais de 60 anos (grupo que hoje representa 10% da população). De acordo com o IBGE, daqui a 39 anos o Brasil deverá ter uma população de 238 milhões de habitantes com um perfil igualmente mais maduro que o registrado atualmente: 50% dos brasileiros terá aproximadamente 40 anos. Projeções como essas tendem a moldar o trabalho do futuro, criando oportunidades para diversas profissões.
Para identificar as carreiras que podem surgir até 2030, a consultoria britânica Fast Future entrevistou 486 profissionais em 56 países. Os resultados foram publicados no estudo The Shape of Jobs to Come (“Como serão os empregos”). A carreira que os especialistas julgaram com maiores chances de se materializar em 19 anos foi a de “consultor de bem-estar da terceira idade”, espécie de gestor de soluções nos campos médico, farmacêutico, protético e psiquiátrico para idosos. Em seguida, vem a dos “fazendeiros verticais”, produtores de alimentos que utilizarão centros de insumos cujo impacto ambiental será muito menor do que o atual. A de “nanomédico” foi a terceira da lista e engloba uma gama de especialistas em nanomedicina que serão necessários para cuidar de dispositivos, implantes e procedimentos derivados do avanço da nanotecnologia.
Já as tendências para o mercado brasileiro foram estudadas pela Fundação Instituto de Administração. A pesquisa Carreiras do Futuro e Tendências do Empreendedorismo para 2020, realizada junto a 112 especialistas, indicou que inovação, busca por qualidade de vida e preocupação com o meio ambiente serão vetores determinantes na configuração das carreiras do futuro. Veja as profissões emergentes mais citadas no estudo:
Chief Innovation Officer_O CIO, ou diretor de inovações, será encarregado de interagir com funcionários em diferentes áreas da organização para pesquisar, projetar e aplicar inovações, com ênfase em desenvolvimento tecnológico, educação continuada e novos conhecimentos.
Bioinformationist_Este cientista (em português, algo como “bioinformático”) irá trabalhar com informação genética, servindo como uma ponte para especialistas na elaboração de medicamentos e técnicas clínicas.
Conselheiro de aposentadoria_Profissional especializado no planejamento da aposentadoria.
Gerente de e-commerce_Será o responsável por gerenciar o desenvolvimento e a implantação de estratégias para vender produtos e serviços pela internet.
Gerente de ecorrelações_É o profissional que irá se relacionar com consumidores, ambientalistas e agências governamentais, os chamados stakeholders, para desenvolver e maximizar programas ecológicos.

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